Camilo Rocha: "Conheci o Kid no fim da década de 80. Sempre foi um cara gente boa, apaixonado pelo que fazia e com vontade de compartilhar isso com as pessoas. Nos anos 80, pré-internet e mesmo pré-MTV, pessoas como ele eram faróis pra conhecer o que havia de novo e interessante. Tive a sorte de assistir a um de seus programas de rádio de dentro do estúdio na 89 FM, fui parar lá por causa de amigos em comum. Eu era bem novo e fiquei altamente deslumbrado, o Kid era muito famoso nessa época e um ícone pra molecada que curtia música a sério."
Patty Dijigov: "Fui ouvinte do Kid Vinil em vários programas de rádio que eram a fonte de música e informação em tempos sem internet. De tanto participar com cartas e telefonemas, um dia ele me convidou para conhecer o estúdio e assistir um dos programas ao vivo e ficamos amigos. O intercâmbio musical me transformou em sua assistente, comecei a acompanhá-lo também nas festas onde ele discotecava e tive essa oportunidade de conviver muito com ele, sempre aprendendo sobre música, bandas novas e influências antigas. Kid sempre foi um fonte inesgotável de conhecimento, gostava de transmitir sua cultura com modéstia ímpar. Uma pessoa realmente apaixonada por música e por tudo que fazia. Uma grande perda, que sempre seja lembrado por sua enorme contribuição e ensinamentos."
Gilberto Custódio, da Locomotiva Discos: "Em 1994 eu tinha 16 anos e o Kid Vinil mudou a minha vida. Nessa época eu trabalhava de dia, estudava a noite e chegava em casa lá pelas 23 horas, bem no começo do programa do Kid Vinil na Rádio Brasil 2000. Ouvia o programa todo dia. Eu tinha o costume de ouvir com papel e caneta na mão, para anotar nomes de bandas e informações diversas, além de uma fita no som para gravar uma ou outra música. Num desses programas, o Kid Vinil tocou o primeiro single da banda Drugstore e disse que era a banda de uma brasileira radicada em Londres. Passou o endereço rapidamente e por sorte eu consegui anotar. Escrevi uma carta com algumas perguntas e depois de umas semanas recebi as respostas, fotos e 2 singles em vinil 7". Eu já editava o Fanzine Esquizofrenia e estava preparando a edição # 5, que foi sair em setembro de 1994 com uma entrevista com o Drugstore. Foi considerado um furo jornalístico, pois até então ninguém conhecia a banda. Essa edição do fanzine teve uma enorme repercussão e foi a partir daí que eu mergulhei a fundo no mundo da música. Considero esse momento de ter anotado o endereço que o Kid Vinil divulgou na rádio como o momento exato que tudo mudou. Se hoje em dia respiro música 24 horas por dia na Locomotiva Discos, grande parte disso é por causa do Kid Vinil. Esse é o tamanho da importância desse grande homem na minha vida. Durante todos esses anos tive a sorte de ter discotecado com ele no Atari Club aos sábados e também de ter ele como cliente na loja. Aprendi muito com o professor Kid Vinil. Descanse em paz!"
Fábio Massari: "O Kid Vinil foi meu primeiro herói radiofônico. O modelo. Garoto entusiasmado com os bons sons, ouvindo seu programa na Excelsior (e ligando no estúdio para aborrecê-lo), decidi, ou melhor, descobri que era aquilo que eu queria fazer — eu queria ser como o Kid. Nos meus primeiros anos de atividade na área, sempre que possível me deu espaço (o que não costuma ocorrer com frequência). Figura generosa, estava sempre pronto para uma boa conversa — principalmente se o assunto fossem bandas. E discos. E shows. E lojas. E encontros… Triste dia em que se cala sua voz, se encerra a transmissão. Nesses tempos bicudos (para não dizer escrotos) em que vivemos, registre-se a perda de um verdadeiro herói do Brasil."