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Música

Zine é Compromisso: Bruno Lancellotti, do Kaskata Zine

Conversamos com o editor do primeiro – quiçá o único – fanzine cem por cento dedicado ao ska e suas vertentes no Brasil

Se você curte música jamaicana pra valer, é batata que as suas pesquisas já te levaram a conhecer e consumir as coisas da Radiola Records. À frente da produtora, editora e gravadora dedicada aos mais diversos ritmos negros e latinos está o Bruno Lancellotti, um cara que desde os anos 1990 vem militando em diferentes frentes na promoção desse tipo de som. Seu trampo na Radiola pode ser considerado o amadurecimento ou a evolução natural de uma missão que ele assumiu lá atrás, editando o fanzine Kaskata, a primeira publicação do país totalmente voltada para o ska.

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Naquela época tudo o que a gente manjava de ska por aqui era basicamente Operation Ivy e Mighty Mighty Bosstones. Ou seja, um lance que pendia para o punk e o skacore. Aí chegou o Kaskata metendo a ficha certa e mostrando que a parada era bem mais roots. Sua diagramação limpa, o formato A4 e o conteúdo pautado pelo viés informativo, avesso a digressões pessoais e às políticas do underground, como que no intuito de educar mesmo seus leitores a respeito daquela rica escola musical, chamavam atenção para a revistinha exposta nas vitrines das lojas da Galeria do Rock, em São Paulo, onde o Bruno tirava um troco e firmava parcerias.

Do zine, sua atuação se desdobrou num programa de rádio que era muito fera e do qual eu sinto saudades, o Skabadabadoo!, ao ar pela Brasil 2000 FM entre 1997 e 2002. Dando sequência à série Zine é Compromisso, estendemos nosso mapeamento da mídia independente musical brasileira ao empenho do Bruno em divulgar e contextualizar o som que deu origem ao reggae e um monte de outras maravilhas. Acompanhe:

Noisey: O que te motivou a editar um fanzine de ska na época? A cena de São Paulo, ou brasileira, vivia uma fase boa para o gênero? Digo, estava rolando uma safra de bandas destacadas por aqui ou mesmo lá fora?
Bruno Lancellotti: Acho que foi um mix de uma porção de coisas. Não havia cena aqui, mas havia gente interessada em conhecer bandas novas e formar bandas também. No exterior, sim, o lance bombava. Eu entrei no ska bem moleque. Meus primos sempre botaram muito reggae e muito punk pra eu ouvir. Um dia cheguei no ska, que pra mim, naquele momento, soou como um meio termo entre as coisas, e fiquei maluco. Foda é que não havia informação nenhuma por aqui. Eu vivia tentando descobrir outras bandas (além de Fishbone e Specials) que tocassem aquele ritmo e não achava. Fui achar alguma coisa em zines estrangeiros. E aí me senti um pouco na obrigação de falar pra todo mundo por aqui que ska era um lance do caralho. Que era um som massa e com uma proposta multi-racial interessantíssima.

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O legal foi descobrir que havia uns malucos que queriam se inteirar das coisas também. Eu saia da aula e ia pra Galeria do Rock caçar fitas, vídeos ou o que houvesse. Achei duas ou três lojas (Rocket, Zeus e Noise) que conheciam algumas das bandas que eu buscava e me mostravam outras coisas também, naipe Operation Ivy, outras bandas da 2 Tone (Madness, Beat, etc.), Skatalites (cara, eu não entendi nada quando os ouvi pela primeira vez…). Acho que a cena nasceu um pouco desse interesse meio coletivo, mas desorganizado, ali na Galeria do Rock em meados dos anos 1990. A única banda de ska da cidade na época era uma straight edge, que fazia um esquema à lá punk-ska.

Claro, musicalmente, a gente sabia que Paralamas e Kongo eram “ska” – mas eles tavam no BRrock e isso os deixava de fora da conta. A primeira safra de bandas daqui (tirando o Kongo da jogada) veio com Skamoondongos, Skuba, Boi Mamão, Mr. Rude e Subtones. O Maskavo Roots remava junto, mas de certa forma era parte de uma outra cena, a do rock independente brasileiro daquela época. Bom, essa visão é meio paulistana, né? A gente rotulava e vivia num esquema meio sectário quando falava de cena. O zine foi um marco importante, que teve ainda mais eco com a coletânea Ska Brasil e com o programa Skabadabadoo!, aqui em São Paulo.

O Kaskata foi o seu primeiro e único zine? Quantos anos você tinha e qual era o seu envolvimento com o underground à época da publicação da primeira edição?
Sim, o Kaskata foi meu primeiro e único zine. Eu tinha uns 15 ou 16 anos e acho que praticava uma espécie de militância institucional em prol do estilo, sabe? Eu dedicava minha publicação e atenção 100% ao ska, pois entendia que, com o generalismo reinante nas demais publicações independentes, o assunto nunca seria tratado com a devida atenção ou realmente a fundo. Quando olho pra trás hoje, acho que mais ganhei do que perdi com essa opção meio radical. Mas claro, radical ou não, eu era super ligado em toda a movimentação que rolava no cenário independente local, dos zines, dos festivais e de uma porção de coisa que orbitava esse espaço, como as tribos urbanas (skins, punks, etc.).

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Eu devo muito da minha formação pessoal à leitura de revistas de música e skate e também de zines e revistas independentes, do Papakapika e do Mensageiro até a Panacea. O Kaskata circulava nessa mesma rede dos demais zines nacionais, com muito flyer rodando em carta social, muito selo reaproveitado e muita fita demo. Era uma benção quando chegava algo próximo daquilo que a gente gostava. Eu me lembro até hoje da chegada pelo correio das demos do Maskavo Roots, do Kamundjangos, do Skuba, do Donkey e do Professor Antena, dentre outros grupos que flertavam com o ska. Na nossa militância de Galeria do Rock pintaram os Skamoondongos, banda que se formou lá naqueles corredores e lojas.

Minha trajetória de zineiro foi abreviada em função da estreia do Skabadabadoo! (1997-2002), um programa de rádio. Esse programa, pra mim, significou uma continuidade do trabalho iniciado com o zine e me dava uma oportunidade ainda mais especial: poder comentar e também mostrar, ao vivo, os sons que eu achava interessantes. Eu estive nas reuniões de pauta de um zine chamado 4Fun, que meu primo Álvaro (Souza, pros zineiros) criou com mais dois amigos. Eu seria uma quarta cabeça ali, mas queria mesmo era falar de ska (e tinha coisa pra cacete pra falar…). Eu era super novo e tentava me antenar a tudo o que existia ao meu redor. Curtia também muito Dead Kennedys, Bad Religion, Black Flag, Bad Brains e via, na minha pequena vivência de Galeria do Rock, o straight edge nascer em São Paulo, o punk nacional experimentar um hiato estranho, o metal seduzir ainda algumas cabeças e o rap bombando andares abaixo da onde eu vivia.

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Teve também um personagem importantíssimo na minha investigação sobre o ska. Eu fui vizinho do Glauco Mattoso, numa época em que ele pesquisava muito o ambiente skinhead. Ele já estava com o glaucoma (que lhe acabou deixando cego) em estágio avançado. Dividíamos a caixa postal nos tempos em que ele escrevia sobre cultura punk/skinhead para zines, revistas e jornais, além de manter toda a sua produção sobre poesia, traduções das mais variadas, etc. O Glauco foi uma fonte esclarecedora para uma geração de punks e skinheads por aqui. Fez muito fascista admitir que os skins originais não eram sequer politizados, quanto mais fascistas e idiotas. Ao mesmo tempo, como pesquisador, sempre mostrou também o outro lado da moeda. Era respeitado, mas também odiado, por muitos desses caras que não entendiam qual o ponto dele nessa história.

Das matérias e artigos publicados no zine, poderia citar algumas pautas das quais você mais se orgulhou ou considera relevantes do ponto de vista informativo?
O zine era repleto de resenhas de discos. Acho que esse era nosso forte. As matérias mais interessantes foram uma que trazia uma visão mais histórica do ska aqui no Brasil, em que nossa investigação acabou achando nos Renato & Seus Blue Caps e sua versão para “Shame & Scandal” um marco histórico para a chegada do ska no país. Outro artigo importante foi um que de certa forma apresentava o SHARP (skinheads contra o preconceito racial). Os leitores agradeciam bastante pela seção de zines também, que mapeava toda uma rede de fanzines de ska mundo afora.

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Pegando o gancho da pergunta anterior, como o zine era dividido? Era tipo revista, organizado em seções?
Não exatamente. Fixa mesma era a seção de resenhas. A gente sempre tentava entrevistar algum grupo também. E tinha matérias sobre “cenas” de outros cantos. Acho que o isolamento aqui era tanto que eu sentia a obrigação de mostrar que haviam outros malucos, mundo afora, dedicados ao mesmo lance.

Ontem e hoje, você acha que existe uma cobertura firmeza do ska na mídia brasileira? Seja no meio alternativo ou no mainstream?
Olha, firmeza mesmo, não sei. Mas o assunto ao menos já não é desconhecido para jornalistas e leitores médios. Os grandes nomes do gênero são minimamente conhecidos por muita gente. Há blogs hoje em dia que vão muito a fundo no compartilhamento de música, oferecendo mp3 grátis pra galera baixar e conhecer. Porém ainda falta informação mais apurada e escrita numa linguagem que seja decifrável tanto por experts como por leigos.

Como funcionava a distribuição do zine? Você vendia pelos correios, em lojas, banquinhas em shows? Qual foi a maior tiragem que a publicação chegou a ter?
A gente vendia muito em lojas da Galeria do Rock (eu trabalhava nessa época em uma delas). E vendia muito pelo correio também. Não tinha muito show de ska na época. Acho que a maior tiragem foi do número ½, que fizemos em gráfica, com 1.000 cópias.

Você comentou que o zine acabou por conta de um programa de rádio dedicado ao ska. A transmissão era da Brasil 2000, não é? Como rolou a oportunidade da rádio levar ao ar um programa com esse foco específico e qual o feedback você teve da galera na época?
Sim, o Skabadabadoo!, que foi um dos lances mais legais e divertidos que já fiz na vida. É uma fase da qual eu tenho sempre muita saudade. Aliás, o zine e o programa de rádio tinham colaboradores muito importantes. No Kaskata, a Carla Marin, que depois foi saxonofista do Skamoondongos, tinha um papel super central. Ela editava matérias, diagramava e escrevia muitas resenhas. E, no Skadabadoo!, meu chapa Luis Shimabukuro (o Alemão) era a outra metade da história. A oportunidade surgiu lá na Galeria do Rock. Eu era uma espécie de gerente numa loja chamada Hanx!, cujo dono era o Renato Martins (o mesmo do selo Ataque Frontal). O Renato, a certa altura, teve como sócio o Tatola, que era padrinho de um dos filhos dele e tinha todo aquele background de rádio, do Independência ou Morte e de uma porção de coisas na 89FM. Bem, o Tatola tava assumindo a direção artística da Brasil 2000 naqueles tempos. O Renato comentou com ele que eu e o Alemão manjávamos muito de ska (que tava bombando mundo afora). A gente fez um piloto e o lance foi um estrondoso sucesso inicial. Ficou no ar por cerca de cinco anos e rendeu muita história, mostrou muita banda pra muita gente, influenciou muitas cabeças, pelo feedback que sinto até hoje.

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Numa coluna sua redigida em 2003 para o PunkNet, você comenta que se fosse escrever um livro, o título seria 1995-1999 - Ascensão e Queda do Ska no Brasil. A que se deve essa afirmação? O movimento ska definhou no começo dos anos 2000 por aqui?
Acho que essa foi uma visão meio fatalista e decepcionada com o primeiro tombo, quando o ska deixou de ser interessante para bandas, público e imprensa locais. Eu levo essa parada a sério, saca? A maior parte das bandas de ska daquela geração não chegou a dois discos. Parece que não tínhamos uma base sólida (como sinto haver hoje) para o desenvolvimento do lance. Em 2006, já à frente da Radiola, produzimos um evento no SESC que virou documentário, chamado Sons de Uma Noite de Verão: A Retomada do Ska no Brasil. Esse período entre 2000 e 2006 foi uma espécie de limbo pro ska brasileiro, sem bandas, sem intercâmbio, com crise financeira… os anos perdidos, talvez.

A Radiola Records pode ser considerada o terceiro capítulo do desdobramento de um trabalho que você iniciou com o zine Kaskata, expandiu para o Skabadabadoo!, e que acabou desembocando no selo. Sei que a Radiola não é propriamente uma produtora, editora e gravadora dedicada somente ao ska, mas ela começou com esse mote, certo?
A Radiola nasceu exatamente com essa proposta que você descreveu. A ideia no começo era ser um ponto de partida para o lançamento de grupos de ska, locais e estrangeiros, aqui no Brasil. Eu tava no meio da faculdade de jornalismo, metido até o pescoço com o ska e essa era a maneira que eu via de apoiar a cena. A empresa nasceu justamente nesse hiato/limbo, em 2001, com a proposta de auxiliar artistas de ska a se lançarem no país. Naquele tempo o Skabadabadoo! ainda estava no ar, o que daria um certo empurrão aos grupos. O mercado de discos independentes tinha certa consistência, com uma distribuição independente mais sólida. Eu até ensaiei um retorno do zine, mas acabou não vingando. O duro foi encarar esse processo que vemos até hoje, com as lojas de disco fechando e a venda de discos minguando.

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Isso obrigou a Radiola a se reposicionar e atuar muito mais na produção de shows. Esse foi um segundo turnover na minha vida pessoal, pois eu já tinha concluído o curso e desistido de ser jornalista. Como produtora, a gente achou um caminho mais viável e interessante. Deixamos de ser exclusivamente dedicados ao ska (que ainda representa grande parte, mas não o todo, das nossas ações). Hoje em dia todo esse trabalho tem um novo direcionamento. Tem um olhar pra música jamaicana como mais um polo difusor da música negra ou da música de “terceiro mundo” mundial, assim como é a própria música brasileira. Eu tento mirar nas similaridades, musicais e de conceito, para encaixar ska, reggae, rocksteady, dub, ao lado de afro beat, soul, jazz, hip hop, punk, etc. Quando as similaridades não são musicais, são de conceito. Acho que encontrei um jeito particular de olhar e entender como esses artistas e cenários se encaixam. O público, eu incluso, parece entender algo dessa forma também. É inegável que Bob Marley, Fela Kuti, The Clash e Public Enemy têm referências e raízes próximas.

É real a fita de que os primeiros sons de ska no Brasil foram gravados pela galera da Jovem Guarda? E que o Paralamas do Sucesso nasceu com a meta de fazer ska?
A Jovem Guarda esbarrou no ska por acaso. Eles traduziam pro mercado brasileiro os sucessos que vinham do exterior. Por isso Renato e seus Bluecaps e também a Celi Campello acabaram regravando sucessos de gente como Millie Small (“My Boy Lollypop”). Não foi, definitivamente, algo intencional, assim como não eram intencionais as inserções de clássicos do reggae/rocksteady nas coletâneas de samba rock, que eram recheadas de Upsetters, Desmond Dekker e Dave & Ansel Collins. A informação sobre o que eram esses sons sempre demorou a chegar. Bendita seja a internet, benditos sejam os fanzines especializados, que botavam um pouco os pingos nos is. Já os Paralamas tinham real consciência de que Specials, Beat, Selecter e Madness eram bandas de ska. Que o Police agregava reggae na sua composição sonora. Eu tenho como certo, pra mim, que Beat e Police eram sons que não saiam do walkman do trio. Será que alguém duvida disso?! O Bi Ribeiro foi, inclusive, produtor do primeiro disco do Kongo, em que as referências ao ska eram ainda mais nítidas, mesmo com todos eles levando a bandeira do rock nacional lá nos anos 1980. Eu me ressentia do fato dos Paralamas guardarem esse segredo pra eles. O ska poderia ter tido outro reconhecimento caso fosse associado mais a um ritmo que a uma faixa de O Passo do Lui.

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O que veio antes, o ska ou o reggae? E qual a diferença entre skajazz, skacore, rocksteady e skunk? São apenas variações do ritmo ou existe aí um lance de movimento?
O ska veio antes, influenciado por jazz, calypso e mento, lá na virada dos 50s pros 60s. O rocksteady é uma evolução disso, num ritmo mais lento, que depois daria origem ao reggae. Mas o ska teve, fora da Jamaica, um caminho próprio e bastante interessante. Nos anos 80, com a geração do selo 2 Tone, ele se reinventou e frequentou até mesmo as paradas de sucesso. Nos anos 90, se reinventou ainda mais, com ecos que iam além da Inglaterra, e chegou a todos os cantos do mundo. Essas derivações da raiz são os matizes do ska contemporâneo, que é base para fusões com outros ritmos (skacore = ska+hardcore, por exemplo) ou influências para artistas pop, como Amy Winehouse e Lilly Allen. Importante sacar também que o ska é parte indissociável da trilha sonora de algumas tribos urbanas, sejam rude boys, sejam punks, sejam skinheads (e não falo aqui dos fascistas, claro, mas dos skinheads originais, do fim dos anos 60).

Quais as melhores bandas de ska brasileiras de todos os tempos?
Nos 80s, Kongo. Nos 90s, Mr. Rude. Nos 00s, Firebug, Peixoto & Maxado e OBMJ (Orquestra Brasileira de Música Jamaicana).

E as bandas gringas? Quais não podem faltar numa discoteca básica de ska?
Nossa…. Sou fã de uma pá. Skatalites (bença, pessoal), inigualáveis, criadores do estilo, de uma linguagem, de um legado que precisa ser investigado com mais seriedade por gente graúda. Coloco eles ao lado de Cartola, Miles Davis, Dizzie Gillespie, John Coltrane, Ramones, Clash. Os Skatalites são minha base. E, se posso falar de bandas que não saem da minha preferência, Specials, Madness, Beat, Selecter, Desorden Público (sim, temos um ska latino de primeiríssima qualidade!), Hepcat, Slackers, Busters, Moon Invaders, Jim Murple Memorial e Tokyo Ska Paradise Orchestra.

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Outros zines, outras cenas. Do black metal ao gótico e o indie-rock, as entrevistas abaixo documentam mais algumas publicações que ajudaram a amplificar a voz do underground:

Zine é Compromisso: Arthur Dantas, do Velotrol

Zine é Compromisso: Eduardo Vomitorium, do Demência Zine

Zine é Compromisso: Revelações Abissais, 'O Arauto da Má Notícia'

Zine é Compromisso: Thiago Mello, do Broken Strings

Zine é Compromisso: Bento Araújo, do Poeira Zine

Zine é Compromisso: DJ Tonyy, do Enter The Shadows

Zine é Compromisso: Douglas Utescher, do "Life?"

Zine é Compromisso: Contravenção

Zine é Compromisso: Especial Tupanzine

Zine é Compromisso: midsummer madness

Zine é Compromisso: Escarro Napalm

Zine é Compromisso: Esquizofrenia

Zine é Compromisso: Márcio Sno, do “Aaah!!”