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Música

São Paulo em Fúria: Um Festival para Sacar o Underground Nacional

Reunindo música, artes visuais e o creme do DIY brasileiro, evento rola nos dias 15 e 16, em SP.

Rola neste fim de semana, com programação para o sábado (15) e o domingo (16), a segunda edição do festival São Paulo em Fúria. Movido pelo esforço de seus organizadores, os trutas Iran Costa e Felipe Peres tentam reunir num mesmo evento uma amostragem variada do que vem sendo produzido de relevante no underground nacional. O rolê traz um mix de música, exposição, feira de discos e publicações independentes, oficina de zines e gastronomia vegetariana. Em relação à curadoria musical, o Iran explica que a ideia é mostrar que "a produção contracultural contemporânea passeia por diferentes experimentos e subgêneros do rock.”

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Daí a ideia de tentar acolher o máximo de expressões possíveis daquilo que vem sendo feito pelas bandas brasileiras, desde o rock instrumental até o hardcore metalizado, passando inclusive pelo emo, o rap e a música extrema. "Não temos pretensão nenhuma de exaltar o nome da cidade, mas sim mostrar aquilo que ecoa em seu submundo, dando espaço para que bandas e artistas de outros lugares também expressem sua arte, já que o caos urbano que inspirou o conceito do festival não é qualidade exclusiva daqui", completa Iran.

Letra dada, então se liga aí nas atrações da vez:

MÚSICA

SÁBADO (15)

ELMA

Desde 2002 o Elma vem botando pra foder com seu rock instrumental cru e metálico, casando violência e polirritmia, complexidade e minimalismo. Esta abordagem ímpar permite que o quarteto possa ser visto tocando em locações tão diferentes entre si como galerias de arte, eventos multimídia e festivais de hardcore. Em 2012, eles lançaram, pela Submarine Records, seu primeiro álbum, Elma LP, nos formatos vinil e download digital.

LAST WARNING

Com pouco mais de um ano e uma gravação bruta, o Last Warning é uma das bandas que vem mostrando o quanto a capital mineira está forte na cena hardcore. O som deles é pesado, mesclando influências do metal e uma veia do clássico hardcore nova-iorquino.

DIRECT SHOT

Já soma três anos de estrada, fazendo um som cru e rápido, influenciado pela escola do típico hardcore americano. O quarteto paulistano trouxe para sua música todo o veneno herdado do cotidiano na cidade cinza. Guitarra sem melodia, vocal que rasga tudo por onde passa e bateria Boston 2000. Pra quem não pescou as referências, é só buscar por bandas como Righeouts Jams e Mental.

KILL MOVES

O Kill Moves, também de Belo Horizonte, faz um som melódico e poético, com letras de conotação totalmente pessoais, seguindo a linha que definiu a estética das bandas da primeira geração da Jadetree, tipo Texas Is the Reason e Cap n' Jazz. O bagulho é emo true!

PRESTO?

Pioneiros do hardcore tupi, o quarteto barulhento vai tocar o seu clássico álbum AQNP (Aquilo Que Não Presta) de cabo a rabo. O disco, que ajudou a definir a sonoridade de muita coisa surgida por aqui no começo dos anos 2000, completa 14 anos.

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DEAD END

Fazendo sua estreia nos palcos, trata-se de um hardcore old school, com vocal feminino representando, para fãs de bandas como Battery e In My Eyes. Uma mescla de riffs rápidos e um pouco de melodia.

VIRGIN ASSAULT

"Noise horror beat". É a assim que o Virgin Assault descreve seu som. Essa é pra quem curte umas vibes de ruídos e aparelhos eletrônicos. Experimental sem limites, direto de Buenos Aires.

DOMINGO (16)

WEREWOLF

A banda mais energética da cena hardcore atual apresenta sons repletos de riffs, sing-alongs e bases perfeitas para os adeptos do slam dance. Boa pedida para quem curte umas paradas tipo Agnostic Front velho e SSD.

AUTO

O Auto foi formado no fim dos anos 1990 e lançou três cassetes com gravações de estúdio e registros ao vivo. Musicalmente, combina as influências de seus integrantes, vindos de bandas como Againe, Intense e Veracidad. Em 2010, com o retorno do vocalista Jonathan Gall, natural de Nova York, o grupo retomou os ensaios e as composições e tem feito shows mostrando desdobramentos sonoros que misturam eletrônica minimalista com instrumentos acústicos e processos experimentais de improviso e ruidagem.

TILDA FLIPERS

Projeto do artista e músico Tomas Spicolli, apresenta um som experimental que pinça referências das mais variadas vertentes da música obscura. Entre elas dub, noise e até punk, conjugando e garimpando sonoridades de aparelhos e objetos que, do ponto de vista tradicional, sequer podem ser considerados instrumentos.

PURO OSSO (M.TAKARA)

Novo projeto do multiinstrumentista Maurício Takara. Geralmente envolvido com a percussão e instrumentos de sopro, dessa vez ele vai mostrar sua desenvoltura nas guitarras. O Maurício toca acompanhado pelo baterista Paulo "Snoopy", do Baobá Stereo Club. Ao contrário do que se possa concluir, nem todas as músicas são instrumentais, algumas têm voz. O Puro Osso pode ser descrito como um resgate das suas influências de formação, algo entre Minutemen e filhotes da SST Records.

FINAL ROUND

Hardcore old school da melhor qualidade. A banda evoca aquele espírito youth crew pra fazer a galera dançar sem parar, pular nas cabeças e acompanhar as letras cantando a plenos pulmões, com toda a emoção que o estilo pressupõe. O FxR é considerado por muitos um dos nomes mais importantes da cena straight edge brasileira atual.

ZERO REAL MARGINAL

ZRM é o representante do movimento hip hop no festival. Rap underground fino, influenciado pela nova escola americana de Los Angeles, da banca do Odd Future, caminha lado a lado com a galera do skate e do hardcore.

TEST

Dupla já conhecida e referência da música extrema nacional. O Test foi formado em 2010 pelo baterista ultra-veloz Barata (D.E.R., Tri Lambda) e o guitarrista e vocalista ultra-demente João Kombi (Are You God?). Eles produzem uma mistura de death metal old school com grindcore e já lançaram duas demos (Jesus Doom e M’Boi Mirim), dois DVDs e um vinil 7" (Carne Humana). No melhor espírito Crass, além de realizarem shows convencionais em casas do circuito underground e festivais, os caras também saem pra tocar à bordo de sua Kombi, munida de gerador de energia e equipamento. Assim, eles podem fazer barulho nas ruas mesmo, onde quer que o público esteja.

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EXPOSIÇÃO

Além das atrações musicais acontece uma exposição coletiva, contando com artistas independentes de diferentes estados do país. Entre os nomes convidados estão: Alan Crisogano, Bia Bittencourt, Bruno Borges, Bruno Lourenço, Camila Leão, Camila Rosa, Carlos Issa, Carol Mags, Daniellone, Disturbios, Felix Barreira, Fernando Denti, Flávio Bá, Ivo Moniz, Jonathan Gall, Limbo (Panda), Lucas Valente, Luiz Berger, MJP, Mateus Mondini, Matias Picón, Marcelo Delamanha, Marinho (Um Reais), Pedro Klepper, Rael Brian, Robson Siqueira e Vitor Jabour.

BANQUINHAS

Haverá espaço para vendas e trocas de gravuras, fanzines, discos e publicações independentes. Caso você queira lançar seu trampo no evento, entre em contato com os caras via tumblr do festival que eles prometeram ajudar a divulgar seu material nas redes sociais.

OFICINA

Durante o festival vai acontecer uma oficina de fanzine bem despretensiosa, contemplando a produção de zines a baixo custo, inspirada no projeto do zineiro Brunno Balco. Leve folhas e canetas e saia de lá com seu zine pronto.

São Paulo em Fúria
R. Vitorino Camilo, 449 - próximo à estação Marechal Deodoro do Metrô, às 15h.
R$ 15 o ingresso para cada dia.
saopauloemfuria.tumblr.com