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Música

O Festival Perdido vai ser a Consagração do Rock Triste em São Paulo

Jonathan Tadeu, Fábio de Carvalho, Fernando Motta e El Toro Fuerte sambam na cara dos haters e comemoram as vitórias de 2016 se apresentando no Breve, com o apoio do Noisey, no próximo domingo (13).

Jonathan Tadeu Segura Guitarra. Foto:  Flávio Charchar/Divulgação.

2016 foi o ano do Rock Triste no Brasil. Desde nossa matéria sobre a cena fantasma de Belo Horizonte, muito se especulou, muito se polemizou e muito burburinho foi gerado graças a essas duas palavrinhas simples e muito bem conhecidas. É fato que a nossa humilde e bruxuleante luz que trouxemos ao (na época) verdejante rolê contribuiu para seu florescimento. Mesmo com a chuva de comentários ofensivos na internet, o rock triste comemorou os trunfos e vitórias conquistadas, como a consagração do Jonathan Tadeu no Festival Transborda, o sucesso do novo disco do Fábio de Carvalho e o ápice, a magistral apresentação na Pizzaria Batepapo. Chora haters, o rock triste está vivo.

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Para provar isso, os seis corajosos mineiros responsáveis por fazer a linha de frente desta empreitada vão se juntar pela para uma noite histórica para o underground brasileiro. Jonathan Tadeu, Fábio de Carvalho, Fernando Motta e El Toro Fuerte se apresentam juntos pela primeira vez em São Paulo no próximo domingo (13), no Breve.

Flyer do Festival Perdido. Arte por Guilherme Aguiar, o Guiguetz.

Conversando com o Noisey, nenhum deles demonstra medo ou ansiedade. Pelo contrário, só falam em gratidão e entusiasmo. Fábio de Carvalho faz seu primeiro show do novo disco, o elogiadíssimo Sonho de Cachorro, e não tem mais medo de cidade grande. "Eu superei meu medo de São Paulo. Dessa vez eu tô numa expectativa muito maior de tocar na cidade, até porque acredito que agora eu e a El Toro estamos de fato chegando num alinhamento, numa intimidade boa. Essas coisas se constroem, né?"

A El Toro Fuerte​ é oficialmente sua banda de apoio desde julho, mas ela ganha vida tem vida própria quando se separa de Fabinho. O baterista Gabriel Martins vai tocar quatro vezes seguidas, para as quatro formações. Ele diz que não se sente intimidado: "Eu gosto dessa coisa de subir no palco e tocar essas músicas tão bem arranjadas. É uma sensação muito boa, acho que compartilho do mesmo sentimento do Diego quando ele fala que se sente mais músico, embora eu ache que na El Toro a gente também faça músicas igualmente boas". O baixista Diego Arcanjo só fica ansioso pelo engajamento do público: "acho o show da Toro mais difícil de fazer porque não é só tocar, tirar um som bacana, etc. É construir uma aura de engajamento, que a gente não tem fórmula pra fazer. Sempre dá aquela tensão de pensar se vai rolar ou não. Ultimamente tem rolado, mas bate o medo mesmo assim."

Para amenizar o medo, basta lembrar de como Jonathan Tadeu​ foi coroado em sua cidade natal e que, depois de uma turnê pelo nordeste e sul do país, ele chega em São Paulo de alma lavada: "Muita coisa foi dando certo nos meses que seguiram. Voltar pra SP é quase como voltar pra casa, porque foi o primeiro lugar que eu toquei, além de BH. E, ironicamente, foi a cidade que abraçou melhor o meu disco". Para ele, todo mundo tem motivo pra comemorar, inclusive Fernando Motta​, que apresenta pela primeira vez seu disco solo para o grande público paulista: "Na capital mesmo, eu só acompanhei o Jonathan no show na GAL Luthieria. Mas sem dúvida São Paulo é o lugar com maior público. Tô muito ansioso pra tocar meu disco, ainda mais junto com os meus amigos! Dá pra sentir a empolgação da galera pra ver as quatro bandas de uma vez só".

A recepção do público foi o que mais surpreendeu os músicos. Em menos de 24h, o evento no Facebook ultrapassou os 100 confirmados, o que aumenta a expectativa para o show. Para Fernando Motta, só essa demonstração de interesse já foi "surreal". Fábio de Carvalho concorda, e acha que isso cria um "fortalecimento para planos ao longo prazo". Diego Arcanjo vai mais longe: "Chame de rock triste ou não, a gente funciona como uma cena de fato. Como uma instituição cheia de setores mesmo… e muito cientes que música não é só fazer disco, sabe?". Fica o ensinamento: os cães ladram, mas a caravana não para.

Festival Perdido no Breve Domingo, 13 de novembro
A partir das 16h
Rua Clélia, 470 - Pompeia
Ingressos online (50 primeiros pagam R$ 15)
https://goo.gl/sVujtj Porta: R$20