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É oficial que o Oficial do Exército que teria se infiltrado entre manifestantes será investigado

O capitão Willian Pina Botelho teria se passado por Baltazar Nunes em apps de paquera e foi pego por manifestantes.

Imagem: Reprodução/Globo.

Os protestos na cidade de São Paulo rendem acontecimentos inacreditáveis. Acompanhamos o caso em que jovens manifestantes foram detidos antes do protesto Fora Temer, num domingo (4), por carregarem em suas mochilas coisas como vinagre e um chaveiro do Pateta. Não bastasse tudo o que aconteceu com eles: abordagem pela Polícia, pertences apreendidos, eles foram presos, segundo a própria justiça, sem provas. E como se a história não fosse absurda o bastante, fica ainda mais inacreditável ao se saber que um oficial do exército pode ter se infiltrado no grupo para caguetar suas ações à Polícia. É mole? O caso veio à tona há quase uma semana, as denúncias dos manifestantes foram divulgadas em primeira mão pelo canal Ponte.

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Estamos falando de Willian Pina Botelho, capitão do Exército Brasileiro, bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras e mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. Foi William que teria tido a façanha de se passar por Baltazar Nunes no Tinder e Facebook para se fazer de camarada dos manifestantes contra o governo do presidente Michel Temer.

Perfil de Willian Pina Botelho como Baltazar Nunes, para os íntimos, 'Balta', no Tinder.

A suspeita contra Willian (ou 'Balta', codinome usado nas redes sociais) começou quando, no domingo no início de agosto, ele se juntou aos manifestantes no Centro Cultural São Paulo, grupo que foi preso e encaminhado parar no Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC). O capitão, no entanto, foi o único dos manifestantes a ser liberado na abordagem policial por não apresentar indícios de seu envolvimento em ações ilícitas. Segundo a PM, o nome de de Willian não foi registrado após a abordagem e outras pessoas que estavam com ele foram abordadas e liberadas igualmente.

Botelho, no entanto, está sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo e pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE) que pede a apuração de ilegalidades cometidas durante a prisão de ativistas antes do protesto e principalmente com relação a atuação de integrantes do Exército Brasileiro na repressão a movimentos sociais. O Exército, por sua vez, confirma que William é um oficial que atua no Comando Militar do Sudeste e que as ações da participação do capitão no ato estão sendo apuradas.

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