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Música

Batalha do Santa Cruz - Um Documentário

Uma turma de faculdade fez um documentário sobre a Batalha do Santa Cruz melhor que 90% das matérias sobre rap da grande imprensa.

Uma turma de faculdade fez como trabalho para uma disciplina um documentário sobre a lendária Batalha do Santa Cruz melhor – e mais relevante – que 90% das matérias sobre rap que saíram na grande imprensa nos últimos anos. Hoje eles postaram o vídeo em duas partes no YouTube, daí aproveitei pra conversar com a Fabíola, umas das envolvidas. Leia e assista, nem que seja só pra descobrir a origem da expressão “A Rua Eh Noiz” e pagar de espertão no boteco.

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VICE: Me conte um pouco sobre a história desse documentário, quem está envolvido, por que resolveram fazer, quanto tempo demorou para ficar pronto, qual equipamento usaram. 
Fabíola Ribeiro: Aprodução de um mini documentário era um dos trabalhos acadêmicos que teríamos de apresentar para a disciplina de Reportagens Especiais na faculdade. A ideia partiu dos meninos que já tinham visto alguns vídeos da Batalha no YouTube e se identificavam com as músicas do Emicida, Criolo e Projota como "Santa Cruz”, principalmente Guilherme, Bruno, Kelisson, Rafael e Gabriel. Como tínhamos que fazer um documentário eles encontraram uma tema que gostavam e ainda poderiam conhecer a Santa Cruz. O legal é que entrei no grupo depois e logo de cara, eu que frequento o Santa há cinco anos, e tinha acabado de voltar para faculdade me deparei com os oito querendo o documentário que sempre quis fazer.

O processo de gravação durou cerca de um mês, foram três visitas à batalha nos finais de semana, gravamos com os equipamentos da faculdade que eram duas câmeras, uma de mão e uma 5D, iluminação e um microfone. A edição foi o processo mais lento, pois fizemos tudo, da decupagem à arte da capa. Tudo foi feito em três meses, de agosto à novembro do ano passado.

O que vocês descobriram fazendo esse documentário?
Que as pessoas realmente acreditam nisso, gente que vem de longe para conhecer a batalha, mostrar suas rimas e é bem recebido. O Santa Cruz representa a diversidade e riqueza do movimento hip hop, tem todo tipo de público, todo tipo de conversa e sobrevive há seis anos a base de MC’s que veem um futuro no rap.

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Aconteceu alguma coisa gozada durante a feitura do documentário?
Passamos muito perrengue com o equipamento, quase ficamos proibidos de retirá-los na faculdade. Quem não conhecia se divertiu muito com os improvisos, boa parte dos que estão no documentário sabemos de cor.

Um MC ficou bravo, pois entendeu de maneira errada a brincadeira de um integrante do nosso grupo e usou a raiva que ele estava desta pessoa no free dele. Ele acabou ganhando a batalha e o componente do nosso grupo ficou um tanto envergonhado,

E um fato, assim, não tão curioso, mas de extrema importância para gente é que o Guilherme Dias Frigatto, uma dos mais entusiasmados com o projeto faleceu antes que pudéssemos divulgá-lo, essa é uma forma que temos de homenageá-lo. Queríamos agradecer e deixar os nossos sentimentos ao nosso amigo de grupo que fez todo trabalho com a gente e que acabou falecendo neste ano vítima de um câncer. Guilherme Dias Frigatto Miguel, você também faz parte desta história. Pra sempre irmãozinho…

Créditos: Tem que ter swing – 5 anos da batalha do Santa Cruz

Direção: Bruno Cassucci e João Guilherme

Roteiro: Eduardo Bentivoglio e Guilherme Frigatto

Imagens: Rafael Mandelli e Gabriel Amorim

Edição: Fernanda Médici e Fernando Carrati

Produção: Danilo Martins, Fabíola Ribeiro e Kelisson Rodrigues

Ano: 2011

Todos os direitos reservados à Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas da Universidade Metodista de São Paulo.

AMIRI BATATA