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Música

O Rock Triste agora tem um canal no Telegram

Para descreditar os boatos de que o rock triste é uma seleta panelinha, o Canal do Ceninha pretende impulsionar ainda mais toda a cena indie brasileira.

A juventude é esperta demais. Na última sexta (19), os amigos Christopher Augusto (que já compilou uma pá de selos indies nacionais numa extensa lista), Gabriella Pompeu, Guilherme Aguiar (o Guiguetz) e Nanda Loureiro (responsável também por aquela eficiente lista de bandas brasileiras formadas por garotas), botaram no ar o Canal do Ceninha, no Telegram, que você pode acessar por aqui. Na intenção de descreditar os boatos de que o “rock triste” é uma seleta panelinha, o canal pretende impulsionar ainda mais a cena indie brasileira.

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Antes de tudo, vale esclarecer aos leigos: os canais do Telegram funcionam como uma via de mão única. Quem assina o canal recebe mensagens com as mesmas notificações que um contato de sua agenda, mas sem a possibilidade de respondê-las. Esta função é semelhante à de um newsletter, porém muito mais dinâmica e acessível.

Aliás, panelinha é uma classificação bastante equivocada se tratando desta galera. Segundo Christopher, o canal foi criado porque o grupo de discussão sobre o rock triste no Telegram já estava abarrotado de gente: “eu percebi que bastante gente havia entrado no grupo e ali tinha um volume grande de mensagens, e seria interessante criar um meio novo para passar informações pro pessoal”.

Por isso, engana-se quem pensa que o Ceninha atinge uma pequena parcela da comunidade indie brasileira. Até agora, o canal já divulgou uma lista de novos lançamentos e a agenda cultural extensa, de variados estilos e gêneros da música independente. Christopher explica: “a gente tem uma lista de casas de show e de produtoras e pelo menos uma vez por semana damos um giro para ver se tem novos eventos. Os lançamentos chegam até a gente pelos grupos de facebook, nos feeds ou por indicação dos amigos”.

E o objetivo é expandir ainda mais, com a distribuição de artigos opinativos e resenhas de shows. “Estamos de olho nos blogs e sites que falam sobre música e indexamos o que é mais relevante. Além disso, as meninas vão falar de uma banda de mina toda terça, se baseando naquela lista que elas criaram. Também vamos esmiuçar os selos, falar sobre a história e os lançamentos. E provavelmente também vamos ter um tópico sobre bandas instrumentais” prospecta Christopher.

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Desde a inauguração do canal, mais de 50 pessoas já se inscreveram, e os organizadores esperam muito mais. Apesar da baixa popularidade do aplicativo, Christopher se mantém otimista com a adesão de novos seguidores: “todas essas redes sociais que você pode compartilhar conteúdo estão com filtros nos algoritmos de seus feeds, basicamente ditando o que você vai ver no dia, baseado nas próprias regras. A ferramenta de canal do Telegram é legal porque funciona como se fosse um contato da tua lista, então você recebe todas as mensagens, e nada se perde no caminho”.

Ou seja, a mesma geração que ressignificou as fanzines, fazendo-os deixar de ser meros instrumentos de divulgação de informações pouco relevantes ao mainstream para virar intocáveis e luxuosas obras de arte impressas em papel caro, agora demonstra que o espírito independente segue intacto, sendo apenas o transferido para novas plataformas mais modernas.

Para seguir o canal no Telegram vá em https://telegram.me/canalceninha.

O público pode (e deve) interagir com o Ceninha, com sugestões e críticas, através do e-mail .

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