Noisey

Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #122

Seja informadão.
xmadonna
Foto: Divulgação.

Alô você.

Está aí a coluna de lançamentos musicais que é o maior sucesso das redes, pra você que quer ser o informadão. O que é bom, nesse mundo de fake news e opinião tonta, você ser mais informadão que a média nacional. Seja informadão.

Dito isso, vamos pro que saiu na semana. E cuidado com os hacker (fique tranquilo pois você está em um site livre de hackers).

----TOPZONA DA SEMANA----

Kate Tempest - The Book Of Traps And Lessons

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Disco bem BEM bonito. Seria mais bonito ainda se eu conseguisse entender a poesia dela só de ouvir, mas meu inglês não é tão bom assim, ainda preciso ter a letra na frente. Mas sem isso, só com a musicalidade da voz dela, e das bases utilizadas (ou não) nas faixas, já foi uma bela audição. Pra quem já conhece, o disco segue como os anteriores, pra quem não conhece é, muito resumidamente, synth, orquestração e piano jazz com batida eletrônica, muito simples, ao mesmo tempo que muito criativo. E ela falando sem parar. O disco inteiro está muito bem montadinho, não tem uma faixa chata ou cansativa, incluindo as que são ela recitando, sem base nenhuma por trás, por uns bons 3 minutos. Tudo lindo.

----OUTRAS QUE TÃO BOAS DA SEMANA----

Madonna - Madame X

16 anos após o SEMINAL disco Folklore, da Nelly Furtado, agora surge mais uma artista pop que ouviu a música portuguesa com mais atenção e pensou “hum olha só, tem umas coisas aqui, hein”. Então já fica aí de início a dica deixada por essas duas cantoras de ir atrás dumas músicas portuguesas. Mas agora, voltando ao assunto, a Madonna escondeu o jogo dessa vez, porque os singles continuam fraquinhas, e não foi o contexto do disco inteiro que fez algo melhorar em “Medellín” e “Dark Ballet”. As coisas melhoram depois, mas também é aquela montanha russa. Tem coisa bem boa, como o disco-EDM de “God Control”, e tem umas bobeira como o bloquinho Anitta-Maluma. Mesmo assim, tem mais coisa boa do que ruim. As melhores são as que puxam pro saudosismo das antiguera (“I Don’t Seach I Find” é uma), e pela exploração da música tradicional portuguesa, que não é nenhum Folklore mas tem seus momentos (“Crazy” é total isso aí). Enfim, bom disco e vai conhecer a música portuguesa você aí.

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Bruce Springsteen - Western Stars

Já peguei esse disco pra ouvir no ônibus porque tava achando que ia ser bem disco de ouvir dentro de veículos automotores. Também conhecido como “rock de pai”. Meio que faltou o rock. É só country-folkzão mesmo, violão acústico, no máximo do máximo uma guitarrinha slide pra dar aquele tchans. E só baladinhas. Tem as faixas que tentam ser mais animadas, pá, mas essas aí não rolaram tão legal não. É melhor as baladinha mesmo. Aí com base nessa informação você vê aí se é a sua ou não disco country-folk só baladinhas. Não é muito a minha não, mas é um bom álbum.

La Furia - “Oi, Fake”

La Furia segue firme com sua máquina de criar músicas sem o menor sentido, apenas aproveitando de notícias de grande repercussão nacional pra falar pra turma sentar no shallow now. Após rápida análise, o pagodão de fundo é top, e a letra é praticamente “de noite ela tá sentando, de noite ela tá sentando, de noite ela tá sentando”. Pra mim tá tudo nos conformes. Boa.

Ponto de Equilíbrio - “Mais Amor”

Reggaezinho bem pop, bem bonitinho, bem coração com a mão. A batida eletrônica me incomoda um pouquinhozinho, sou mais tradicionalista a nível de reggae. Mas vá lá, os jovens gostam de som assim. É som de curtir sem drogas.

The Raconteurs - Bored and Razed

EP com os blues-rock de sempre. Gostaria de tar desenvolvendo melhor isso aí, mas putz… É basicamente os blues rock de sempre mesmo. Não é ruim, mas tem coisa melhor nesse mundo. Só não me desperta grandes coisas hoje em dia.

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Pin Ups - Long Time No See

Disco de indie velho pra indie velho pegando tudo que é vertente do GUITAR, aí tem a mais pro shoegaze, tem a outra mais pro Superchunk, etc. Produção meio sujinha soando como se tivesse sido gravado em 1993, e um vocal feminino muito do bonitinho que parece que tem Inglês Avançado igual eu (talvez fluente em leitura e escrita). É um disco bonzinho, mas não imagino ele despertando alguma coisa em quem não for indie velho de ter ido no Junta Tribo.

Gaby Amarantos - “Cachaça de Jambu” e “Ilha do Marajó”

Tão boas as duas, mas a primeira me agradou mais por tar a mais próxima possível dum tecnobrega TRU. Já a segunda é muito modernex, grave distorcidinho e vocais limpíssimos, aí bateu menos, apesar do tecladinho fritando bonito. Mas no somatório fica como duas faixas daorinha.

Twice - “Breakthrough”

Se não for lançamento ninguém me avisa não, por favor. Deixa eu achar que é. A base pop-EDM é bem da maneira, nada que seja uma grande novidade, mas ao menos soa como as melhores de pop-EDM do começo da década. E vocal show. Bem boa essa música aí.

Kesha - “Rich, White, Straight Men”

É ao menos interessante de tar ouvindo. Porque num é um pop dançante e tal, é um som meio que bem do burlesco (pega fogo o cabaré), e o vocal da Kesha está bom bem bom. A letra falaram aí que é boa mas eu não sei não (pois inglês avançado, já escrevi aqui nessa coluna). Enfim, boa.

----AS FRAQUINHA DA SEMANA----

Taylor Swift - “You Need To Calm Down”

Singlezinho qualquer coisa, hein. Ladeiraça. Popzinho eletrônico de batida muito simplinha que empolga zero. Fraco fraco fraco. Fraco.

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Noel Gallagher’s High Flying Birds - Black Star Dancing

3 faixas que não tão ruins, mas também não tão grandes coisas. Exploram algumas das manjadas vertentes do manjado Brit Rock, tem a com batida mais discopunk, tem a folk-rock, essas bobagem aí. E o vocal do Noel num tá encaixando legal com o som não. Foi meio malinha de ouvir essas músicas.

Sleater-Kinney - “The Future Is Here”

É meio fraquinho (é bem fraquinho). Eu fico cogitando que se o som, a produção puxasse mais pros 90, talvez eu curtisse mais. Porque há elementos de rockinho 90 aí, ela só tá meio escondida nessa produção mais contemporânea pra lá de up-to-date. Aí de ouvir eu não gostei muito não.

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