Um olhar íntimo sobre a grande peregrinação a Meca

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Um olhar íntimo sobre a grande peregrinação a Meca

Todos os anos, dois milhões de pessoas fazem esta viagem.

Este artigo foi originalmente publicado na VICE Canadá.

No Outono do ano passado fui com a minha mãe a Meca, na Arábia Saudita, para o Hajj, a maior peregrinação muçulmana. O Hajj é uma das maiores reuniões de gente à face da Terra. Todos os anos, dois milhões de pessoas fazem a viagem. É um dos cinco pilares do Islão e é suposto que cada muçulmano faça esta peregrinação pelo menos uma vez na vida, se tiver posses para isso.

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Não queria que as minhas fotografias interferissem com a minha jornada espiritual, pelo que só saquei da máquina depois de cumpridos os rituais religiosos. Mas tirar fotografias também representa a minha maneira de ver o mundo. Daí que uma parte de mim quisesse captar imagens de tudo o que estava a ver. Em todos os momentos.

Acima de tudo, fiquei impressionado com o amor entre os peregrinos, fosse qual fosse a cor da pele de cada um, ou a sua origem. Conheci muçulmanos do Burkina Faso, Filipinas, China, Itália e Espanha. Todos tinham uma história diferente. Os que mais me tocaram foram Ahmed e Fatima; ambos com cerca de 70 anos eram oriundos da Índia. Explicaram-me que pouparam dinheiro durante toda a vida para esta peregrinação e que, agora que a tinham feito, já podiam morrer em paz.

Toda a minha vida rezei virado para Meca, mas apenas tinha visto a Kaaba em vídeos ou fotografias. Vê-la ali à minha frente, real, foi inexplicável. Não me lembro da última vez que chorei antes disto, mas quando olhei para a Kaaba, não conseguia parar.

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Peregrinos esperam pelo começo das orações de final do dia

Alguns peregrinos em frente às portas da Kaaba

O túnel que leva ao local onde decorre a cerimónia Rami al-Jamarat. É a lapidação de Satanás e tem lugar no terceiro dia da peregrinação.

A saída da cerimónia Rami al-Jamarat.

Uma mulher a pedir esmola.

Um peregrino prepara-se para atirar uma pedra na cerimónia Rami al-Jamarat.

Os peregrinos regressam a Mina, onde pernoitam durante a peregrinação.

Um peregrino rapa a cabeça. Para completar o Hajj, os peregrinos devem cortar ou rapar o cabelo.

Apesar de ser ilegal, muitas vezes os peregrinos cortam o cabelo uns aos outros, deixando as ruas cobertas de cabelos.

Um idoso carrega uma criança aos ombros durante a deslocação em círculo à volta de Meca (Tawaf).

Um guarda assegura-se que os peregrinos não lutam enquanto tentam tocar a "pedra negra" da Kaaba.

Os peregrinos fazem as Dua (súplicas) no dia de Arafah.

Um peregrino numa das montanhas

Um peregrino faz as Dua ao pôr-do-sol, antes do final do dia de Arafah. No islão, o novo dia começa depois do Sol desaparecer.

Peregrinos dormem em Muzdalifah. Um dos requisitos do Hajj é dormir uma noite em Muzdalifah.

Os pássaros aproximam-se de pessoas à espera do autocarro que as vai levar para Djeddah, ou Medina.

Crianças à espera num carro.

Segundo alguns peregrinos oriundos de África, estas armas de plástico são o presente ideal para os seus filhos.

Um saudita a contar o seu dinheiro.

Este homem pediu-me para lhe tirar uma fotografia quando me viu com a câmara.

Durante o Hajj as mesquitas ficam tão cheias que muita gente tem de rezar do lado de fora.

Os gatos do mercado.

Aziziyah, um bairro próximo da Kaaba, é onde muitos ficam antes e depois da peregrinação.

Uma mulher indiana lê o Corão durante a Tawaf. muitas das mulheres que fazem a peregrinação juntas vestem-se com as mesmas cores para evitar perderem-se. mulheres da Ásia, como este grupo, são conhecidas por usarem cores vivas como o rosa, ou o roxo.