As definições de fascismo nunca foram atualizadas. Desde o começo do século 20 elas são as seguintes: a) culto à personalidade; b) uso estatal da força e da violência; c) discurso de ódio contra minorias; d) simpatia ao conservadorismo e nacionalismo e e) um tiquinho não-tão-pequeno assim de apoio de populares frustrados com a política.E é isso o que temos assistido no Brasil, sobretudo no debate dos candidatos à presidência da República.
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Mas como uma imprensa livre — que é o campo no qual trabalhamos aqui na VICE Brasil — só funciona de verdade em uma democracia plena, juntamos aqui umas dicas para que você mostre para o seu amigo ou familiar que votar em Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas de intenção de voto, é o pior que podemos fazer com nossa liberdade de expressão e com o país. Abaixo, explicamos por quê.Talvez a ideia de que o PT seja o dono do status-quo faça algum sentido levando em consideração que a sigla ficou 13 anos no comando do governo federal e saiu com uma baixíssima popularidade devido à crise econômica e às denúncias de corrupção. Bolsonaro tenta se vender como a antítese disso ao se posicionar como paladino da honestidade e contrário às pautas identitárias, que avançaram não somente nos governos Lula e Dilma, mas também de forma global no mesmo período.Mas ele não é. O presidenciável é acusado de ter uma funcionária fantasma em seu gabinete, admitiu que seu partido à época (o PP) teria recebido propina da JBS por seu intermédio, além de ter usado o auxílio-moradia mesmo tendo imóvel próprio em Brasília e é uma metralhadora de ofensas para o lado dos mais fracos. Ele mesmo já disse publicamente que governará para as maiorias, não para as minorias. Isso não é algo democrático, como alguns de seus defensores tentam argumentar. É excludente.O que é mais curioso: em um dos vídeos que registram o esfaqueamento de Bolsonaro, um garoto aparece com uma camiseta do Nirvana, banda conhecida pela rebeldia, proximidade com movimento feminista e questionamentos das regras sociais. Lembramos, então, uma celebrada frase do Kurt Cobain, que veio a público após publicação de seus diários: “Se um de vocês de alguma maneira odeia homossexuais, pessoas de outras raças ou mulheres, por favor — nos deixe em paz! Não vá aos nossos shows e não compre nossos discos.”
Apoiar Bolsonaro não é ser rebelde
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EleNão sabe nada de economia
Todas as pessoas merecem respeito
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Espalhar mentiras atrapalha a democracia
A democracia pressupõe o acesso a informações verdadeiras para que haja diferentes interpretações e análises. É extremamente desonesto quando pessoas espalham mentiras de forma deliberada. O que esperar do governo de alguém que não tem compromisso com a verdade durante o processo eleitoral?Jair Bolsonaro, deputado federal com sete mandatos consecutivos desde 1997, tem mais polêmicas no seu currículo do que projetos sancionados. São apenas dois que viraram leis.A maioria das pautas em tramitação atende aos interesses dos militares, que é o seu curral eleitoral, mas há iniciativas assustadoras e outras inúteis. A assustadora: o PL (Projeto de Lei) 6055/2013, do qual é co-autor, pretende revogar a lei 12.845/2013, que dispõe sobre o atendimento às mulheres vítimas de estupro no SUS (Sistema Único de Saúde). Na prática, a medida dificulta o uso de pílula do dia seguinte e profilaxia contra doenças sexualmente transmissíveis para as violentadas sob argumentação de que isso facilitaria a realização do aborto. A inútil: o PL 443/2015 quer batizar a faixa oceânica brasileira como "Mar Presidente Médici - Amazônia Azul”. Merecemos mais do que isso.
Baixa atividade parlamentar
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O discurso é vazio
Mourão é um problema
Tem outros candidatos no páreo
Fetiche se aplaca na cama, não nas urnas
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