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Olha Quem Está Falando Agora -- Baby Bunnykins

Baby Bunnykins é um bebê-adulto com 56 anos de idade, ou seja, sofre de infantilismo parafílico--uma condição caracterizada pelo desejo incontrolável de usar fraldas, agir e ser tratado como um bebê

Baby Bunnykins é um bebê-adulto com 56 anos de idade, ou seja, sofre de infantilismo parafílico—uma condição caracterizada pelo desejo incontrolável de usar fraldas, agir e ser tratado como um bebê. Nascido em Londres, Baby Bunnykins dedicou grande parte da sua vida a viajar pelo mundo e a estudar budismo, tendo sido monge budista durante 12 anos antes de se mudar para Tailândia, onde fundou recentemente o Infantário Tailandês para Bebês Adultos. Crianças-adultas de todo o mundo visitam este Shangri-La dos bebês, onde podem libertar a criança que têm dentro de si, sem medo ou vergonha, onde são cuidados 24 horas por dia por uma babá tempo integral, onde podem dormir num berço, beber leite, ser ninados e mimados como se realmente tivessem acabado de vir ao mundo. Para muitos, Baby Bunnykins é visto como a Madre Teresa da comunidade dos bebês-adultos, conhecido por receber todos os órfãos do mundo inteiro.

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VICE: Quando foi que esse bebê lindo percebeu que adorava usar fraldinhas?
Baby Bunnykins: Comecei a roubar fraldas dos varais quando tinha 12 anos. Da primeira vez que senti essa vontade, estava voltando para casa vindo da escola e passei por uma carrinho de bebê com uma fralda lá dentro. Não sei porque a queria, mas peguei a fralda e fugi. Escondi ela no meio dos lençóis, no meu quarto, e pegava nela sempre que estava sozinho.

E o que o bebezinho fez a seguir?
Quando tinha 16 anos, saí de casa e fui para a Austrália. Uma vez que tinha mais liberdade, virei mais aventureiro. Contratei uma costureira para começar a me fazer roupas de bebê e comprava fraldas de adulto para usar em casa ou debaixo das calças quando estava em público. Mas não conhecia mais ninguém que fazia esse tipo de coisas, por isso me senti muito confuso—sabia que me interessava por garotas, mas também queria ser um bebê. Me sentia completamente sozinho.

E quando foi que o bebezinho Baby Bunnykins descobriu que não estava sozinho?
Em 85 descobri uma revista numa sex shop com fotografias de homens e mulheres bonitas de fraldas e mulheres vestidas com uniformes de enfermeiras e babás. Fiquei pasmado e comprei quatro cópias da revista. Lá dentro tinha um anúncio de uma organização chamada DPF, que promovia a coisa na América. Me juntei a essa associação e eles me enviaram livros, roupas e contatos de outros bebês-adultos. Através da DPF fiz grandes amizades.

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O bebezinho fez amiguinhos lindos?
Sim, conheci uma garota que me levava a festas fetichistas. Vestia um macacãozinho e ela me levava às festas num carrinho de bebê. Por causa dela, conheci uma babá que me levava ao cinema e me dava mamadeira no cinema. Paguei 100 dólares por duas horas com ela, mas acabamos passando o dia todo juntos porque ela gostava de estar comigo. Ela tinha um filho de três anos e costumava me deitar no chão junto dele e dizer: “Vai. Vão brincar”. Era ótima.

Então, como é um dia normal do bebê lindo?
Vivo na Tailândia com a minha mamãe, que é a minha namorada, e mais uma babá que vive lá em casa. Sou professor de jardim da infância e, quando volto pra casa todos os dias, a minha babá me dá banho na minha banheira azul especial, depois passa talco em mim, põe a minha fralda e depois me põe no berço pra tirar uma soneca. Depois a babá me acorda, me troca a fralda e me dá a mamadeira, depois eu me sento pra ver TV e brinco com os meus brinquedos, ou ela me põe no meu brinquedo. A minha mamãe chega em casa por volta das oito da noite.

Faz xixi e cocô na fraldinha?
Sim, mas não faço cocô sempre. Às vezes faço, só pra dar à babá alguma coisa pra fazer.

E isso faz com que o bebê fique excitadinho?
Não tem a ver com isso. Não fico sexualmente excitado com a babá. Quando ela me dá banho, o meu passarinho fica pra baixo. Quando é a minha mamãe me dando banho, a minha mangueirinha fica grande, mas é que eu me sinto muito atraído pela minha mamãe. Para ser honesto, o sexo não é muito importante para mim. Fui virgem até aos 38 anos. Tive namoradas, mas estava tão louco com o fato de querer ser bebê que nenhuma relação durava muito tempo.

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E a mamãezinha gosta muito de tomar conta do seu bebezão?
Quando é a babá que está tomando conta de mim, as coisas são muito mais metódicas, mas quando é a minha mamãe a tratar de mim, tudo é feito com muito amor—cocegazinhas, beijinhos na barriga, mudar a fraldinha, dar palmadinhas no bumbum, me colocar em cima do joelho e dizer que sou um menino mau—todas as coisas boas que uma mamãe faz com seu bebê.

Como são as relações sexuais entre o bebê e a mamãe?
A única maneira que consigo fazer sexo é a pensar em coisas de bebê. É estranho, eu sei, mas a mamãe aceita. Chupo os peitinhos dela enquanto fazemos sexo, falo como um bebê, coisas assim.

E o que o bebê faz quando fica com fome? Alguma vez bebeu leitinho da maminha da mamãe?
Quando a minha ex-mulher estava amamentando o nosso filho, eu ficava à espera que ele acabasse e bebia também. A minha mamãe agora adoraria poder me amamentar, mas por causa do trabalho, que são várias horas, não é possível. É preciso mamar em cada peito todos os dias, 5 ou 6 vezes por dia, para induzir a lactação numa mulher que não esteja grávida.

E o menino alguma vez se perguntou por que quer ser um bebezinho?
Tive uma infância traumática e acho que essa é uma das razões pelas quais quero ser mimado e amado. Costumava achar que todos os bebês-adultos tinham tido infâncias traumáticas como eu tive, mas falei com muitas pessoas que tiveram infâncias fantásticas e acabaram se tornando bebês-adultos.

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Como assim, infância traumática?
A minha mãe era prostituta, em Londres, nos anos 50. Quando era bebê, os serviços sociais me tiraram do cuidado dela. Me jogaram num orfanato e, quando tinha quatro anos, um casal me adotou. Não gostava nada deles, não tinham jeito para crianças, eram violentos e eu cheguei a ser física e verbalmente abusado pelo meu pai. Saí de casa assim que fiz 16 anos.

E depois o bebê passou algum tempo como monge budista, não foi?
Sim. Nos anos 70, levava um estilo de vida absolutamente psicodélico numa comunidade hippie em Queensland. Comecei a frequentar aulas num centro budista perto de onde eu vivia e me apaixonei por aquilo. Depois disso, passei cerca de 15 anos viajando pelo mundo—em lugares como a Índia, Suíça e Malásia—estudando budismo de uma perspectiva tibetana.

Uma crítica comum a esse fetiche é que todos os beb~es-adultos são pedófilos e estraga-casamentos.
Eu simplesmente ignoro isso. Ser bebê-adulto é simplesmente estar ligado à criança que há em nós, nada mais.

Por que é o bebezinho fundou o Infantário Tailandês para Bebês Adultos no ano passado?
Porque via tantos bebês que não conseguiam ter aquilo que queriam—queriam uma mamãe e alguém que tomasse conta deles, mas não o conseguiam. Queria oferecer aos bebês um lugar onde eles pudessem ficar e que não fosse muito caro, onde pudessem realmente experienciar o que é ser bebê. Muitas pessoas fazem este tipo de coisas no ocidente, mas cobram cerca de 300 ou 400 dólares por algumas horas. Nós oferecemos um infantário completamente equipado e uma babá a tempo integral que fica com os bebês o dia inteiro até ser hora de dormir e que até checa suas fraldas durante a noite, tudo por 200 dólares por dia. Nunca vou enriquecer à custa disto, mas é uma coisa que faço por amor.

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POR KARLEY SCIORTINO VICE UK
TRADUÇÃO POR EQUIPE VICE BRASIL