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Veronica Falls

Poucas bandas tocam um indie-pop lo-fi oitentista britânco tão bem quanto o Veronica Falls. Sua visão musical um tanto catastrófica mistura romance, tragédia e muita energia com um som no melhor estilo da lendária compilação C86 do NME.

Poucas bandas tocam um indie-pop lo-fi oitentista britânco tão bem quanto o Veronica Falls. Sua visão musical um tanto catastrófica mistura romance, tragédia e muita energia com um som no melhor estilo da lendária compilação C86 do NME.

Esse quarteto londrino nasceu em 2009. O baterista Patrick e a vocalista e guitarrista Roxanne faziam parte do The Royal We e do Sexy Kids. O James, também vocalista e guitarrista de apoio – que eles conheceram num show do Comet Gain – tocava no Your Twenties. Já a baixista Marion aprendeu a tocar seu instrumento em questão de semanas, com o único objetivo de formar uma banda com seus três melhores amigos.

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Ver o Veronica Falls no palco é uma experiência incrível, que reverbera a paixão que seus integrantes têm pelo Velvet, especialmente pela pegada rock’n’roll afiada e inigualável de Lou Reed. Apesar disso, eles ainda são erroneamente taxados de góticos e twee pop – provavelmente por causa do vocal suave e sussurado de Roxanne, que tem ecos de Belle & Sebastian e uma pitada generosa da cena musical de Glasgow, que alguns consideram o berço espiritual do twee. Mas esses rótulos vão se descolar rápido, à medida que eles vão mostrando a que vieram.

Os "traços góticos" da banda se devem a algumas letras um tanto mórbidas. “Found Love in a Graveyard”, por exemplo, carrega o fardo duplo de ser um perfeito single indie-pop e, ao mesmo tempo, uma ode a um amor que já bateu as botas. “Beachy Head” foi batizada com o nome de um lugar onde se cometem suicídios no sul da Inglaterra. Roxanne confessa ser uma grande fã das letras distorcidas de Roky Erickson, que, segundo ela serviram de inspiração para “Found Love”, que foi pensada para ser uma canção de amor simples mas com um quê de mistério.

Afora todo esse lado sombrio, a banda esconde sua fúria detrás de uma faceta tresloucada bem dosada. Não há dúvidas de que eles não se encaixam em nenhuma cena britânica e se sentem à vontade em meio à ética faça-você-mesmo do celeiro criativo da região do Brooklyn – um lugar que ajudou a moldar a atitude deles. “Em Londres, as coisas são um pouco desconjuntadas”, diz Patrick. “Muitas bandas boas saem do Brooklyn… O apoio dessa comunidade como um todo deve ajudar bastante”, completa ele.

E eles não abrem mão do que é importante. O disco homônimo de estreia foi gravado duas vezes (a segunda vez levou apenas três dias), porque na primeira tentativa não tinha sido capaz de captar a animação e a espontaneidade que fazem do Veronica Falls uma das bandas mais bacanas do Reino Unido dos últimos tempos.

Para mais Veronica Falls acesse Noisey.