FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Ouça o terceiro álbum do Black Sea, 'Mercurial'

A banda pós-metal conseguiu dar um jeito nos desencontros para lançar seu novo álbum que sai pela Sinewave.

Foto por: Cristina Pagnoncelli, que também assina a arte do disco

O Black Sea meteu as caras no cenário do metal com dois discos bem foda na sequência, o It’s All About Silence (2009) e o Somethings Cannot Be Mirrored (2010). Depois, entrou num hiato. Quer dizer, um hiato não premeditado, porque apesar de ter ficado seis anos sem lançar nada, o quinteto curitibano jamais decretou seu fim. “Nós nunca acabamos com a banda, mas a vida foi fazendo a gente ter mais ou menos disponibilidade em alguns momentos durante esses últimos anos”, explica o baterista Marcos Paulo. Além do lance da “disponibilidade”, a saída do primeiro baixista, no final de 2011, empacou o caminho da banda, diante da dificuldade para achar um substituto adequado ao tipo de som, com uma pegada de ISIS e Rosetta.

Publicidade

Até que um amigo em comum lembrou do Marcio D Avila, e a coisa fluiu. Com o posto preenchido, no final de 2013 o Black Sea fez um show no Exhale the Sound, em Belo Horizonte. “Sabíamos que a banda tinha voltado e queríamos gravar coisas novas. Em 2014 fizemos mais uns shows, com a entrada do Alan [Ferreira, guitarra] para colocar ainda mais peso nas guitarras, compusemos tudo o que tem nesse disco e começamos a nos preparar para gravar”, relata. O álbum ao qual o Marcos se refere é Mercurial, que chega às redes nesta quinta (14) pela Sinewave. Os shows de lançamento rolam dia 21, no Sinewave Fest, no no 92 Graus, em Curitiba, com Loomer, Herod e Giant Gutter; dia 22 com o Huey, no 74 Club, em Santo André; e dia 23 no Black Embers Fest, na Tracktower, em São Paulo.

O processo de gravação do trabalho exigiu o empenho dos músicos para não deixar o projeto miar. “Quase todo mundo mudou de emprego, abriu empresa, nenhuma agenda encaixava e, no meio disso, eu ainda estava indo trabalhar fora do país durante um tempo”, conta Marcos. “Eu sabia que se não gravasse as baterias antes de ir, para que eles agilizassem os outros instrumentos, talvez nunca tivéssemos um disco novo.” Sendo assim, ele deixou prontas as linhas de batera em maio do ano passado. As linhas de guitarras e baixo foram gravadas em dezembro, e, o vocal, só agora em fevereiro. À exceção de “Tábula Rasa”, que é uma versão reciclada de uma faixa do primeiro disco, todas as outras composições datam de cerca de dois anos. O que não significa que elas não foram sofrendo lapidações nesse meio tempo.

Os caras do Black Sea preferem lançar discos com no máximo seis músicas, porém bem trabalhadas, do que um full lenght com faixas que não alcançam todo o seu potencial. O play em questão, tem cinco. “Acho que elas ainda contêm a mesma força, ou até mais, do que as versões iniciais. Pra ser sincero, tem detalhes que até já mudei depois que gravamos”, observa o baterista. O som caminha na densidade, mas sem se perder em técnica. Mais do que entoar letras, o vocal do Rodolfo Garcia atua mais como um instrumento, alinhando-se à atmosfera imposta pelas cordas. Além das influências já citadas, a forma da música do Black Sea importa traços de Russian Circles, Neurosis, Cult of Luna, Mastodon, Deftones e Raein. Uma equação que a gente saca, mas que, para os bangers do Leste Europeu, é curiosamente insólita. “Uma quantidade bizarra de fóruns ucranianos, russos e bielorussos sobre metal fazem menção à banda e sobre o fato de não entenderem por que brasileiros fazem esse tipo de som”, exclama Marcos Paulo.

O Black Sea está no Bandcamp e no Facebook

Siga o Noisey nas redes: Facebook | Soundcloud | Twitter