FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Sonhos e Projeções de Consciência com Flying Lotus

Especulamos com o Steve Ellison sobre seu novo disco, e a dica é: vai ter um feat. do Captain Murphy

Steve Ellison, o Flying Lotus, tem uma carreira tão multifacetada que é difícil conseguir acompanhar tudo que ele faz. Como se compor a trilha sonora de um filme e comandar um selo já não fosse trabalho suficiente, ele ainda dá conta de satisfazer seu alter-ego, Captain Murphy, enquanto arranja tempo pra curtir umas projeções de consciência.

Noisey: Acabei de ler no Twitter que você está se mudando. Eu me mudei há poucos meses e minhas coisas ainda estão no meu carro.

Publicidade

Flying Lotus: Pois é, cara, é uma merda.

Você sente falta de Los Angeles quando está longe?

Sim, fico com saudades. Fico com saudades de ir até o mercado. É parte do ótimo trabalho que eu tenho, mas eu nunca fico longe tanto tempo. Nunca deixo L.A. por muito tempo. Não sou daqueles que saem em turnê pelo mundo todo. Eu provavelmente deveria, mas não sou.

Você pode me adiantar alguma coisa sobre o que planejou pros efeitos visuais?

Vão rolar umas coisas novas, e alguns complementos ao que já tínhamos.

A arte gráfica no palco é uma parte surreal da sua apresentação. É como se fosse de outro universo. Li que quando estava compondo o Until The Quiet Comes você pensou em aspectos do disco através de projeções de consciência. Seus sonhos influenciam muito sua música?

Experiências estranhas de sonhos que eu tive -- fora do corpo -- me inspiraram quando eu estava compondo o Until The Quiet Comes. Fiquei inspirado pela minha curiosidade, tentei passar isso pra minha música. Queria fazer um disco com ar de sonho, como se fosse uma cantiga de ninar: mágico, etéreo, com sons de sonhos -- me inspirei por aquilo que estava lá fora. Acho que é assim que é meu som.

Until The Quiet Comes percorreu temas de subconsciente e sonhos. Você tem grandes temas pro próximo disco?

É similar aos conceitos que planejei anteriormente nesse aspecto, mas a história é mais profunda dessa vez e a jornada é mais intensa. Está ficando bem interessante.

Publicidade

É mais obscuro que seu último disco?

Eu diria que sim, mais desafiador do que o anterior. Mas ao mesmo tempo sinto que há momentos de luz e momentos de diversão, momentos que são bem bobos. Faço a maioria das coisas com um sorriso na cara, mesmo que seja épico e sério, faço com um sorriso, faço brincando. Mesmo que seja intenso e profundo, eu também rio disso.

O Captain Murphy vai estar no seu próximo disco?

Sim, vai. Embora não como você pense.

É estranho ter ambos os seus alter-egos juntos no mesmo projeto? Imagino que ambos sejam de mundos diferentes.

Engraçado você dizer isso porque penso que as paradas do Captain Murphy nesse disco não são como as que estão no disco do Captain Murphy. É o Captain Murphy tocando no mundo do Lotus. Sou muito consciente de todas essas coisas, tenho consciência do equilíbrio entre os sons. É um lance muito importante pra mim. Há um tempo pra tudo. Esse disco vai acabar e as coisas do Murphy vão continuar. É quase como se a história continuasse. Mas se as pessoas estão esperando que as coisas nesse disco sejam como no disco do Captain Murphy, vão levar uma chacoalhada.

Você disse que esse disco vai ser mais jazzístico e que talvez seja “dissonante a princípio”.

Sim, eu sempre curti jazz -- não escondo isso. Mas acho que nos últimos discos eu meio que andei explorando isso, brincando com isso: pedaços disso aqui e ali. Mas agora isso está realmente fora da toca nesse disco, então vou curtir com essa onda. Acho que, no fim das contas, sinto como se sempre nos voltássemos ao jazz pra nos tornarmos seres superiores. Acho que essa é a linha principal do disco.