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Música

Como foi o Burning Man judaico

Salve sua alma, compartilhe o pão, ou simplesmente dance, dance, dance com a música espiritual proclamando a grandeza de Deus – e de Rebbe Nachman.

A Rua Pushkin foi transformada num bazar sagrado e está lotada. Só se vê chapéu peludo atrás de chapéu peludo, alto-falantes gritando a chance de salvar sua alma, e você pode compartilhar o pão ou simplesmente dançar, dançar e dançar com a música extática proclamando a grandeza eterna de Deus – e de Rebbe Nachman.

Se quer ter a chance remota de chegar ao balcão das barraquinhas improvisadas de falafel ou shawarma, atendendo as dezenas de milhares de peregrinos que acabaram de chegar, você tem que passar por um mar de gente acenando shekels, dólares e grívnias, como se fosse uma promoção de latão a 2 reais numa festa de rua. É uma selva aqui, na véspera do Rosh Hashaná, o Ano Novo judeu, em Uman, Ucrânia, o local do descanso final de um mítico rabino hassídico do século 19 conhecido como Rebbe Nachman de Breslau (no hassidismo, "rebbe" é um termo carinhoso para "rabino", mas também conota forte liderança espiritual). Nachman prometeu redenção a todos que visitassem seu túmulo, e há mais de 200 anos, a sua sepultura tem sido um ponto de peregrinação fervorosa para judeus do mundo todo. Na última década, às vezes o clima se torna carnavalesco, com fileiras de seguidores de Nachman, hassídicos de criação religiosa tradicional, cheias de ex-viciados, antigos fãs do Phish, criminosos reformados e alcoólatras em recuperação. A língua principal aqui é o hebraico, mas você ouve inglês, francês, iídiche e russo. Os únicos falando ucraniano são os locais, que podem entrar na Rua Pushkin se provarem que moram ou trabalham na área, uma medida que visa, provavelmente, evitar a lotação do lugar, mas também a violência entre a população nativa e as dezenas de milhares de turistas religiosos. Como resultado, os ucranianos são a minoria da festa, mas não são os únicos tipos raros de pessoas, já que os peregrinos são todos homens. Aqui e ali você nota cartazes em hebraico colados em postes e muros da sinagoga: é proibido a presença de mulheres onde há grande concentração de homens!

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