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Música

Ouça 'DNA', faixa inédita do novo disco do Rashid

‘A Coragem da Luz’ sai nesta sexta (18) é o primeiro álbum cheio do rapper, que agora investe em uma sonoridade mais madura, com samba e jazz.

Foto por Guilherme Santana/VICE

Tem algo muito interessante em ver músicos envelhecerem. É uma forma de ver que o tempo passa pra todo mundo. O artista pode até lutar contra isso e se tornar aquele eterno Chorão cantando para adolescentes por duas gerações, pode até ficar tiozinho Highlander empunhando a guitarra como o Keith Richards, mas o papo é: o tempo é inexorável. Ele pode te fazer bem ou mal, mas trará mudanças. A Coragem da Luz, primeiro disco oficial do Rashid depois de três mixtapes e um EP, é nada mais do que o tempo falando que as coisas mudaram. “Eu sempre pensei muito sobre o tempo. Eu fiz o Hora de Acordar com 22 anos. Por mais a frente que eu pudesse achar que meu pensamento era, ainda era o pensamento de um moleque de 22 anos. Tem certas experiências e coisas que você descobre dentro de você só depois de um certo tempo.” Mais maduro, o rapper muda o discurso, muda a forma de enxergar a música, evolui a caneta e cresce. Em vias de completar 28 anos, ele chega manso — quase acanhado — como sempre, mas certeiro como nunca. “Antigamente era muita preocupação com as 16 barras, as 16 linhas, os punch lines. Isso não se perde dentro do que eu sou, porque eu venho das batalhas, mas a preocupação agora é fazer uma música grande, uma música que as pessoas de fora ouçam e falem: ‘caramba, os caras não estão brincando’.”

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Foto por Guilherme Santana/VICE A evolução está nos pequenos detalhes. Rashid convocou um time pesado para dividir os vocais. Gente da laia de Mano Brown, Max de Castro, Criolo, Xênia França, Izzy Gordon, Godô, Srta. Paola e Alexandre Carlo. Entre os produtores estão: Nave, Parteum, Marechal, Damien Seth, Coyote, Caique, Skeeter e Vitor Cabral. “Várias dessas participações foram surgindo de acordo com que as músicas foram crescendo. A própria “A Cena”(que soltamos o clipe exclusivo aqui no Noisey) foi uma música que nasceu de um beat que eu fiz na MPC, levei pra banda tocar. O sample era da Nina Simone, a gente desconstruiu, mas lá tinha aquele poder da Nina Simone. A gente achava que precisava de uma voz, uma presença e encontramos isso na Izzy Gordon.” A direção musical é assinada pelo próprio rapper em parceria com o monstrinho Julio Mossil. A masterização ficou na responsa do Tony Dawsey, pica dos discos de rap americano. “Quando pintou a oportunidade de masterizar com o Tony eu nem perguntei preço, tá ligado. Dane-se, vamos masterizar com o Tony Dawsey, o cara masterizava os discos do Jay-Z, ele fez várias coisas do rap que a gente pira, então eu vou fazer com esse mano e é isso memo.”

Foto por Guilherme Santana/VICE

O álbum será lançado na próxima sexta (18), mas adiantamos em primeira mão “DNA”, faixa produzida por Damien Seth, que traz uma banda — e até umas cuícas. “Ela está pronta desde 2014. Foi feita para um outro projeto, pra uma outra fita, e a gente já tava pensando nesse disco, por isso ela já tem uma cara diferente das coisas que estávamos produzindo naquela época”, explica Rashid.

Enquanto sexta não chega, ouve aí:

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