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Música

Todo fim é um começo no álbum de retorno do Carahter

O conjunto belo-horizontino faz jus à tradição headbanger mineira com o lançamento de ‘TVRVØ’, primeiro fruto criativo desde que os músicos voltaram a tocar.

"Running spiral ways" e "Always searching for my inner self", dizem trechos da letra de "What I Am". São passagens que definem bem o significado de TVRVØ, o novo álbum do Carahter, para os seus integrantes. Depois de atravessar diferentes fases cheias de mortes e glórias, o grupo metalcore de Belo Horizonte encontra-se no limiar entre o fim e o começo de uma nova era. "Um eterno ciclo de recomeços em um fluxo que faz muito sentido tanto no que diz respeito à nossa história enquanto banda como em relação às nossas histórias de vida. Então, sem querer ficar em cima do muro e sendo honesto, são as duas coisas juntas", define o vocalista Renato Rios Neto.

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No lançamento da Burning London Records que o Noisey disponibiliza nesta quarta (15), o repertório mescla músicas bem antigas, como "The Light that Blind Us All", composta em 2006, quando o conjunto vivia em Los Angeles, a outras recém concebidas, que nasceram já no processo de criação do álbum. "Mas te garanto que não estamos nem um pouco enjoados dessas músicas. Inclusive, temos ensaiando em um ritmo bem insano, de duas a três vezes por semana, e a cada ensaio dá mais tesão de tocá-las", assume Renato.

A temática também se divide, só que em assuntos políticos e pessoais. Exemplos são a revoltosa "Ripping Flags", em contraste com a íntima e dramática "The Cult", passando por "TVRVØ", que trata da identidade mineira e da questão do extrativismo, e "Invisible", sobre o processo de encarar o passado e a decisão dos integrantes de voltarem com a banda.

Só o furioso peso e a catarse sonora é que não oscilam no disco. O que já era de se esperar: a banda com nome inspirado no filme do holandês Mark van Diem é constituída por caras como o Renatão, que passou a adolescência fuçando os discos de metal na Cogumelo Records. E o parentesco deles todos com o hardcore e a tradição headbanger de sua cidade está fortemente impresso na musicalidade das composições. "Acho que nós somos uma banda que carrega demais toda essa mineiridade e o espirito belo-horizontino", celebra o vocalista. "Essas montanhas, esses riffs do Sepultura, Sarcófago, Overdose, Profana, tudo isso, nos moldou para sermos o que somos."

Em tempo: vai rolar show de lançamento do álbum no espaço CentoeQuatro, no Centro de Belo Horizonte, com abertura do Deaf Kids. Mais infos e ingressos, aqui.

Ouça: