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Música

KL Jay e Projeto Coisa Fina levam o balanço black pro JazznosFundos

Destaque na programação de dez anos do JazznosFundos, conversamos com KL Jay sobre sua parceria com o Projeto Coisa Fina, que mistura jazz e funk tocados ao vivo com scratches e samples do hip hop. O DJ revelou que o encontro já até virou álbum.

Todas as imagens são prints do vídeo do YouTube​ com o ensaio do projeto no SESC Vila Mariana.

O JazznosFundos completa dez anos no preciso dia 11 de novembro e, para comemorar, o pessoal da casa está com uma programação ainda mais especial do que a costumeira, e que você pode sacar em sua completudeaqui. E como a lista de gente boa se apresentando é bem grande, toda semana vamos trazer um destaque dessa agenda aqui no Noisey. Nesta quarta (9), destacamos a noite Sessions, que recebe no palco ninguém menos que KL Jay, agora acompanhado da banda Projeto Coisa Fina.

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O DJ com um legado no rap e o quinteto que faz um som grooveado, marcado por uma levada funk e fusion, experimentaram juntos pela primeira vez no projeto DJazz. A série de encontros musicais rolou em abril do ano passado no SESC Vila Mariana, em São Paulo, e reuniu outros nomes, como DJ RM com Improvisado Trio, e DJ Basim com Sidmar Vieira Quinteto.

A química natural, que à ocasião frutificou-se numa ótima versão de "Ela Partiu", do Tim Maia, serviu de estímulo para que o KL Jay e o Coisa Fina, formado pelos instrumentistas Matheus Prado (percussão), Maurício Caetano (bateria), Fabio Leandro (teclado), Igor Pimenta (baixo) e Marcelo Lemos (guitarra), seguissem com a parceria.

Bati um fio pro KL Jay, interessado em saber detalhes da proposta e o que eles aprontariam na festa no JazznosFundos na noite desta quarta. Nessas, acabei descobrindo que vem até um álbum pela frente.

Noisey: Como surgiu a ideia de seguir em frente com essa parceria entre você o Coisa Fina?
KL Jay: A ideia de continuar surgiu porque foi bem legal lá no Sesc, e aí um dos produtores da banda, o Matheus, sugeriu. Mas não partiu só dele, a gente já estava comemorando o sucesso, e, no último dia resolvemos fazer mais vezes.

Desde aquela apresentação no Sesc, vocês já fizeram muitas outras?
Nós já fizemos em alguns lugares, acho que já foram aí umas 15 apresentações.

Então a parada é coisa séria, não só uma temporada ou algo do tipo, né?
Agora que estamos bem entrosados, depois de vários ensaios, a gente se entregou ao projeto. Algumas apresentações tiveram alguns erros, mas aí você vai aperfeiçoando.

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Esses shows vêm seguindo uma regularidade?
Não existe uma regularidade. Às vezes tocamos uma ou duas vezes por mês, aí voltamos a tocar de novo depois de dois meses…

Até onde você sente que essa experiência pode chegar?
O negócio é deixar rolar. A gente já se conhece, está tranquila a relação, não tem conflito, e a gente tira onda quando toca, quando ensaia. É legal! Tem sido bom pra ambos os lados.

Bom, o rap, o jazz e o funk são parentes próximos, então tem bastante coisa pra desconstruir e explorar aí…
É, o hip hop ajudou a resgatar a música dos anos 1960 pra cá. Na verdade, as batidas do jazz, do funk, foram resgatadas e atualizadas pelo hip hop. Então é como se fosse mais ou menos a mesma coisa, né, cara.

Dá pra perceber que a participação do DJ aqui não é de coadjuvante…
Quando você tem a noção de que o toca-discos e o mixer são instrumentos, tanto quanto o violão, o saxofone, o piano, fica mais fácil de você fazer parte do esquema de uma banda.

Os shows são resultado de jams? Como funciona?
O show é ensaiado, e, em certas passagens, nós improvisamos alguma coisa. Mas na maioria das vezes é sempre ensaio. Às vezes mudam as sequências de instrumental, tira uma música, põe outra, acrescenta. O nosso trabalho é ir acrescentando músicas ao nosso repertório geral e ir montando as apresentações a partir disso. Como os shows não são regulares, fazemos mais ou menos com o mesmo repertório. Mas embora o repertório seja o mesmo, os shows sempre são diferentes. Porque sempre no show você acaba improvisando alguma coisinha, alguma nota, um scratch diferente, é legal!

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O que vocês vão tocar com certeza na festa?
Não… sobre isso eu não posso revelar nada.

Qual é o seu equipo geralmente?
Uso dois toca-discos, um mixer Pioneer e o computador.

Deu sorte de o pessoal do Sesc ter colocado você com o Coisa Fina. Se fosse com outra banda, vai saber se a colaboração chegaria nesse estágio…
É, quando não tem o entrosamento, não dá. Tem que rolar uma identificação mínima pra fazer dar certo.

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Já no ensaio vocês se ligaram que dava pra investir em algo de longo prazo?
No ensaio foi legal, mas o que empolgou foi mesmo no show, o show que deixou todo mundo assim. Aí é que é foda, quando você está no palco, com a reação do público.

O que mais pode render essa colaboração? Um álbum, de repente?
Isso vai rolar. Estamos pra soltar um disco aí, com as músicas que tocamos nos shows.

Como assim? Disco ao vivo?
Vai ser um disco de estúdio, ensaiado e gravado, com o repertório que estamos tocando.

Daora. Vocês já começaram a gravar?
Na verdade já está pronto. Mas não sei pra quando é o lançamento ainda.

SERVIÇO:

9.11.2016 SESSIONS – COISA FINA & KL JAY | SALA DO AUTOR

Após as "sessions" de KL JAY e Coisa Fina, com início às 21h30, tem AfterJazz na sala JazznosFundos, com DJ Dudão Mello (apresentador do Jazzmasters), a partir das 23h.

Centro Cultural da Música Instrumental
Rua Cardeal Arcoverde, 742, Pinheiros/SP.
11 3083-5975 | 11 94311-2766

Entrada: R$ 25 (antecipado) e R$ 35 (porta).