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Música

Escatologia Aplicada: Cinco Momentos do Cocô na Música Popular Ocidental

Até Wolfgang Amadeus Mozart sabe que fazer música sobre cocô é uma boa ideia

A relação entre música e escatologia não é muito nova, e há quem diga que o peido pode ter sido a primeira forma de música do homem (mentira, nunca vi ninguém dizendo isso). Só para trazer um exemplo bem antigo, trago a descrição da Chanson D'Audigier (datada do século XV), que é feita num livro de Georges Minois.

“Audigier vive no país de Cocuse, onde as pessoas chafurdam nas fezes; ele foi batizado numa bacia de urina por padre vestido com farrapos; alimentado por ovos chocos e cebolas podres, quis fazer a iniciação cavaleires enfrentando a velha e odienta Grinberge, que o aprisionou, obrigou-o a lhe beijar o cu e lambuzou-o de merda e urina. Ele conseguiu escapar e casou-se com uma mulher que, durante toda vida, nunca se banhara nem limpara a bunda. A festa do casamento, é claro, é uma orgia escatológica em que se nada em excrementos e vômitos, no meio de um concerto de peidos e arrotos.”

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Estou falando disso porque, no começo do ano, um projeto da Unicef chamado Poo2Loo lançou uma música que eles dizem ser "the First Poo Song in the history of India!" (“a primeira música sobre cocô na história da Índia”), o que eu duvido um pouco, mas como o clipe tem um monte de cocozão nadando, lendo jornal, fazendo trenzinho da alegria e perseguindo a população, então eu nem ligo se é o primeiro. Dá uma olhada ai:

A campanha é pra conscientizar a galera (metade da população) sobre as consequências de se dar um cagão a céu aberto, e o site oficial traz todas as estatísticas possíveis sobre o cocô indiano.

Não pretendo traçar um detalhado panorama do cocô na história da música, mas inspirado por toda essa atmosfera não tem como ficar sem lembrar alguns grandes momentos escatológicos:

GG Allin – “Bite It You Scum”

Você vai num show, um monte de gente maneira, descolada, sonzêra rolando, o vocalista tá pelado, ele dá umas porradas na galera, depois ele caga, se lambuza e tenta transmitir essa energia pro público, não vejo como isso poderia ser mais divertido.

Língua de Trapo – “Cagar é Bom Demais”

Uma zuera com a bossa nova ao mesmo tempo que uma ode ao ato de cagar, ressaltando suas diversas modalidades através de onomatopeias. Essa gostosa canção ainda tem o mérito de aparecer no YouTube com créditos pra Joelho de Porco, Mamonas Assassinas, Hermes e Renato, Juca Chaves, Ary Toledo, mas parece que ela é mesmo do Língua de Trapo, posso estar errado também.

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South Park – ‘Mr Hankey The Christmas Poo”

O cocozinho de natal do South Park com certeza receberia elogios de Rabelais e de tabela conquistaria o coração de Bakhtin também, lembrando de nossa humanidade no dia do nascimento do filho de deus.

Mozart – “Leck mich im Arsch”

É o Amadeus mesmo, caso você não saiba nosso querido e prolífico compositor curtia muito zuar com sua família mandando umas cartas pedindo pros parentes lamber seu cu e deixar tudo limpinho. Além das cartas, ele acabou faz umas músicas com o mesmo tema. Não pude deixar de notar que a tonalidade desse cânone é si bemol, o finalzinho da escala cromática, ainda dando uma caidinha pra trás.

Garotos Podres – “Vou Fazer Cocô”

Claro que no punk ia ter cocô justo com essa atitude meio "E o Sarney lá, né?"

Se você pesquisar umas bandas de splatter, gore, sei lá, deve ter várias músicas sobre cagar sangue, mas eu avisei que isso aqui não era um tratado. Daqui em diante você pode prosseguir nessa jornada se assim desejar. Boa viagem.