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Música

O Paris Saint-Germain F.C. quer que a M.I.A. tire o clipe de "Borders" do ar

O vídeo viralizou em novembro e tocou em pontos importantes da crise de refugiados, mas o PSG quer que ele seja removido por conta de uma camisa.

O Paris Saint-Germain F.C. descolou uma treta com a M.I.A. por ter usado uma versão alterada de uma de suas camisas no clipe de "Borders". No vídeo, que fala da crise dos refugiados sírios, M.I.A. aparece vestindo uma camisa de PSG com o logo do patrocinador "Fly Emirates", de Dubai, mudado para "Fly Pirates". O time ressaltou seus problemas com o clipe, que classificaram como prejuízo "de imagem" e "econômico" para o PSG. Aparentemente, o link oficial já foi tirado do ar, mas o vídeo continua disponível em outras contas do YouTube.

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Pelas letras, como "Freedom, I'dom, Me'dom. Where's your We'dom?" (Liberdade, eu, mim. Onde está o seu nós?), "Borders" é uma declaração política inovadora e forte sobre a adversidade de enfrentar uma crise humanitária - social, identitária, de fronteiras, privilégios e direitos - o que torna ainda mais irônico o fato disso ter levado a um possível processo por causa de uma simples camiseta.

M.I.A. publicou no Twitter a carta que recebeu do clube na íntegra. A carta diz: "Você tirou vantagem da nossa popularidade e reputação indevitamente pra aumentar a atratividade da sua artista e, consequentemente, os lucros da sua empresa."

Nela, o PSG - que foi comprado pela Qatar Investment Authority em 2011 - fez referência ao sucesso contínuo como time de futebol (como vitórias em competições e títulos), assim como a uma doação de €1 milhão à caridade Secours populaire e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR).

Mas fica claro que a decisão da M.I.A. de usar a camisa no clipe foi mais para fazer uma crítica a seus patrocinadores dos Emirados Árabes Unidos e acionistas do Qatar, dois países criticados por dificultar a entrada destes em seu território e, no caso do Qatar, por relatos de violações de direitos humanos nas preparações para sediar a Copa do Mundo de 2022, e menos pra usar a vitória do Paris Saint-Germain na Recopa Europeia em 1996 pra se promover.

Entramos em contato com a M.I.A. e atualizaremos a matéria conforme recebermos respostas. Leia a carta na íntegra abaixo.

pic.twitter.com/7e4BnbmwIH

— M.I.A (@MIAuniverse) January 11, 2016

Essa não é a primeira vez que ela se envolve em uma batalha legal com alguma organização esportiva. Em 2013, a NFL processou M.I.A. em 1,5 milhões de dólares (900 mil libras) pela sua performance no intervalo do Super Bowl de 2012, em que ela mostrou o dedo do meio para uma audiência de 111,3 milhões de pessoas - um gesto considerado por eles "ofensivo".

MIA vs PSG pic.twitter.com/7LwRn4YAof

— M.I.A (@MIAuniverse) January 11, 2016