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Música

Vais descobrir, dançar, sonhar, pensar ou rockar no Vodafone Mexefest?

Destinos para todos os gostos e feitios.

Dançar noite dentro ou encarar a violência eléctrica das Savages? Sonhar com a pop cerebral e citadina de Glasser ou deixar-se levar pelas visões de África dos John Wizards e Nástio Mosquito? No Vodafone Mexefest, que acontece dias 29 e 30 deste mês em múltiplos espaços da Avenida da Liberdade, em Lisboa, o cartaz molda-se às necessidades do festivaleiro: queres descobrir música nova, sonhar (acordado), pensar, rockar ou dançar?

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DESCOBRIR

O presente e o futuro passam pelo Vodafone Mexefest. Nástio Mosquito (dia 29, BES Arte & Finança) é poeta e personagem importante na cena artística angolana. Já expôs em todo o mundo, inclusivamente na Tate Modern. É também músico, autor de

Se Eu Fosse Angolano

, editado este ano. Nele, Nástio canta e declama as suas visões do quotidiano e da política, em cima de instrumentais que têm tanto das tradições locais como de hip-hop e trip-hop — vamos olhar para Angola e para o mundo pelos olhos de Nástio Mosquito. De Luanda para o eixo Londres-Grande Lisboa, as A.M.O.R. (dia 30, Hotel Florida), dupla de rap no feminino, vão apresentar o muito adiado álbum de estreia, com

beats

 do futuro de gente como Photonz e Niagara. O francês Woodkid podia ter ficado nos bastidores, a fazer

videoclips

 para nomes como Katy Perry e Lana Del Rey, mas decidiu mostrar ao mundo a pop orquestral que tinha e tem na cabeça (e o mundo gostou). Vai explicar as razões do

hype

no dia 29, no Coliseu.

DANÇAR

O programa do Vodafone Mexefest é recheado de motivos para o meneio das ancas. Erlend Øye (dia 30, Cinema São Jorge) tem cara de tímido e faz canções delicodoces nos Kings of Convenience, mas em nome próprio arrebita — tem novo álbum para sair em breve e o

single

 “La Prima Estate” namora com a pop italiana. Os amantes mais hardcore da pista não devem deixar escapar o britânico Lil Silva (dia 30, Hotel Florida) e os portugueses Octa Push (dia 30, BES Arte & Finança), ambos no campo da

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bass music

, bem como o piquenique da também lusa Discotexas, no Coliseu (dia 30). No primeiro dia do festival, a estação ferroviária do Rossio, convertida em Estação Vodafone FM, terá um bocadinho de África pela mão dos John Wizards, produto do nómada John Withers, do ruandês Emmanuel Nzaramba e de outros cidadãos do mundo. O álbum de estreia, lançado este ano, vai do R&B a melodias africanas filtradas por auto-tune.

SONHAR (ACORDADO)

Se não quiseres dançar com fervor, nem pensar no que será a descoberta do ano, experimenta a pop mergulhada em sonho de Tropics (dia 30, Hotel Florida). O inglês Chris Ward põe sintetizadores espraiados a dialogar com guitarras soft-rock, faz pop escondida por uma neblina benigna. Glasser, comparada com frequência a Björk, mostrará a pop mutante, influenciada pela arquitectura, do fresquíssimo

Interiors

 (dia 29, Estação Vodafone FM). Oh Land (dia 30, Estação Vodafone FM) representa a armada pop escandinava no Vodafone Mexefest e exibe o novo

Wish Bone

, colecções de canções sonhadores, guiadas por sintetizadores.

PENSAR

John Grant (dia 29, Cinema São Jorge) tem uma voz de barítono que sossega e inquieta, ao mesmo tempo.

Pale Green Ghosts

, editado este ano, depois de anunciar ter contraído HIV, ora tem synth-pop confessional, ora folk, ora faz dançar – um disco trágico com humor lá dentro. Outrora seguidores da doutrina Animal Collective, os Braids revitalizam em

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Flourish // Perish

 (2013) etiquetas antigas como “indietrónica” e “IDM” (dia 30, Casa do Alentejo).

ROCKAR

Três hipóteses para a prática do air guitar no Vodafone Mexefest: Wavves (dia 29, Sala Super Bock Super Rock - Ateneu Comercial de Lisboa), o projecto do chanfrado Nathan Williams que pôs os putos indie a ouvir de novo punk rock e guitarras à Nirvana; Savages (dia 29, Coliseu), pancadaria que deu um novo sentido ao sempiterno revivalismo pós-punk; e os “nossos” Xungaria no Céu (dia 29, Palácio da Independência), trupe da FlorCaveira às voltas com o seu próprio repertório e algumas novidades (são um supergrupo, mas, modestamente, preferem ver-se como infra-grupo).