O Neurosis chegou aos 30 anos mais relevante do que nunca e com um discaço

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Música

O Neurosis chegou aos 30 anos mais relevante do que nunca e com um discaço

Com o novo ‘Fires Within Fires’, os precursores do metal alternativo mostram por que ainda são os maiores do estilo.

Formado em 1985 na região de Oakland, na Califórnia, o Neurosis conseguiu chegar aos 30 anos de carreira ainda na ativa e com uma relevância verdadeira. Algo que poucas bandas podem aspirar, quanto mais alcançar.

Prova disso é o recém-lançado Fires Within Fires, que saiu no fim de setembro pelo próprio selo dos caras, o já lendário Neurot Recordings. Álbum mais curto do quinteto desde The Word as Law (1990), o novo disco possui pouco mais de 40 minutos divididos em cinco músicas que trazem todos os elementos já conhecidos e esperados pelos fãs da banda.

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Desde a abertura, com a guitarra marcante de "Bending Light", estão lá os riffs pesadíssimos e repetitivos, as baterias tribais, o baixo marcante e os vocais inconfundíveis de Steve Von Till e Scott Kelly, que se unem em uma harmonização de arrepiar na última faixa "Reach", que fecha o disco em seu ponto mais alto.

Apesar dessas familiaridades, o novo álbum, o 11º da carreira da banda, traz diferenças marcantes em relação aos antecessores Given to the Rising (2007) e Honor Found in Decay (2012): tudo aqui soa mais simples e urgente. Talvez por terem tocado muito material antigo neste último ano ou ainda pelo fato de as músicas novas terem sido escritas em apenas seis dias, quase uma por dia.

Na entrevista abaixo, o guitarrista e vocalista Scott Kelly, um dos fundadores do Neurosis, fala obviamente sobre o disco novo, relembra os momentos mais marcantes dos 30 anos de carreira, comenta sua estreia nos palcos de um teatro, revela como The Germs e Crass mudaram a sua vida, além de deixar clara a vontade da banda em vir ao Brasil pela primeira vez.

Vocês tocaram recentemente no Amplifest , que marcou o primeiro show da história do Neurosis em Portugal. Esse é um dos principais fatores que vocês levam em conta hoje na hora de decidir onde tocar? Conseguir ir para locais onde nunca estiveram?
Scott: Na verdade, também estamos tentando ir para a América do Sul. Espero que no ano que vem a gente consiga fazer isso. Estamos tentando ir para muitos lugares que não conseguimos no passado, apenas porque está na hora. E acho que chegamos em um momento em que podemos fazer isso, em que as pessoas nos conhecem nestes lugares e tudo mais. Em Portugal foi meio que especial apenas porque o André (Mendes, organizador do Amplifest) é um amigo. Já estive lá algumas vezes antes com a minha carreira solo, por isso já tínhamos uma boa relação com ele. E estávamos muito animados em fazer isso com ele, em trabalhar com ele.

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Entendi, legal. Espero realmente que vocês venham para a América do Sul, seria incrível. Agora sobre o disco novo. É o álbum mais curto da banda desde o começo dos anos 1990, com pouco mais de 40 minutos de duração divididos em apenas cinco músicas. Pensa que hoje em dia vocês conseguem talvez ficar mais distantes das faixas para cortar mais coisas, como intros e outros trechos, deixando-as mais "limpas" de uma certa maneira?
Sim. Acho que não estávamos realmente muito preocupados com a duração do disco desde que estivesse contando a história que nós queríamos contar, sabe? Desde que tivesse o arco emocional que estávamos buscando. E fizemos um esforço para tentar manter as coisas mais concisas e diretas desta vez. E, honestamente, acho que conseguimos fazer isso. Penso que há tanto nesses 40 minutos do que em outros álbuns de 60 ou 65 minutos que fizemos no passado.

Além disso, o álbum também foi composto de forma muito rápida, em algo como três finais de semanas. E você disse em uma entrevista recente que hoje em dia vocês tem mais consciência sobre a importância do tempo que passam juntos. Pensa que por conta disso talvez consigam aproveitar melhor esses períodos curtos em que se juntam, trabalhando mais rápido e tudo mais?
Sim, acho que sim. Acho que é um ótimo ponto. E penso que é uma resposta muito boa a que você chegou. Acho que isso tem muito a ver com esse fato (de estarmos mais conscientes). Penso que quando nos juntamos, realmente valorizamos esse nosso tempo juntos. E vamos ao trabalho, trabalhamos duro e de forma rápida. Sempre trabalhamos duro, mas acho que talvez não sentíssemos o "peso" do tempo que te atinge quando se está junto há tanto tempo como nós estamos. Meio que sabendo que isso só vai até determinado ponto e que, em algum momento, vai parar.

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Vocês vêm tocando duas músicas novas nos shows e elas realmente se encaixam muito bem em meio a todo o material dos discos anteriores, seja do Souls at Zero , do Enemy of the Sun ou do Given to the Rising , por exemplo. Quando estão compondo, como vocês sabem que tem em mãos uma música com potencial para entrar no disco? Há algo de especial nesse processo?
Acho que a gente não sabe. Quero dizer, nós apenas meio que sentimos isso. É algo que apenas se mostra. Penso que é algo que você se sente nas suas entranhas. E às vezes as músicas não funcionam tão bem ao vivo. Estamos tocando duas músicas novas ao vivo, vamos adicionar mais duas nos próximos shows. E depois vamos começar a trabalhar para levar a quinta música, para ver como ela funciona ao vivo (nota: com isso, a banda tocaria o disco todo nos shows). E concordo que essas duas músicas novas que estamos tocando ("Bending Light" e "Broken Ground") soam bem ao vivo e se encaixam bem no setlist.

E você tem alguma música favorita no disco novo?
Não. Gosto de todas igualmente, de verdade. Vejo todas como apenas uma coisa, um grupo de músicas que pinta o quadro que queríamos.

​O fato de estarmos todos vivos realmente é sorte.

Após mais de 30 anos de carreira, o Neurosis é a prova viva de que música underground e apaixonada pode funcionar por muito tempo. Você já falou em outras entrevistas sobre como vocês precisavam de espaço após terem feito tantas turnês na época do Through Silver in Blood (1995). Pensa que esse espaço que tiveram depois dessa decisão de fazer menos shows e tudo mais foi o que permitiu à banda chegar aos 30 anos ainda tão forte e relevante com discos aguardados e tudo mais?
É, acho que isso teve muito a ver. Penso que essa decisão trouxe muita vida para o que estávamos fazendo. Nos permitiu apenas encontrar um equilíbrio que precisávamos muito, sabe? Penso que estávamos muito fora de equilíbrio naquele momento, na época do Through Silver in Blood, quando estávamos fazendo turnês o tempo todo.

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Ainda sobre os anos 1990. Entrevistei o Iggor Cavalera há algum tempo e ele falou que o Neurosis foi uma grande influência para o Sepultura fazer todo o lance tribal ao vivo com os tambores — ele disse que decidiu fazer isso após ver um show do Neurosis. Por isso, queria saber se ele alguma vez procurou vocês para falar algo sobre o assunto ou algo do tipo.
Sim, o Iggor falou com certeza. Sinto falta desse cara, não o vejo há muitos e muitos anos. Mas o Iggor sempre nos deu o reconhecimento por isso — ou como você quiser chamar. E nós sempre fomos muito agradecidos por isso. E penso que a maneira como eles (o Sepultura) pegaram esse lance e transformaram em algo próprio foi muito impactante e significativa. Eles são uma banda fantástica e sempre foram durante todo esse tempo. O Iggor é um cara muito legal e humilde.

Clipe de "Atittude", do Sepultura, com o IGgor usando camiseta do Neurosis e imitando as bateras.

Aliás, o Iggor me contou uma história engraçada sobre o Sepultura e o Neurosis quando falei com ele. Sobre uma vez nos anos 1990 em que o Sepultura e o Clutch, que estavam fazendo uma tour juntos, tocaram no mesmo lugar que o Neurosis nos EUA, mas em uma sala diferente. E que você convidou o Iggor e o Jean Paul (baterista do Clutch) para subirem ao palco com o Neurosis após o set de vocês para ficar tocando os lances tribais e vocês ficaram um tempão fazendo isso, talvez horas, até o lugar acender as luzes para mandar todo mundo embora.
Sim, totalmente verdade. Foi exatamente o que aconteceu. Talvez não tenham sido horas, mas foi bastante tempo (risos).

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Por favor, me diga três discos que mudaram a sua vida e por que eles fizeram isso.
O GI (1979), do The Germs, foi e continua sendo um disco gigante para mim. Penso que a evolução da banda em um período tão curto de tempo é incrível. E acho que as palavras naquele disco continuam muito impactantes.​

E o Stations of the Crass (1979), do Crass, também foi outro que realmente me atingiu. Apenas porque toda a abordagem deles era meio experimental. Eles estavam mais desconstruindo a música em vez de construí-la, não sei se isso faz sentido. Mas as coisas que eles faziam e a maneira como tocavam, os timbres que usavam, era tudo muito único. E, novamente, o álbum também tinha letras muito fortes que me mudaram.​

E, depois disso, não sei, talvez algum disco do Black Sabbath, acho que o Sabotage (1975) ou algo assim. Qualquer um dos seis primeiros discos do Sabbath tiveram uma influência enorme em mim, tanto pelas guitarras quanto pelas letras. Porque eles faziam um som que era mais pesado do que se podia acreditar, mas ao mesmo tempo com letras que significavam algo, que realmente carregavam mensagens políticas e espirituais.

E o Black Flag foi outra banda que me influenciou bastante, com as letras meio políticas e pessoais deles. E o jeito do Greg Ginn tocar, meio que atacando a guitarra, usando mais a guitarra como uma arma do que como um instrumento. Acho que é isso.

Agora sobre a sua carreira solo. Fiz essa mesma pergunta para o Steve (Von Till, do Neurosis) no ano passado. Pensa que as carreiras solo de vocês meio que abriram o caminho para que outros artistas como Wino, Mike Scheidt, Nate Hall, John Baizley e Kirk Lloyd, entre outros, seguissem e fizessem incursões parecidas ao também lançarem carreiras solo mais voltadas para sons acústicos e folk?
Não sei. Quero dizer, acho que eles todos fizeram isso por conta própria. Acho que para nós foi meio que uma reação natural ao que estávamos fazendo na época. Como fazer algo totalmente oposto ao que estávamos fazendo quando começamos a fazer os lances acústicos. Focar mais na simplicidade e meio que nos espaços abertos. E também nas palavras. Sim, acho que foi uma grande revelação para nós entrar e realmente mergulhar fundo nisso.

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E pensa que, na época do A Sun that Never Sets (2001) e do Eye of Every Storm (2004), houve uma influência desses trabalhos solos sobre esses discos e vice-versa?
Acho que tudo se encontrou. E isso continuou com o tempo. Penso que tudo que fizemos ao longo do tempo meio que se aproximou em algum momento e em algum lugar. É tudo parte da mesma experiência, tudo meio que sai a partir do mesmo eixo central do que fizemos com o Neurosis. Mas acho que tudo o que fizemos com nossos outros projetos e tudo mais acaba voltando para o Neurosis.​

E você pensa em fazer outro disco solo em breve, talvez no ano que vem?
Sim, com certeza. Estou trabalhando nisso. Gravei um EP (chamado Push Me on to the Sun) com quatro músicas novas no ano passado e lancei na Europa. E vou juntar essas quatro faixas com outras seis músicas novas em que estou trabalhando para gravá-las e lançar no ano que vem.

​Muitas pessoas já perguntaram 'Por que vocês (Neurosis) nunca fizeram trilhas sonoras?', ao que respondia 'Apenas porque nunca nos convidaram'.

Você recentemente participou de uma montagem de Hamlet em um festival de teatro sobre Shakespeare chamado Oregon Shakespeare Festival. Como foi para você estar no palco atuando e também tocando, fazendo a trilha sonora do espetáculo? E foi a sua primeira experiência desse tipo?
Sim, foi a primeira vez para tudo. É engraçado você perguntar porque a última apresentação foi há poucos dias. E chegamos ao final agora e tudo mais e é algo único para mim porque uma vez que acabou, acabou mesmo. Não há uma gravação de verdade disso, é algo que existiu por um tempo e então desapareceu. O que é diferente em relação ao que estou acostumado com o meu trabalho. Estou acostumado a gravar as músicas e ter isso lançado para sempre. A parte da atuação na verdade chegou ao ponto que estava muito divertida agora. No começo foi aterrorizante, mas eu meio que gosto desse tipo de terror (risos). Para mim em especial, gosto de me desafiar dessa maneira. E fui muito sortudo de ter pessoas ao meu redor que realmente me apoiaram e me encorajaram a fazer as coisas do jeito certo. E um dos atores em particular: o cara que faz o Hamlet na peça e com quem eu contraceno. Ele está trabalhando comigo há mais de um ano, desde que ficamos sabendo que nós dois tínhamos conseguido os papeis. Ele arranjou um tempo extra no dia-a-dia dele para me encontrar e trabalhar comigo na linguagem, na memorização, para eu entender o que estava fazendo, o que o meu papel realmente representava. Não podia estar mais agradecido a ele, à diretora e ao meu colaborador na parte da trilha. Eles foram todos incríveis, realmente além do normal. Toda a equipe e o elenco, na verdade.

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Como falamos, você também fez a trilha sonora do espetáculo. Isso é algo pelo qual você se interessaria em fazer, fazer trilhas para filmes e coisas do tipo?
Sim, sim, adoraria fazer isso. Nunca tinha acontecido até agora. E eu sempre…É um lance estranho, porque sempre senti que não era apenas eu, mas muitas pessoas já perguntaram "Por que vocês (Neurosis) nunca fizeram trilhas sonoras?", ao que respondia "Apenas porque nunca nos convidaram". E agora finalmente aconteceu. E foi de uma maneira realmente tão única que eu meio que acredito que valeu a pena esperar todo esse tempo para poder fazer algo tão especial. E, honestamente, cara, estávamos nos apresentando para 200 pessoas por noite, duas noites por semana. E, sei lá, algo como 99% das pessoas que estavam lá não tinham nem ideia sobre o Neurosis ou algo nesse sentido. Eram frequentadores de teatros, pessoas que costumam ser mais velhas, de classes mais altas, é um lance completamente diferente. E tudo saiu muito bem, o público realmente gostou. A resposta foi muito boa, fomos aplaudidos de pé todas as noites. Novamente, é mérito da diretora e da visão dela para o espetáculo, como ela queria fazer isso. E os atores são os melhores no que fazem. Tudo acabou dando muito certo.

Aliás, você tem alguma trilha sonora favorita?
Ahh, é claro que adoro tudo o que o Nick Cave fez em trilhas sonoras, acho que são ótimas. Gosto muito, muito mesmo da trilha do filme Sangue Negro. Acho que foi o cara do Radiohead que fez, certo? O guitarrista deles (nota: a trilha é de autoria do guitarrista Jonny Greenwood, do Radiohead). É muito foda, cara. Putz, qual era esse outro filme que vi há pouco tempo? Não consigo lembrar o nome do filme. Sicorian, talvez?​

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Ahh, sim. Sicário! A trilha é sensacional, foi feita por um cara da Islândia.
Isso, isso! E é um filme sobre agentes que ficam na fronteira dos EUA. Essa é uma trilha fantástica! Também adoro o John Carpenter. É, gosto muito de trilhas-sonoras. E é claro que também gosto muito de bandas que possuem esse elemento, como Pink Floyd, Kraftwerk ou qualquer artista que tenha essa vibe no som. Isso realmente mexe comigo.

Li uma entrevista recente com o Steve Albini na Decibel Magazine em que ele disse algo que achei interessante sobre o show em que o Shellac fez com o Neurosis no começo deste ano em San Francisco. Ele disse que o público se dividia em dois grupos: fãs de metal e música em geral que gostavam do som do Neurosis e os mais aficionados que tinham tatuagens do Neurosis. Como é isso para você? Ver que vocês tiveram esse tipo de impacto na vida de tantas pessoas a ponto de fazerem uma tatuagem (ou várias delas) da banda?
Sabe, é engraçado porque eu lembro da primeira tatuagem do Neurosis. Havia um cara chamado Erick, era um amigo nosso da Bay Area e ele foi o primeiro a ter uma tatuagem do Neurosis, pelo menos até onde sabemos. Ele tatuou o yin yang no peito, acho que por volta de 1986 ou 1987. Desde então, foram muitas e muitas outras. E cada uma delas… Chegou ao ponto agora em que você meio que apenas se impressiona com a quantidade de comprometimento das pessoas em relação ao que fizemos. E é claro que entendo isso, também tenho tatuagens de bandas. Então eu sei como é quando algo mexe tanto com a gente a ponto de sentirmos que precisamos colocar aquilo no corpo para sempre.

Aliás, nesta mesma entrevista o Steve Albini fala sobre como percebeu, ao trabalhar com o Neurosis todos esses anos (desde o Times of Grace , de 1999), o quanto vocês confiam uns nos outros musicalmente, no sentido que todo mundo pode fazer basicamente qualquer coisa. Pensa que esse é um dos segredos para a banda ter chegado tão longe, aos 30 anos de carreira?
Sim, com certeza. Todos são iguais na banda, não há uma liderança. É uma cabeça coletiva. Sempre foi desse jeito e acho que é assim que deve ser, pelo menos para nós. De verdade, acho que são cinco personalidades do Tipo A na banda. É provavelmente uma das razões para ter levado tanto tempo para chegarmos a um ponto em que…Tipo, agora nós conseguimos trabalhar de forma rápida e eficiente. Mas por anos era um processo muito mais trabalho para conseguir levar as coisas para o lugar certo, em que todos sentissem que estavam satisfeitos.​

Falando nessa história toda da banda. Qual você acha que foi o ponto de virada mais importante para o Neurosis? Talvez o lançamento do Souls at Zero?
O Souls at Zero com certeza foi um ponto de virada. Mas acho que o maior ponto de virada da banda foi algo que você falou antes: quando decidimos parar de fazer tantos shows e montamos a gravadora (Neurot Recordings). Aí passamos a focar em impulsionar a nossa música e conseguir um equilíbrio nas nossas vidas. Acho que foi isso que realmente nos sustentou e permitiu que chegássemos até onde estamos agora.

Vocês lançaram recentemente um box especial com todos os discos e também rolou uma edição especial da Decibel sobre a banda. Vocês pensam em talvez fazer um livro e/ou um documentário sobre a história do Neurosis?
Sim, sim. Na verdade, estamos trabalhando nisso neste momento.

Essa é a última pergunta. Do que você tem mais orgulho em todos esses anos de carreira com a banda?
Apenas tenho orgulho de tudo, cara. Vejo tudo o que fizemos como um pensamento longo. Penso que a nossa sobrevivência é uma mistura de muitas coisas diferentes. Algumas delas são pura sorte, o fato de estarmos todos vivos realmente é sorte. E tenho muito orgulho do nosso trabalho duro, da nossa persistência e da nossa independência. E acho que também o fato de nunca termos ferrado ninguém, certamente não de forma intencional. Sempre tivemos um bom coração sobre como fazemos as coisas e tentamos ser justos e fazer as coisas do jeito certo todas as vezes.