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Música

Ricardo Beliel Revira seu Incrível Baú de Fotos da Música no Brasil — Parte 1

Circulando há 40 anos pela corte musical do país, o jornas-fotógrafo (respeitado para muito além da música, inclusive) conta os causos dos seus mais icônicos registros.

Chuck Berry
“Um dos inventores do rock´n’roll no palco do Hotel Nacional, no Rio, em 1993, cantando ‘Go go / Go Johnny go, go / Johnny B Goode’”.

É curioso pensar que no início dos anos 1970 o Ricardo Beliel, hoje um referencial fotógrafo com larga experiência em cobertura de esportes, política, conflitos sociais, guerras, reportagens antropológicas e música, preferia muito mais se esmerar no desenho. Em suas andanças pelos festivais de rock e MPB, rodas de samba, gafieiras, rolês do movimento estudantil e por aí afora, no entanto, ele já clicava instintivamente alguma coisa. “Eu tinha estudado gravura no MAM, com Fayga Ostrower e Ana Letícia”, conta. “Fazia histórias em quadrinhos e, de vez em quando, fotografava. A primeira foto pela qual ganhei algum dinheiro foi da banda O Terço, cuja formação contava com Sergio Hinds, Vinícius Cantuária e Flávio Venturini”.

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A banda usou uma foto dele para divulgação e isso serviu de estímulo. Depois, Beliel fez o mesmo com Caetano e Gil. O produtor deles na época, Guilherme Araújo, passou a comprar as fotos que ele captava nos ensaios e a usar como material de divulgação. Eram outros tempos. Pouca gente se dedicava a clicar festas e shows, diferente do que rola atualmente. “Estar com uma câmera nos dava um certo status e nos aproximava dos músicos naturalmente”, comenta.

Mesmo assim, seu interesse maior continuava sendo desenhar e pintar. Ricardo Beliel vivia entre artistas, e para ele a fotografia era uma extensão das artes plásticas. Foi só quando se profissionalizou jornalista que se aprofundou na técnica e assumiu a persona de fotógrafo. Ele detalha que “no início, fotografar shows e artistas era quase que uma ação entre amigos. A nossa praia. Mas, como jornalista, passei a ter contato com gente que, até aquele momento, frequentavam apenas a minha admiração. O jornalismo expandiu minha atuação em várias direções, e a música se tornou uma fração dessa geleia geral. A música entremeia tudo isso”. Confira abaixo a primeira parte de uma seleção de cliques comentados pelo autor. Clique aqui para ver a segunda parte. ;)

Hermeto Pascoal
“Ainda nos anos 1980, fui à casa de Hermeto Pascoal fotográfa-lo, no bairro Jabour, próximo à Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Encontrei-o amassando uma tuba no fundo da casa. Em seguida fomos para a sala, onde se pôs a tocar piano enquanto eu o fotografava. Alternava gestos rápidos sobre as teclas e algumas anotações em uma pauta sobre o piano. Ria e tocava. De repente se levantou, pôs o rascunho de pauta no bolso, caminhou em direção à rua com a tuba amassada e improvisou um pequeno concerto para um grupo de garis. Todos o conheciam, o bruxo de cabelos de fogo. Antes de me despedir, pedi para fazer uma foto de seu rosto segurando a pauta que havia posto no bolso. Ao enquadrá-lo, percebi o nome da composição: “Bebo Você”. Perguntei o que significava. Me disse que a compôs enquanto eu o fotografava, bebendo a minha presença.”

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Alcione
“Eu trabalhava na revista Fatos e Fotos e fui à casa da Alcione para uma entrevista. Ela tinha começado a carreira ainda bem jovem, tocando na orquestra Jazz Guarani, comandada por seu pai no Maranhão, e, acidentalmente, passou a cantar quando a crooner deu um tempo, atacada por uma inesperada rouquidão. Nessa época a ‘Marrom’ era conhecida como a ‘cantora do trompete’, e começava a fazer sucesso depois de participar do programa de calouros do Flavio Cavalcanti na TV Tupi. A conversa, regada a muitas gargalhadas, rendeu por toda a tarde e acabei indo parar no estúdio da gravadora, onde ela estava preparando seu primeiro LP solo. No dia seguinte, quando voltei à redação com os filmes para revelar, ainda curtindo a noitada, encontrei meu editor, Justino Martins, com a cara amarrada. Me disse que uma cantora iniciante não merecia tamanho esforço de um fotógrafo da revista e principalmente o desperdício de tantos filmes. Dois Tri-X de 36 poses.”

Nelson Cavaquinho, Moreira da Silva e Guilherme de Brito
“Na passagem dos anos 1960 e 70 o teatro Opinião, em Copacabana, era um dos melhores lugares na cidade para começar ou acabar a noite. Em 64 já havia marcado presença abrigando Zé Keti, João do Vale, Nara Leão e Maria Bethânia num show histórico. Todas as segundas o teatro se transformava numa animada roda de samba promovida por Jorge Coutinho e o diretor João das Neves. Eu batia ponto toda semana. Chegava e já ia logo trocando umas ideias com o Luís, o porteiro, que também era secretário da Elza Soares, para em seguida estar lá dentro ouvindo Moreira da Silva, Dona Ivone Lara, Paulinho da Viola, Xangô da Mangueira, Elton Medeiros, Clementina de Jesus e muitos bambas do samba carioca. Nelson Cavaquinho e seu parceiro Guilherme de Brito eram mais assíduos do que eu [risos]. Eram os menestréis da roda. Nelson sempre terminava a noite, depois da roda, tomando seus tragos na Adega Pérola, próximo ao teatro, na companhia de admiradores e boêmios como eu.”

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Art Blakey and Jazz Mesengers
“Art Blakey veio ao Brasil em 1977 com seu fantástico grupo de músicos americanos tocar jazz da melhor qualidade. Entre eles, havia um trompetista russo, e como o Brasil estava com relações cortadas com a União Soviética, entrou quase clandestinamente no país. Blakey, rindo muito, apresentou seus músicos ao público durante o show: ‘Ladies and gentlemen, let me introduce the Jazz Messengers in our first Brazilian tour. On alto saxophone, from Lawrence, Kansas, Bobby Watson; on tenor saxophone, from Newark, New Jersey, David Schnitter; on piano, from Richmond, Virginia, Walter Davis Jr.; on bass, from New York City, Dennis Irwin; and on trumpet, from Harlem, New York, Valeri Ponomarev’. [Senhoras e senhores, deixem-me introduzir os Jazz Messengers em nossa primeira turnê brasileira. No sax alto, de Lawrence, Kansas, Bobby Watson; no sax tenor, de Newark, Nova Jersey, David Schnitter; no piano, de Richmond, Virginia, Walter Davis Jr.; no baixo, de Nova York, Dennis Irwin; e no trumpete, do Harlem, de Nova York, Valeri Ponomarev] O trompetista Valeri, com aquela cara de agente da KGB, olha para o sacana do Art sem acreditar. Estive lá vendo, ouvindo e fotografando, mas essa história me foi relembrada pelo amigo e grande crítico de jazz José Domingos Raffaelli.”

Astor Piazzolla
“Astor Piazzolla, o grande inovador e maestro do tango, com seu Sexteto em Buenos Aires.”

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Mi libertad es tango que baila en diez mil puertos

Y es rock, malambo y salmo y es opera y flamenco.

Mi libertango es libre, poeta y callejero,

Tan viejo como el mundo, tan simple como un credo.

(Libertango)

Baby Consuelo
“Baby Consuelo, assim que deixou o genial grupo Novos Baianos, começou uma nova carreira ao lado de seu marido Pepeu Gomes. Em seu primeiro show estavam quase todos os amigos e integrantes da ex-banda e clube de futebol. Apenas Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Galvão desfalcavam o time. Mas quase todos os Novos Baianos e a Cor do Som estavam no palco. Baby continuava elétrica e louca, como sempre foi, embora ficasse em nós um gosto de saudade dos tempos de 'Acabou Chorare', 'Mistério do Planeta', 'Dê um Rolê'…”.

Betinho e Guinga
“Em 1993 o sociólogo Betinho, Herbert de Souza, lançou a Ação da Cidadania junto com outros intelectuais e ativistas sociais. Segundo ele, ‘a motivação fundamental da Ação da Cidadania era a certeza de que democracia e miséria eram incompatíveis. A indigência havia alcançado níveis alarmantes, agravando ainda mais o quadro de pobreza que sempre caracterizou a realidade brasileira’. O mapa do Ipea indicava 32 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza. Vários artistas se juntaram para realizar ações, shows e exposições chamando a atenção para a urgência de olharmos para essa grande parte da população que estava à margem da sociedade. Fiz parte da comissão de vídeo, cinema e fotografia, sendo curador da mostra e mesa-redonda ‘Fome/Ação da Cidadania Contra a Miséria e Pela Vida’, no CCBB. A campanha foi encerrada com um show no Teatro Municipal do Rio, com a participação de Ney Matogrosso, Renato Russo, Fernanda Montenegro, Martinho da Vila, Ivan Lins e uma emocionante dupla, Betinho e o violinista Guinga, recitando a letra de ‘O Bêbado e o Equilibrista’:

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‘Que sonha com a volta do irmão do Henfil

Com tanta gente que partiu

Num rabo de foguete

Chora

A nossa Pátria mãe gentil’.”

BNegão
“BNegão é meu vizinho no prédio em que moramos em Santa Teresa, Rio de Janeiro. Conheço ele desde os tempos em que criou, com outros vizinhos do condomínio, a banda Funk Fuckers e depois o Planet Hemp. Essa foto é uma referência a uma serigrafia de Andy Warhol em que se usa uma imagem do cantor Elvis Presley com um revólver na mão, estilo cowboy. Em vez de serigrafia, apliquei a foto do Bernardo numa parede do nosso prédio e substituí o revólver por um microfone.”

Caetano Veloso
“Quando Caetano e Gil voltaram do exílio em Londres, em 1972, havia no Rio todo um ambiente tropicalista/contracultural que se espalhava pelas dunas na praia de Ipanema, o MAM, no aterro do Flamengo, os teatros de Copacabana, as ladeiras de Santa Teresa e, quando a polícia não nos perseguia, os festivais de música ao ar livre. Ao chegarem do frio londrino em pleno verão carioca os baianos fizeram concertos antológicos nos teatros Tereza Raquel, João Caetano, Municipal e Opinião. Eu, um jovem desenhista e fotógrafo esforçado, que frequentava seus ensaios, conheci o produtor e mentor artístico/tropicalista Guilherme Araújo, que passou a comprar as fotos que eu fazia com minha modesta câmera para ajudar na divulgação. Assim, comecei a publicar minhas primeiras fotos e, principalmente, a me sentir alguém com uma câmera na mão.”

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Miles Davis
“Após gravar o álbum On the Corner, Miles Davis veio ao Brasil para dois concertos no teatro Municipal do Rio, em 1974. Depois das experimentações sonoras em Bitches Brew, montou um grupo de músicos jovens com uma pegada funkeada, cheia de groove. Michael Henderson no baixo, três guitarras, com Pete Cosey, Reggie Lucas e Dominique Gaumont, Dave Liebman no sax soprano, Mtume na percussão e Al Foster na bateria. Era uma mistura frenética de James Brown com Coltrane e Stockhausen. O teatro não estava cheio e no meio da plateia, chapada com a força dessa usina sonora, alguns poucos vaiavam Miles e pediam que ele voltasse para os braços do cool jazz.”

Tim Maia
“O síndico Tim Maia comanda a festa. Fui a vários shows do Tim no Circo Voador e no Morro da Urca (a primeira estação do Pão de Açúcar) nos anos 80. Eram verdadeiros bailes, com todo mundo dançando ao som da banda Vitória Régia, enquanto o Tim se esbaldava balançando sua pança e comandando a massa.”

Ed Motta
“Ed Motta, sobrinho do Tim Maia, na época em que morava num pequeno apartamento na Tijuca, era fã de quadrinhos, soul, e ainda era considerado uma promessa musical.”

A matéria continua abaixo…

Damian Marley
“Damian Marley comemorando aniversário e lançando CD na festa Jamaican Gold, em Los Angeles. Filho de Bob e da ex-Miss Mundo Cindy Breakspeare, Damian também é conhecido como Jr Gong. Meu filho, Rudah, que mora em Los Angeles, me abriu as portas dessa casa jamaicana e seu som energeticamente envolvente.”

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When the music hit you, you no feel no pain

In Mt. Zion is where he live and reign

He said, “I don´t wanna, I don´t wanna wait in vain”

Chase those crazy bald head then from off of the lane

Guide a lot of people out of sorrow and shame

Mr. Marley, them know your name

Ragamurffin Mr. Marley in the Hall of Fame

Mr. Marley, them know your name

Ragamurffin Mr. Marley in the Hall of Fame

Clara Nunes
“Clara gostava de desfilar na frente da bateria da Portela, comandada por Mestre Marçal. Nessa época as pseudo-celebridades e artistas televisivos ainda não tinham se apropriado das escolas de samba. Sambistas eram formados nas próprias escolas e descendiam de famílias tradicionais de suas comunidades e do mundo do samba. Embora Clara fosse mineira e tivesse começado a carreira como cantora romântica, tinha alma portelense e era amada por todos e de todas as escolas. Os desfiles da azul e branco de Madureira começavam sempre com sua voz no alto do carro de som:

‘Portela

Eu nunca vi coisa mais bela

Quando ela pisa a passarela

E vai entrando na avenida

Parece a maravilha de aquarela que surgiu

O manto azul da padroeira do Brasil…’”.

Jorge Mautner
“Jorge era uma das figuras mais bonitas e originais da contracultura dos anos 70. Já o conhecia por meio de alguns textos e livros seus que circulavam nas mãos de alguns amigos. Veio de Londres acompanhando Gil e Caetano, que regressavam do exílio. Mautner sempre foi uma antítese dos tempos sombrios da ditadura militar. Era dionisíaco, solar, culto, alegre e irônico. Essa foto, fizemos num corredor vazio do prédio fantasma onde existiam os teatros Opinião e Tereza Raquel, dois lugares cult da contracultura e oposição à caretice militarista.”

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Julio Barroso
“Conheci Julio no início dos 70, quando ele morava numa manilha das obras do píer de Ipanema. Era um hippie meio lunático e profético. Uns dois anos depois, me chamou para participar de uma revista que estava organizando, Música do Planeta Terra. Publicou três edições apenas. Nessa época embarcou numa viagem de poesia beat, música, muita música, sexo e drogas. Era um cara irrequieto, criativo, engraçado, extremamente crítico, mas principalmente muito amigo. Foi para Nova York, onde ficou amigo do Helio Oiticica e tornou-se um DJ meio punk, meio junkie, mas sempre libertário. Voltou ao Brasil e criou a Gang 90, acompanhado das vozes das Absurdettes, e fizeram sucesso com a música “Perdidos na Selva”, num daqueles festivais da canção. Perdemos contato por um tempo, mas um dia, lendo o jornal, soube que havia perdido a vida despencando de uma janela num arranha-céu paulistano.”

Cartola (desfilando pela Mangueira)
“Cartola, 1978.”

Linda!
Te sinto mais bela
E fico na espera
Me sinto tão só
Mas!
O tempo que passa
Em dor maior
Bem maior…

Linda!
No que se apresenta
O triste se ausenta
Fez-se a alegria
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia
Aaai!
Corra e olhe o céu
Que o sol vem trazer
Bom dia…

Albert King
“Albert King nasceu no Mississipi e trabalhou durante a juventude nos campos de algodão de fazendas dominadas por brancos escravocratas. Ele se tornou um dos guitarristas mais influentes na música do século 20. Hendrix, Clapton e Mayall o reverenciavam em seus bluesy solos. Aliás, como Hendrix, era canhoto e tocava com o braço da guitarra invertido, igual ao mago de Woodstock. Hoje, quando vejo as fotos que tirei desse lendário músico, ainda sinto a vibração das cordas de sua guitarra.”

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Chico Buarque
“Essa foto foi feita durante a gravação do videoclipe da música ‘Paratodos’, em 1993. A locação era um areal em Itaboraí e fazia um calor infernal. O Chico, na foto, parece estar muito à vontade, mas na verdade suava muito, assim como todos nós que estávamos ali.”

Cauby Peixoto
“O cantor que arrastava multidões de fãs para a Rádio Nacional nos anos 50 e 60 também tentou carreira internacional, nos Estados Unidos, com o nome de Ron Coby. Foi por muito tempo o intérprete romântico mais popular do Brasil. Nunca teve vergonha de assumir o lado popularesco, visto como brega, exagerado, teatral e melodramático. Em seus shows, o público também dava um show, eram verdadeiras catarses escancaradas de romantismo explícito.”

Santana
“Em 1971, fui a uma apresentação do Santana no Teatro Municipal do Rio. Era a mesma formação da banda que tinha se apresentado em Woodstock. Na época não havia uma preocupação muito grande em preservar o teatro. Faziam até bailes de carnaval em seu interior. Nesse show antológico, num clima totalmente hippie e desbundado, o público dançava em cima das cadeiras e galerias envolto por fumaça de incenso e maconha. Em 91, voltei a vê-lo no Rock in Rio, tocando para uma multidão no Maracanã.”

Doces Bárbaros
“Quando os Doces Bárbaros (Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia) se apresentaram no Rio, no Canecão, Gil já havia sido preso por porte de maconha na passagem deles em Florianópolis. Eu trabalhava no jornal O Globo e fui pautado para cobrir o show dos ‘maconheiros’. Acho que os editores esperavam que algo de escandaloso acontecesse. Eu, que os conhecia, adorava a música e fui feliz da vida cumprir minha tarefa…”.

Johnny Lydon (PIL) ou Johnny Rotten (Sex Pistols)
“Joãozinho Podre, vocalista do Sex Pistols, esteve no Brasil com sua banda pós-Pistols, o Public Image Ltd, (PIL), e incendiou o Canecão. Fotografei na beira do palco, entre gritos, perdigotos, latas de cerveja voadoras, solos de guitarra, bolas de papel, críticas sociais, sarcasmo e muita adrenalina. No meio do caos, um show instigante para nunca mais esquecer. Na foto, ao lado de Johnny Lydon, o guitarrista Lu Edmonds.”

Prince
“Em 91, Prince veio ao Brasil se apresentar no Rock in Rio. Eu trabalhava na revista Manchete e fui com um pequeno grupo de jornalistas entrevistá-lo numa suíte do hotel Rio Palace, em Copacabana. Quando estávamos passando pelo corredor em direção ao local da entrevista, um grupo de seguranças nos cercou fazendo um corredor de braços e caras amarradas, por onde se percebia passar um baixinho, envolto num roupão e capuz, parecendo um mini Yoda. Prince, que naquela época não se deixava chamar por qualquer nome, era o inominável. Também não aceitou ser entrevistado. O pouco mais de um metro e meio de altura não fazia jus ao tamanho de seu ego. Mas a decepção da tarde se desfez com sua apresentação à noite. Um show fantástico, realmente inominável.”

Flying Lotus e Gaslamp Killer
“Dois grandes DJs e produtores da cena musical de Los Angeles. Seus caminhos se cruzam com os de Ravi Coltrane, Kendrick Lamar, Snoop Dogg, Herbie Hancock, Erykah Badu e George Clinton. 2011.”