Ouvir o lançamento do Earl Sweatshirt, I Don’t Like Shit, I Don’t Go Outside, nos faz sentir que ele não está em um lugar confortável – o disco conversa com quem já sofreu a ansiedade que vem com o fato de encarar a realidade quando você está fodido, que piora mais ainda a cada dia que passa. Porém, soa honestamente libertador. A habilidade de expressar emoção é uma importante luz num longo túnel escuro e, assim como o Earl contou à Pitchfork mês passado, sua música oferece o retrato mais nítido de sua vida. Todos nós passamos por merdas: o que acontece é que o Earl registra isso para a posteridade.Nesta quarta-feira (29), ele soltou “Solace”, uma faixa/projeto/lançamento de dez minutos, dedicada – como ele disse à NPR – “mais para a minha mãe”. Como os fãs de longa data devem lembrar, a tensão entre Earl e sua mãe foi causada pelo “tempo que ele passou naquela ilha”, numa escola voluntária na Samoa, para a qual ele foi enviado assim que Odd Future começou a bombar. Quando isso rolou, a frase “Free Earl” (“Libertem o Earl”) virou um fenômeno, estampada em camisetas, entoada em shows de rap e amplamente mencionada no Twitter. Os fãs culparam a mãe de Earl por sua partida.“Depois de Samoa e de tudo que rolou com minha mãe, e as fitas de ‘Free Earl’, eu me conscientizei do quanto inseri minha mãe em tudo isso”, Earl contou à Grantland: “Eu estaria em posição de fazer uma crítica honesta e imparcial de minha mãe se não houvesse esta imagem negativa imediata atribuída a ela. Foi isso que fodeu tudo. As pessoas mandavam e-mails pra ela, ficavam chamando-a de coisas.”Em “Solace”, Earl Sweatshirt tenta descansar sua consciência. O nome da faixa já diz: é um exorcismo. Um momento para libertar seus sentimentos, colocá-los no mundo e encontrar conforto e paz como resultado. Ouça abaixo:O Ryan Bassil está no Twitter.
Publicidade