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Música

Luziluzia e a alegria de saber festejar sozinho

A banda goiana lançou na surdina o 'EP 2/3: autofarra - trilha pra festa boa', um compilado de faixas que misturam noise-psicodélico com eletrônico lo-fi e têm como único objetivo te fazer festar.

Você pode não ter ficado sabendo, mas finalmente saiu o novo EP do Luziluzia, o EP 2/3: autofarra - trilha para festa boa. É que o disco, que era pra ter saído no finalzinho do ano passado, acabou saindo só na semana passada, meio que na surdina, quando ninguém tava esperando. Deve ter sido por isso que quase ninguém (além dos fãs no Twitter) falou sobre/ouviu o disco. Tenho quase certeza que essa é a primeira matéria sobre o EP em quase seis dias desde o seu lançamento oficial, o que é um puta de um desperdício, considerando que o disco tá bem bom. [Atualizção 18/01, às 15h15: saíram algumas matérias sobre o disco sim. Eu que não tinha visto antes, perdão].

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O ep 2/3: autofarra - trilha para festa boa vem surfando a mesma onda do primeiro lançamento dessa série do Luziluzia, o ep 1/3: concerto para caixas pequenas, que é a de gravar várias canções sem muita pretensão, seja com todo mundo gravando junto "numa sentada", de um jeito meio tosqueira (caso do ep 1/3 e de "caverninha", primeira faixa desse novo) ou com cada um gravando sozinho no seu quarto (caso do segundo EP).  E sempre misturando umas guitarras psicodélicas com ruídos e produção lo-fi. O que esse disco novo tem de diferente é que eles acrescentaram uns beats eletrônicos pra ficar tudo levemente com cara de festa. "Foi pra dar uma animada/desanimada", disse o baixista Raphael Vaz. "Autofarra tem essa ideia de festar sozinho, de conseguir se divertir com a sua própria companhia, por escolha sua ou também por falta dela."

Também foi a primeira vez que os meninos resolveram gravar com uma drum machine. "'Drum machine have no soul' (frase de apresentação do EP que tá lá no nosso Bandcamp) é um negócio que nosso batera Ricardo Machado já falava há muito tempo", diz Raphael, que explicou que a escolha da bateria eletrônica se deu muito porque eles são uma banda que não consegue se reunir muito, muito por causa da falta de tempo dos integrantes, que tão sempre ocupados com seus outros projetos musicais (lembrando que o Raphael e o Benke Ferraz têm o Boogarins; já o Ricardo e o João Victor Santana, o Carne Doce).

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"A praticidade da tecnologia facilitou a gravação caseira e solitária, que foi a maior parte do processo desse EP", comentou o baixista.  "Além disso, ela permitiu um outro tipo de composição que gostamos muito, que é quando a canção, ao invés de ser um ponto de partida, vira um ponto de chegada.  A coisa vai ficando pronta enquanto vai sendo gravada. No caso do desse disco, atá a melodia de voz entrou nesse esquema."

Sobre o terceiro EP dessa série do Luziluzia, o Raphael só adiantou que: 1) tem uma música pronta e mais algumas tomando rumo; 2) vai ser um EP bem roqueiro, da volta triunfante do rock e 3) eles não vão dar nenhuma previsão ainda de quando deve sair, porque pode atrasar, devido os compromissos deles com o Boogarins e o Carne Doce.

Autofarra saiu pelo selo goiano LaLonge, que também lançou o ep 1/3 e o Raposa, disco do Kastelijns. E, na capa, temos o baterista Ricardo, que não tocou nesse EP, "tentando se divertir sozinho como pode, em cima de um jumento disfarçado de zebra", nas palavras do Raphael. Ouça abaixo:

Ficha Técnica: Letras das faixas 1, 3 e 5 por Raphael Vaz, da faixa 4 por Benke Ferraz, da faixa 2 por João Victor Santana. Mixado e masterizado por Benke Ferraz, que também fez a capa.