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Em 'Eastwatch', 'Game of Thrones' se prepara para uma batalha brutal

Vimos personagens se juntarem numa improvável guilda para lutar contra o inimigo comum além do Muro.

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE US.

Aviso: contém spoilers

O que os personagens de Game of Thrones fazem quando não estamos os assistindo na televisão? Eles jogam pinball, leem seu inbox de corvos ou pintam miniaturas no porão de casa? Se "Eastwatch", o quinto episódio da magra sétima temporada indica alguma coisa, as atividades extracurriculares incluem exploração de masmorras, cultivar barbas, beber e forjar enormes martelos de guerra. Se esse foi um episódio intermediário, ele só representou uma pausa para montar o palco para um enorme batalha.

Bastardo cafungada do dragão, é um problema

Na abertura do episódio, Jaime e Bronn se recuperam da última batalha, onde Daenerys incinerou carroças de grãos que poderia ter usado para alimentar o exército Dothraki. Enquanto isso, Daenerys está com Drogon em cima de um rochedo, entregando mandamentos como Moisés. Mas em vez de definir um caminho para a salvação, ela oferece punição, que Dickon e seu pai pentelho aceitam, escolhendo morte por dragão à desonra.

Tyrion está desconfortável com o novo gosto de sua rainha por vingança, e diz isso a Varys quando estão de volta em Dragonstone. Mas para cada crítico do fogo e sangue, há um convertido. Os últimos recrutas incluem Jorah, que recebe o novo peguete da Daenerys, Jon Snow, com aceitação. O Lord Friendzone está acostumado com esse tipo de coisa e reconhece um companheiro de armas quando o vê. Assim como Drogon, que dá uma cafungadinha em Jon e parece aceitá-lo. Sabemos que é porque Jon é o herdeiro por direito dos Stark e dos Targaryen, mas felizmente ele está livre dessa húbris e provavelmente acha que a cheirada é só por que ele está com cheiro de lobo sujo. O CG dessa cena foi lindíssimo, e pudemos ver as escamas do dragão tensas enquanto ele saudava o Rei do Norte. Mas o que não é efeito especial é a química entre Jon e Daenerys, cuja história de amor é mais sútil do que poderíamos esperar nesse ponto da série.

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Ainda assim, analisar fofura de dragão é um tema de paquera estranho: "Eles são lindos, não?", pergunta Daenerys. "Não era essa a palavra em que eu estava pensando", ele confessa. Mas há boas notícias também: Jon recebe um corvo dizendo que Bran e Arya estão vivos, o que muda o jogo consideravelmente. Com o apoio de Tyrion, ele pede permissão de Daenerys para uma missão no Norte, para provar de uma vez por todas que as mudanças climáticas são reais e que os White Walkers estão marchando em direção aos humanos. Ela concorda, depois de pressionada, porque agora eles têm uma alternativa à guerra infinita. Agora tem algo pelo que vale a pena lutar.

Confie num estranho

Jaime volta para King's Landing e atualiza Cersei sobre a inocência de Tyrion na morte de Joffrey. Não que isso importe agora. Cersei jurou destruir seus inimigos, mas sentimos logo no começo desse episódio que Qyburn não está atendendo apenas aos apetites da rainha, mas também os da criança em seu útero. Agora ela está matando por dois. Em Winterfell, Bran incorpora em um bando de corvos e faz eles voarem direto na cara do Night King, que os dispersa.

Na Citadela, os maesters de Westeros se reúnem e decidem não fazer nada: "Não há falta de profecias de destruição, especialmente quando chega o inverno". Sam implora que eles ouçam as notícias dos corvos e mandem ajuda para Winterfell. Mas essa associação de atores-com-cara-de-mago não está disposta a acreditar nesse Bart Simpson medieval, encarregado de escrever "Não vou dar exposição de roteiro sem provas" cem vezes no quadro-negro.

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Coitado do Sam, ele nem sabe que seu irmão e pai acabaram de ser dragãozados, e fica amuado enquanto Tilly lê para ele o que parece ser o índex da Harper's. Degraus na Citadela, 15,782. Janelas no Gran Septo de Baelor: nenhuma, o prédio explodiu. O herdeiro secreto de toda Westeros, o filho de Lyanna Stark e Rhaegar Targaryen? Não há tempo pra isso, diz Sam, que sai andando porque está "cansado de ler sobre os feitos de homens melhores". Ele olha rapidamente para aquela órbita dourada que aparece na abertura, pega os melhores livros da Citadela e vaza. Imagino quais livros eu pegaria? A Ilha do Tesouro?

Da última vez que estive aqui

Esse episódio, mais que os outros, se preocupou em unir personagens que se estivessem numa época mais pacífica, jamais se tornariam aliados. Mas a vida é assim, e esse é o propósito das histórias. Não que seja sempre fácil ver além de diferenças superficiais, como parricídio.

"Da última vez que estive aqui", diz Tyrion, depois de ser contrabandeado para King's Landing com Davos, "matei meu pai com uma besta". "A última vez que eu estive aqui", responde Davos, "você matou meu filho com fogovivo". Tenso. Mas os dois estão aqui em missões de reconhecimento. Tyrion encontra o irmão, Jaime, na cripta de Red Keep, e pede a ele para colocar juízo na cabeça da irmã. Essa é outra cena que poderia parecer forçada. Mas parece real, dolorosa e merecida graças ao amor amargo de dois irmãos que o destino tornou inimigos. Mesmo que Jaime negue, os dois ainda se reconhecem porque têm o mesmo sangue e o mesmo bom senso.

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A missão de Davos é bem menos divertida, já que ele tem que recrutar o personagem desaparecido Gendry, que não vemos há três temporadas e meia. Mas o bastardo de Robert Baratheon (que, se você lembra, é tecnicamente o primeiro na fila da sucessão real, não parece muito disposto a jogar seu chapéu no meio do ringue cheio de candidatos a regente) não quer nem saber. Pouco se fodendo para qualquer cautela, ele mata dois guardas da cidade com seu martelo de guerra, recusa o conselho de Davos para fingir ser alguém chamado "Clovis", e se apresenta a Tyrion e Jon como o ferreiro bastardo de King's Landing. (Também tem uma piada sobre caranguejo fermentado. Agora a gente sabe o que eles servem nas festas de encerramento da série.) Davos, talvez da próxima vez seja bom escolher outro nome que não seja "Clovis", que mesmo num mundo de fantasias com Neds e Kevans parece o tipo de cara que sabe andar de monociclo e coleciona micróbios. Posso sugerir, talvez, meu próprio nome de fantasia, Sasha GrassyKnoll? (É o nome do seu primeiro bicho de estimação mais a rua onde você cresceu, né? Ou estou confundindo com outra coisa?)

Segurança é um termo frágil

Adoro rivalidade entre irmãos tanto quanto qualquer medievalista, mas esse é um subenredo bem besta em Winterfell, onde temos que comprar que a Arya suspeita de Sansa na ausência de Jon. Sai fora! Quem, nesse momento crítico, não vê as maquinações do Littlefinger, enquanto ele se agacha atrás de portas olhando ameaçadoramente como o Cromwell tosco que ele se tornou (apesar de que, como Tyrion nos lembra, ninguém olha ameaçadoramente melhor que Jorah)? E ainda assim, parece que há uma conspiração se desenrolando, com Lord Royce, Lord Glover e Maester Wolkan — que, muito interessante, parece vir com o castelo, já que serviu os Boltons depois da usurpação — deixam clara sua aliança a Sansa, depois são pegos nos corredores, trocando rumores e cartas com Lord Baelish. Mas podemos perdoar a Arya por duvidar da irmã. Ela não a conhece como a gente.

"Se eu não voltar, pelo menos você não vai mais ter que lidar com o Rei do Norte", diz Jon, se despedindo de Daenerys. "Me acostumei com ele", ela responde. Affff. Mas as coisas estão andando agora, e logo temos uma irmandade quando Jon, Jorah, Davos e Gendry chegam a Eastwatch-by-the-Sea (a que somos apresentados na abertura; é tão legal quando colocam novas animações, né?). Lá eles encontram o vencedor do prêmio Barba do Século, Tormund Giantsbane, (que pergunta se eles trouxeram "aquela mulher grande", porque quem não sonha em ser resgatado por uma mulher gigante?). Eles também encontram nosso trio da missão do RPG: Beric, Thoros e o Cão de Caça. Há toda razão para esses personagens suspeitarem uns dos outros, como Gendry aponta. Mas a gente já passou por tanta coisa juntos que não temos tempo para pequenas rivalidades. "Não importa quais razões achamos que temos", diz Thoros. "Há um propósito maior aqui. E todos servimos a ele, sabendo ou não." E assim, partimos para lutar contra os White Walkers, além do muro, onde "segurança nunca é permanente", na companhia de um bando estilo sete samurais que irá testar seus metais contra o frio do túmulo.

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