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Música

Um Rolê Bem de Rua e Vários Pixos no Clipe Novo do Ogi, “Trindade Pt. 2”

Várias cenas definem um rolê bem de rua: perseguições, gambés, enquadros, muita fumaça e claro, pixos.

Várias cenas definem um rolê bem de rua: perseguições, gambés, enquadros, muita fumaça e claro, pixos. O novo clipe do Ogi segue essa linha fantasiosa, com um enredo recheado de tretas e outras histórias da noite paulistana. Mesmo andando por ruas sem nome e sem passar por um ponto turístico sequer, Ogi situa o espectador na sua Cidade Cinza através das pixações. São tantas marcas que a gente perde a conta.

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O trampo é uma animação – que lembra aquela do Future, em que ele tira um racha com o diabo – e, por conta disso, as brisas não parecem ter fim, e na real nem têm mesmo. Esse clipe é a segunda parte de uma trilogia ("Trindade", sacou?) épica que sai completa em 2015 no novo disco do Vovote, Rá!. Ainda faltam o primeiro e o terceiro episódio. Nele Ogi se manifesta em vários personagens diferentes, que ganham vida (e rima) através do seu toque, enquanto o rapper assume as personalidades deles. É um lance bem louco, e é por isso que eu troquei uma ideia com ele e com o diretor Alois di Leo, que me explicou o processo criativo do vídeo, que você assiste acima:

O clipe é a ilustração da narrativa, que é a música. Que ideia surgiu primeiro: escrever a letra ou rascunhar o storyboard?
Alois: A ideia de fazer o clipe surgiu de umas cenas prontas de cidade e de carro que a gente já tinha animado, mas a alma da coisa surgiu com a letra que o Ogi escreveu. Foi em função dela que desenvolvimos todo o storyboard.

A história é baseada em fatos reais?
Ogi: Baseado em fatos reais e ficção. Na hora de escrever eu viajo legal. Acrescento coisas aos fatos que vivenciei. O final dessa saga é surpreendente, mas não posso adiantar nada além disso.

Fiquei sabendo que o nome “Trindade” tem a ver com o fato da música ter mais duas partes ainda por vir. Confirma a info?
Isso. A música tem 3 partes em 3 beats diferentes. Juntando as 3 a história se completa. Essa do vídeo é a segunda parte. Eu já tinha a ideia e assim que passei pro Nave ele captou e fez o beat com o clima certo em cada parte.

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E essa doidera de oscilar os personagens? Você passa a ser cada personagem que toca, é isso mesmo? Como você criou cada um deles?
Essa é a ideia do som. Na primeira parte começo com um personagem e ai cada vez que tenho contato com outro eu tomo o corpo de quem toco. Eu pude interpretar várias personalidades nessa história. Antes de transformar em rima eu bolei um roteiro. Tipo um filme mesmo e assim fui criando cada um deles.

Esse clipe me lembrou aquele do Future em que ele tira um racha com o capeta. Qual foi a inspiração pra animação? Como foi o processo de criação?
Alois: A inspiração e o estilo de animação vêm dos cartoons branco e preto antigos, com ações e movimentos meio elásticos e cômicos.

O processo de criação foi bem misturado e envolveu técnicas e estilos diferentes como 3d, animação 2d tradicional, elementos fotográficos, etc. Todas as ideias foram decididas no storyboard e em função da música. Depois encaixamos os shots que a gente ja tinha, desenvolvemos as personagens, os cenários, e fizemos as animações. O processo todo demorou uns 6 meses.

Quem são os pixos que entraram no clipe? Quem escolheu?
Ogi: Aparecem vários no clipe. A maioria são amigos do movimento. Quem escolheu foram os diretores da obra. Grande parte ali já fez rolê comigo.

Alois: Não tem como nomear as grifes e crews que estão no video porque certamente vamos esquecer alguém, mas basicamente Kadu Doy (Pifo) e Felipe Yung (Flip) escolheram os que entraram. Todos os pixos, throws, bombs e tags são reais e foram capturados através de fotos em seus respectivos lugares.