Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.O que une a comunidade LGBTQ? Hoje em dia, aparentemente, pouco. As culturas gay e lésbica da velha guarda estão a minguar. As marchas do orgulho são, na sua maior parte, parcas em atitude política e, enquanto alguns sectores da comunidade LGBTQ gozam de uma visibilidade, aceitação e reconhecimento político sem precedentes, outros há que enfrentam níveis de intolerância como nunca antes. Isto manifesta-se numa comunidade LGBTQ que inclui ao mesmo tempo pessoas gay intolerantes e aqueles que se fazem valer do activismo para combater a opressão. Todos são "queer", mas o termo, mais do que nunca, parece impossivelmente difuso, pouco claro.
Publicidade
Quando mergulhamos na obra-prima de Tom Atwood, Kings & Queens in Their Castles - um projecto de 15 anos em que procurou retratar pessoas LGBTQ nos seus quartos e casas - esse sentimento de falta de clareza apazigua-se. "Quando era mais novo, sentava-me em livrarias a olhar para livros de fotos e reparei que a fotografia gay, para o bem e para o mal, era realmente focada na sexualidade. Os sujeitos eram, na sua maioria, jovens, trendy, urbanos e apareciam de tronco nu", explica o fotógrafo. O seu projecto tinha intenção de corrigir esse estereótipo, focando-se tanto em sujeitos jovens, como mais velhos, conhecidos (Alison Bechdel e Alan Cumming, por exemplo), ou nem por isso.Atwood focou a sua objectiva quer em lésbicas reformadas e trabalhadores rurais gay, como em investidores bancários, ou profissionais nas áreas da criatividade. A coisa mais surpreendente nesta colecção é a brilhante mundanidade das vidas daqueles retratados. São avós, tias e vizinhos. Alguns são famosos e ricos, outros são pobres e oprimidos. No entanto, todos eles fazem parte da comunidade LGBTQ e surgem aqui em plena luz do dia.Kings & Queens in Their Castles, de Tom Atwood, é editado a 25 de Abril.