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Música

O Master Rylle transformou "Pelo Telefone" num Bahia Bass

O remix do DJ baiano é parte da mixtape 'Desde que o Samba Era Samba', homenagem do coletivo Solta e do DJ Kalatalo aos 100 anos do lançamento do marco zero do samba no Brasil.
Arte: Dani Hasse

"Pelo Telefone", música gravada pelo carioca Donga em 1916, comemora 100 anos do seu lançamento no próximo dia 20 de janeiro. Sucesso no carnaval de 1917, a faixa é considerada por muitos, até hoje, o marco zero do samba brasileiro. Em junho do ano passado, o Noisey soltou um matérião bem massa que explica todo a trajetória dessa composição e a sua importância para compreender a música brasileira. Se você ainda não leu, vale dar uma clicada no link aqui.

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E para prestar homenagem ao "primeiro samba gravado no Brasil", o produtor e DJ paulistano Luciano Kalatalo, junto com o selo Solta, idealizou uma mixtape que revisita "Pelo Telefone" em diferentes gêneros musicais. "O samba surgiu como música de periferia e desde sempre foi discriminado. Hoje, já é um gênero reconhecido e aclamado", disse Kalatalo. "Quis replicar isso agora, pensando em quais músicos brasileiros vivem em situação similar hoje, de ter propostas sonoras inovadoras e ainda ter a conquista do seu espaço em construção."

Regravada no estúdio Trampolim (SP), por Giana Viscardi (voz), João Parahyba (do Trio Mocotó, nas percussões) e Janja Gomes (violão), "Pelo Telefone" ganhou dez remixes diferentes, entre eles, o do DJ baiano de 18 anos Master Rylle (S.A.L.V.A.D.O.R.), que apresentamos nesta quarta (11) exclusivamente aqui no Noisey.

A escolha dos artistas foi baseada na representatividade por estados e na diversidade sonora. Quem fez a curadoria foi o Lucas Marim, do selo Solta, que recebeu uma ajuda ou outra de Kalatalo. Rylle foi escolhido pra representar a Bahia e ficou responsável por dar um ar de Bahia Bass com elementos de pagode baiano (ou swingueira) pra música.

"Ele ainda trouxe muitas outras referências pra faixa, tipo o off do começo, que foi uma gravação do estúdio feita no mesmo clima de A Tábua de Esmeralda, do Jorge Ben", disse o produtor. "E outra coisa interessante é que o Rylle não utiliza softwares de produção do mainstream. Se você conversa com 99% dos produtores de EDM brasileiros hoje, está todo mundo fazendo aquele som feijão com arroz no Ableton. Essa molecada mais nova está explorando mais o Fruity Loops".

Ouça abaixo: