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Música

Dapwell Encontra o Zulu P, o Grupo de Rap mais Bizarro que Você Vai Ouvir Hoje

Mas os caras são bons pra caralho.

Eu encontrei os membros do Zulu P com meus amigos Sam e Nina, do lado de fora do local onde eles ensaiavam, algumas semanas atrás enquanto eles estavam indo provar as roupas para a sua primeira grande apresentação no Queens Museum of Art. O que eu lembro do Queens Museum é que lá é um lugar onde escolas públicas exibem as artes de seus estudantes e pela sua gigante, às vezes atualizada maquete de Nova York (algo que eu ainda acho incrível). Recentemente, o museu passou por uma renovação de 69 milhões de dólares que o crítico Jerry Saltz pareceu não gostar (mas ainda assim estar excitado), que é como eu gostaria que ele se sentisse em relação àquele "Picasso Baby" idiota do Jay-Z que ele pareceu gostar tanto. Eu tinha meias esperanças de entrar no museu com algo que eu tinha desenhado no carro e pendurar nas paredes por minha conta e risco. No final das contas, o Queens (de qualquer forma) recebeu o dinheiro.

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Mas vamos voltar um pouco. Quem é Zulu P? Bem, eles são um grupo de rap/funk/coral vindos de todas as partes de Nova York. Marley G, Lil E.B., Killah B, Big Star J.F., e T. Rock são os rappers do grupo, e a Princess Andriena lidera o vocal. Como você pode ver na foto acima - uma das duas fotos de imprensa do grupo - eles gostam de parecer misteriosos. Eu primeiro os conheci através de meu já citado amigo Sam Hillmer, um barbudo chapado e amigável da banda de noise Zs. Ele os encontrou em um centro de adultos com deficiência de desenvolvimento - pessoas que sofreram danos cerebrais, autistas, e também as famílias dessas pessoas. O Sam me contou sobre um projeto que ele estava fazendo com um grupo nesse centro e me mandou o link da mixtape. Eram eles, o Zulu P. Meu ímpeto inicial de ouvi-los veio primeiro da curiosidade em saber como um grupo com um passado tão único soaria, mas rapidamente se transformou em um sentimento de "o que vem agora?" que eu sinto com qualquer álbum interessante. Esses caras são muito bons.

Eu já gostei desde a primeira faixa, "Sippin' on the Juice", que são uns bizarros seis minutos de rap falado, rap cantado, sintetizador, e um coro alegre. "Break Out the Sunshine" soa como o fim de uma vigorosa missa com rap. Os versos são cheios de efeitos vocais. Algumas entram e saem de foco, como se tivesse uma propaganda do Youtube tocando em outra aba aberta. A canção mais inovadora é a brilhantemente entitulada "Boom Boom Ziny", que fecha a mixtape e conta com o Marley G repetindo o refrão enquanto fala sobre garotas.
Quando nos encontramos, Marley G, o rapper "líder" do grupo estava pressionando seus colegas na viagem da van até o museu, fazendo palhaçadas com as pessoas só para mandar elas calarem a boca logo em seguida. Uma hora começou a rolar uma improvisação no banco de trás, mas logo acabou e o Marley continuou rimando sozinho. O ensaio em si foi bem, exceto por algumas queixas do Marley G para aumentar o volume de seu microfone, que é o pedido oficial na passagem de som de qualquer rap (que foi mais ou menos atendido). Houve uma discussão bem longa com alguns organizadores sobre o uso de palavrões e da palavra com “n” que o Marley não estava gostando muito. Durante o dia inteiro todos revezaram para posar para fotos e me perguntar se eu realmente iria escrever sobre Zulu P. O grupo acabou ensaiando algumas músicas por uma hora e meia, e todos comemos bananas e tomamos oito litros de água antes de voltarmos para a cidade. Quando chegou o dia do show, eu calculei errado a hora e a habilidade do metrô de me deixar no lugar onde eu preciso estar sem ter que ir andando até o próximo ponto. Eu consegui chegar a tempo no teatro lotado para ver eles arrebentando durante as duas últimas músicas. A dança quase sincronizada parecia eufórica, eles cantavam bem e ninguém parecia se importar de aproveitar seu momento de "estrela" quando era sua vez de cantar/dançar. Ninguém parecia nervoso. A noite foi arquitetada para que houvesse uma dança interpretativa depois das músicas, tempo que aproveitei para ficar já no fundo para lhes parabenizar antes que fossem embora. Falei com alguns dos pais, cumprimentei e dei uns abraços no grupo, e falei que com certeza escreveria sobre o Zulu P.

Dapwell escreveu uma matéria sobre o Zulu P. Siga ele no Twitter@dapwell