O circuito jazz em São Paulo nunca deixou a desejar. Seguindo a própria lógica do estilo musical ao qual se dedicam, as casas de shows estão sempre experimentando. Os grooves, contratempos e improvisos rolam soltos na cidade, seja nos fundos de uma garagem ou nas instalações de um hostel. Ou, quem sabe, até mesmo num brechó. A onda de clubes mais caretas, que dominou o cenário por um tempo, começou a dissipar-se já há alguns anos, desde pelo menos quando o projeto Jazz nos Fundos e outros espaços, como Casa do Núcleo, Casa de Francisca e Mundo Pensante, inovaram no formato de celebrações mais intimistas, desencanadas, e com pistas pequenas.Há várias casas surgidas recentemente que dão sequência a esse conceito e ainda oferecem os seus atrativos particulares. Fizemos um roteiro com alguns picos legais pra ouvir um som e tomar uns drinques sem complicação.
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Divulgação
Boutique Vintage Brechó e Bar
A casa é isso o que o nome indica, uma loja de roupas e um bar de shows. A ideia veio da proprietária, Cristiane Seixas, que neste projeto uniu dois universos apreciados por ela. O primeiro brechó que ela teve surgiu há dez anos, e além disso já trabalhou em diversas festas e eventos. A programação do espaço, em frente ao Sesc Belenzinho, prioriza os shows autorais. Alguns desses nomes são a Freedom Big Band e o Thiago Romaro & Devil Bean's.
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Madeleine Bar
Visível da rua, a cortina de veludo que emoldura o palco é a marca registrada deste jazz-bar que faz sucesso na Vila Madalena. Os shows, que só não rolam aos domingos, abrangem as mais variadas vertentes do jazz, numa programação que combina bandas residentes e nomes em ascensão. O Madeleine Bar já ganhou vários prêmios nos quesitos música ao vivo, bar de jazz e para ir a dois. A cozinha, sob o comando da experiente chef Ana Soares, também merece destaque.
Reprodução/Facebook
Jazzy
A festa Jazzy foi idealizada pelo Guigo Lima, da Chocolate e Groovelicious, ao lado dos DJs Tamenpi e Trusty. Trata-se de uma balada que atrai público maior de 30 anos. Tem sempre uma banda de jazz fazendo duas entradas, exposição e projeções mapeadas da VJ Elka Andrello e convidados. Quando a pista esquenta, assumem o som os DJs residentes e convidados. A programação musical abraça as mais diferentes vertentes do jazz e suas fusões.
Felipe Larozza/VICE
Jazz nos Fundos
O projeto do argentino Máximo Levy foi o responsável por descortinar a reciclagem do cenário do jazz e da música instrumental em São Paulo. O que começou como um reduto para iniciados ao fundo de uma garagem continua no mesmo terreno da rua Cardeal Arcoverde, na Vila Madalena. A única diferença é que agora encontra-se no subsolo de um sobrado de três pisos e nova entrada pelo número 742. O sobrado em questão é o Centro Cultural de Música Instrumental, idealizado por Máximo no ano passado. Programação: jazznosfundos.net
Daniel 46
Jazz no Hostel
Com a proposta de levar o jazz para lugares inusitados da cidade, e assim nunca cair na mesmice, a dupla de organizadores Renato e Ramon escolheu explorar os ambientes dos hostels. E há vários por aí com uma acústica legal, como eles já conseguiram provar. Serve-se comes e bebes nos eventos, sempre em endereços próximos do metrô. O Jazz no Hostel no momento está hospedado no Okupe Hostel, no Jardim Paulista.