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Música

Ouça o áudio do primeiro show punk do Napalm em 1983 com Ratos de Porão

O 'Crucificados pelo Sistema' vai sair especialmente em vinil + EPzinho com a gravação do mítico show da Guerra dos Extintores.

Foto crássica do RDPeido por: Priscila Farias

Crucificados pelo Sistema, álbum de estreia do Ratos de Porão e primeiro long-play de uma banda punk brasileira, foi lançado originalmente em 1984. Mas, mesmo nessa época, quem frequentava as rodas de pogo nos picos de show de São Paulo já tinha familiaridade com as músicas da banda. Um desses picos era o Napalm, clube que funcionou por apenas cinco meses no centro da cidade, embaixo do Minhocão. Tempo suficiente para ser considerado o endereço onde o então novo rock ecoou. Foi lá que, em 1983, o Fábio, vocal do Olho Seco, gravou o repertório do Crucificados ao vivo. Antes mesmo da primeira prensagem do álbum pela Punk Rock Discos, as faixas saíram num split em fita cassette: de um lado, o show do Ratos no Napalm; do outro, o do Extermínio no Sesc Pompeia.

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Seis músicas da fitinha preenchem agora um EP que chega encartado junto ao relançamento do Crucificados pelo Sistema, reeditado pela Hearts Bleed Blue. Na edição especial, que sai no dia 1º de março, o fundo da capa vem na cor preta junto com um vinil 180 gramas. “O Fabião usou um gravador National, mono. Aqueles gravadorezinhos manuais dos anos 1970. O som é cru, mais tosco impossível”, conta João Gordo. Na ocasião do registro, o Ratos dividiu palco com o Inocentes. “Foi o último show da formação clássica [do Inocentes], com o Callegari na guitarra e o Marcelinho na bateria. Nesse show, o Clemente que cantou, o Ariel já tinha saído”, diz Gordo.

Segundo o João Gordo, apesar de ter entrado para a história como ambiente catalizador, nem tudo era romântico nos rolês do Napalm: “A gente se envolveu numas falcatruas dentro do clube”. Nessa época que antecede o lançamento do Crucificados, a banda fez uns cinco shows toscos, e geralmente rolava alguma roubada. “Um foi na Bahia, onde a gente se fudeu pra voltar, e teve o show de Rio Claro, no qual tomamos um pau da polícia e fomos todos presos”, relembra. Já a apresentação do Napalm também teve seus enroscos, revela Gordo: “Esse quase foi cancelado porque um punk deu banho de extintor de incêndio em todo mundo”.

Ouça a antiga gravação abaixo:

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