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Música

A Lay Respira o Girl Power dos Anos 90

23 anos, 10 tatuagens, três cores de cabelo em uma semana.

Todas as fotos são de divulgação, exceto quando especificado o contrário.

Dá para explicar um pouco como a Lay é em números: dezenas de sapatos, 23 anos, 10 tatuagens, três cores de cabelo em uma semana, dois negócios próprios e um single lançado até aqui, “Eu Sei”, postado em novembro do ano passado no Youtube, na cara e na coragem.

Nascida em Osasco, Laysa Moretti se formou em paisagismo, mas seguiu como produtora e estilista, com o selo Killa Prod e a marca Lay Moretti Clothing. Resolveu estudar plantas porque moda já era uma parte óbvia da sua vida, crescendo no ateliê da avó costureira. Mas não conseguiu deixar o estilo de lado. Inteirada dos brechós de São Paulo, pinçou peças de Polo, Chanel e Dolce & Gabbana e montou um armário de inúmeros itens. No tempo livre, mantinha um blog sobre feminismo, e foi aí que, há uns seis meses, teve um estalo: por que não transformar aquilo em música? “Fluiu de uma forma que eu não me vi fazendo outra coisa.”

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O feminismo e uma dose de autoconfiança são certeza nas letras do primeiro EP. Ainda em gravação, conta com a produção de Leo Grijó, do stereodubs. “Estamos no processo, mas vão ser sete faixas”, antecipa Lay, que não tem um nome pro projeto, mas já sabe que o próximo single será “Fal$os”, que ganha clipe em junho. A promessa é fazer barulho.

Seguindo a onda anos 90, a cantora se inspira em Foxy Brown e Lil’ Kim, e um look de top cropped, saia college e coturno está entre seus básicos. Na adolescência, foi punk e também teve um pé no reggae. “Eu sempre fiz um mix de tudo que eu gostei, você olharia para mim e falaria ‘pô, essa menina deve curtir um rock, mas não é só isso’.”

Foto por Grey Bertella.

Ainda jovenzinha, com 15 anos se interessou pelo feminismo e firmou sua posição tatuando o símbolo do movimento no cóccix. “Quando eu comecei a estudar o assunto, me vi como mulher de fato, e a tatuagem teve uma simbologia muito grande nessa transição.”

Lay tem um estilo versátil, orgânico e sexy e não tem problema algum em mostrar seu corpo nas fotos de divulgação. “É total uma forma de protesto, não teria outro sentido explorar esse lado mulher se não fosse em prol de libertação do corpo.” Criada pela mãe (“jovem e hippie, mais minha irmã do que mãe”) e pela avó, a atitude é de berço: “O respeito vem da parte das mulheres da minha família: o corpo é seu e você faz o que você quiser, as consequências são suas.”

“A mulher quando respeita o que é, ela não tem medo de mudar, e é isso o que eu passo para as meninas, é isso que é visível para quem me conhece”, diz Lay, taxativa. E conclui: “Meu diferencial sempre foi me aceitar”. Girl power!

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