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Música

Descanse em paz, Kid Vinil

O músico e apresentador faleceu na tarde desta sexta (19), aos 62 anos.

Depois de ficar internado um mês no Hospital da Luz, na Vila Mariana, por ter passado mal em um show em Minas Gerais, o músico, apresentador e jornalista paulistano Antônio Carlos Senefonte, o Kid Vinil, morreu na tarde desta sexta (19). A informação foi confirmada pelo Thunderbird no Twitter:

Deixamos nossos sentimentos à família e amigos. Adicionaremos mais informações em breve.

Compilamos abaixo algumas homenagens postadas nas redes sociais e alguns depoimentos que pegamos em tributo ao Kid:

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Camilo Rocha: "Conheci o Kid no fim da década de 80. Sempre foi um cara gente boa, apaixonado pelo que fazia e com vontade de compartilhar isso com as pessoas. Nos anos 80, pré-internet e mesmo pré-MTV, pessoas como ele eram faróis pra conhecer o que havia de novo e interessante. Tive a sorte de assistir a um de seus programas de rádio de dentro do estúdio na 89 FM, fui parar lá por causa de amigos em comum. Eu era bem novo e fiquei altamente deslumbrado, o Kid era muito famoso nessa época e um ícone pra molecada que curtia música a sério."

Patty Dijigov: "Fui ouvinte do Kid Vinil em vários programas de rádio que eram a fonte de música e informação em tempos sem internet. De tanto participar com cartas e telefonemas, um dia ele me convidou para conhecer o estúdio e assistir um dos programas ao vivo e ficamos amigos. O intercâmbio musical me transformou em sua assistente, comecei a acompanhá-lo também nas festas onde ele discotecava e tive essa oportunidade de conviver muito com ele, sempre aprendendo sobre música, bandas novas e influências antigas. Kid sempre foi um fonte inesgotável de conhecimento, gostava de transmitir sua cultura com modéstia ímpar. Uma pessoa realmente apaixonada por música e por tudo que fazia. Uma grande perda, que sempre seja lembrado por sua enorme contribuição e ensinamentos."

Gilberto Custódio, da Locomotiva Discos: "Em 1994 eu tinha 16 anos e o Kid Vinil mudou a minha vida. Nessa época eu trabalhava de dia, estudava a noite e chegava em casa lá pelas 23 horas, bem no começo do programa do Kid Vinil na Rádio Brasil 2000. Ouvia o programa todo dia. Eu tinha o costume de ouvir com papel e caneta na mão, para anotar nomes de bandas e informações diversas, além de uma fita no som para gravar uma ou outra música. Num desses programas, o Kid Vinil tocou o primeiro single da banda Drugstore e disse que era a banda de uma brasileira radicada em Londres. Passou o endereço rapidamente e por sorte eu consegui anotar. Escrevi uma carta com algumas perguntas e depois de umas semanas recebi as respostas, fotos e 2 singles em vinil 7". Eu já editava o Fanzine Esquizofrenia e estava preparando a edição # 5, que foi sair em setembro de 1994 com uma entrevista com o Drugstore. Foi considerado um furo jornalístico, pois até então ninguém conhecia a banda. Essa edição do fanzine teve uma enorme repercussão e foi a partir daí que eu mergulhei a fundo no mundo da música. Considero esse momento de ter anotado o endereço que o Kid Vinil divulgou na rádio como o momento exato que tudo mudou. Se hoje em dia respiro música 24 horas por dia na Locomotiva Discos, grande parte disso é por causa do Kid Vinil. Esse é o tamanho da importância desse grande homem na minha vida. Durante todos esses anos tive a sorte de ter discotecado com ele no Atari Club aos sábados e também de ter ele como cliente na loja. Aprendi muito com o professor Kid Vinil. Descanse em paz!"

Fábio Massari: "O Kid Vinil foi meu primeiro herói radiofônico. O modelo. Garoto entusiasmado com os bons sons, ouvindo seu programa na Excelsior (e ligando no estúdio para aborrecê-lo), decidi, ou melhor, descobri que era aquilo que eu queria fazer — eu queria ser como o Kid. Nos meus primeiros anos de atividade na área, sempre que possível me deu espaço (o que não costuma ocorrer com frequência). Figura generosa, estava sempre pronto para uma boa conversa — principalmente se o assunto fossem bandas. E discos. E shows. E lojas. E encontros… Triste dia em que se cala sua voz, se encerra a transmissão. Nesses tempos bicudos (para não dizer escrotos) em que vivemos, registre-se a perda de um verdadeiro herói do Brasil."