Sónar 2015 – Dia 2 - 199º de Rotação - Exploração

Os portugueses do Sónar são definitivamente dados a analogias. Ontem demos boleia a dois estreantes, para o Sónar by night, que nos confessavam que vir ao festival e não "meter nada" (que mania esta de meter coisas) é como ir às putas, pagar e depois pedir um abraço. Pois foi nessa perspectiva absolutamente "friendly" e asexuada que ontem abordámos o festival.

Começámos o dia deabulando entre conferências (a de Aaron Koblin e Chris Milk foi deveras interessante e a de Holly Herndon "amorosa"), workshops de construção de sintetizadores, demonstrações de apps, e experimentando as últimas novidades em realidade virtual. Deu-nos a sede e fomos ao SónarVillage beber uma cerveja onde o Owen Pallett já distribuía virtuosismo. Nesse terrível momento havia que decidir se nos virávamos para Larry Gus ou para Kate Tempest. Começámos pelo final do live do grego que levou público e artista ao delírio total entre batalhas de seringas e a "quote" mais freak do festival ("don't have babies,don't have babies, I'll give you mine"). Saltámos rapidamente para o final de Kate Tempest num SónarHall completamente entregado a esta rapariga que nos fez pensar porque raio é que os 3 melhores concertos do dia se programam à mesma hora? Logo de seguida foi tempo para bailarico do bom com a lenda viva - Arthur Baker - que nos fez entrar a fome.

Saímos do Sónar by day para recuperar energias para a noite à volta de um prato de batatas com grelos, cuja digestão se fez durante o "SHOW" de A$AP Rocky, que nos deu a mais firme certeza de que este festival precisa de mais e melhor hip hop como este (embora o concerto quase acabasse mal quando o A$AP mergulha literalmente na audiência e alguém tenta ficar com uma recordação sua mais pessoal). Espreitámos o Hudson Mohawke e o Tiga. Cumprimentámos o Jamie XX, e como a noite anterior foi o aniversário do Ricardo (não digo mais nada) demos "aquele abraço" e fomos para casa que hoje há mais.