FYI.

This story is over 5 years old.

Música

O mineiro Jonathan Tadeu registrou o honesto, o comovente e o cafona em 'Queda Livre'

Segundo trabalho solo do músico ex-Lupe de Lupe e ex-Quase Coadjuvante foi bem influenciado por aquele rock gostoso e triste dos anos 90.

Jonathan Tadeu. Foto de divulgação por Flávio Charchar.

Queda Livre, o nome do segundo disco do mineiro Jonathan Tadeu, pode até sugerir um destino trágico, etc. Mas não pense que eu quero que você se jogue da janela, não! Ao contrário, espero que você, nosso emotivo e estimado leitor, ouça esse disco — que sai com exclusividade nesta terça (10), aqui no Noisey — pensando sobre suas escolhas olhando as estrelas e o horizonte.

Publicidade

Jonathan Tadeu, ex-Quase Coadjuvante e ex-Lupe de Lupe — e se você conhece essas duas bandas, sabe que a intenção ao ouvir esse tipo de som é ficar introspectivo —, acha que esse é seu trabalho mais íntimo: “Tem muita verdade no som. É aquela linha tênue entre o que as pessoas consideram honesto e comovente e o que cafona (risos)”.

Tudo que ele narra nas letras é baseado em suas experiências pessoais. Talvez daí que venha tanta identificação. “O disco é bem explícito, de várias formas. Eu pensei bastante antes de fechar essa tracklist do disco porque sempre rola esse medo de soar como um narcisista ou coisa do tipo, mas eu acabo sempre optando por fazer as coisas assim mesmo. Sei lá, até hoje deu certo”. Jonathan acha que essa auto-crítica excessiva tem a ver com seu signo, peixes, que ele até cita em “Sorriso Besta”. “Eu nem entendo muito de signo, mas sei quais são os que se encaixam no perfil da galera mais dramática. Peixes é o mais desgraçado de todos”, brinca.

Guitarras choronas com potentes e agudos dedilhados, oscilando com acordes limpos e vocal calmo de letras diretas compõem as características que marcam o rock triste de Belo Horizonte que tem chamado atenção ultimamente. Jonathan atribui estas características ao emo revival que testemunhamos: “O que eu mais ouvi na época que tava compondo as músicas foi o American Football e o Elliot Smith, que já é influência pra mim desde sei lá quando. Acho que tem uma galerona meio influenciada pelo rock mais arrastado dos anos 90, como Ombu, gorduratrans, Maquinas, El Toro Fuerte e o Fábio de Carvalho. Tamo bem demais!”.

E apesar da vibe tristonha, Jonathan espera não fazer ninguém se martirizar ouvindo suas músicas. Por isso, já virou praxe ele deixar um recado positivo no fim de seus discos, como é o caso da última faixa, que leva o título de “O mundo é um lugar bonito e eu não tenho mais medo de morrer”, uma tradução literal do nome da banda de Connecticut. “Além da banda, eu sempre gostei dessa frase. E na época que eu estava escrevendo essa música, a ‘Getting Sodas’ rodava muito na minha cabeça. Essa aí é muito sobre essa coisa de tentar seguir em frente e ver as coisas boas, apesar de tudo. É engraçado, eu me preocupo muito com isso. Na real, eu acho esse disco absurdamente otimista (risos) acho que é o mais próximo que eu consigo chegar de um disco sobre amor.”

Siga o Noisey nas redes Facebook | Soundcloud | Twitter