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Música

O Novo Álbum do Marco Nalesso e a Fundação É uma Transa entre Isaac Asimov e a Praia

O tambor bate pesado em 'Seuva', que você ouve com exclusividade no Noisey.

Imagine um rolê na belíssima praia de Boiçucanga, no Litoral Norte de São Paulo, ouvindo um Sun Ra e vendo uns extraterrestres bem de boa. É assim que o som de Seuva, quarto álbum do grupo santoandreense Marco Nalesso e A Fundação lançado com exclusividade aqui no Noisey. “A ideia é fazer um som ultradimensional celestial”, explica Marco Nalesso, guitarrista e mentor do projeto.

Seuva vem de você criar sua própria selva, sua própria zona de harmonia e de pensamentos além do que estamos acostumados a conviver e viver nesse planeta. Tudo pode ser diferente se quisermos, tudo é livre e aberto as novas possibilidades que só a vida pode nos mostrar”, completa. Seuva é a primeira parte de uma trilogia, que já tem a segunda fase batizada de Dezerto. O nome do grupo também vem de uma trilogia, a da Fundação, de Isaac Asimov.

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Dá uma ouvida gostosa aqui:

“Chegada” tem mais de seis minutos de free jazz, fritação e uns vocalizes femininos que te levam à natureza. “Oxossi”, como o nome já anuncia, é macumba mesmo. “Sou de uma família espírita e isso sempre foi muito importante no meu aprendizado de vida e na minha expansão de mente e dos horizontes desse universo. Independente da religião dos integrantes da banda acreditamos que o candomble é uma religião afrobrasileira que deve ser respeitada como todas as outras e que prega a paz e o amor pela natureza.
Quem já visitou um terreiro sabe do que estamos falando. Axé pra todo mundo”, explica Nalesso.

“Rasteira Bem Dada” vem num crescente como um jogo matreiro de capoeira de Angola. Quando você menos espera, PLAU. Chega o solo de sax, você toma o rodo e vai pro chão. O álbum fecha com “Gavião do Mar” e o mantra alto astral “samba de maneiro”.

Continua abaixo…

“Quando percebemos que estávamos contando uma história nessas músicas, nossa própria história, conectamos as ideias com outras linguagens e formas de comunicar. Nessa de entender, situar nós mesmos pra comunicar com maior precisão, fizemos uma viagem pra Boiçucanga e lá o trabalho mostrou sua grandiosidade pra nós. Podemos dizer que as músicas surgiram dos ensaios, mas o trabalho em si surgiu dessa viagem”, explica o percussionista André Belizário. As lembranças da viagem pra praia ficaram ótimas, renderam ideias para os três discos que farão parte da trilogia e uniram ainda mais os músicos d’A Fundação. "Paramos pra ouvir as ideias e encontramos essa história que claramente pra nós evoluía em três fases. A partir disso entendemos que cada uma dessas fases poderia ser um disco contando, cada um, capítulos de uma narrativa", finaliza o baterista e percussionista Rafael Cab.

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