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Noisey

Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #65

Lista da semana cheia de indie velho fazendo música boa para indies velhos. Jovens se quiserem curtir também, pode.

E ae galerinha do YouTube.

Essa foi a semana “indie velho brotando de dentro do bueiro pra tocar seus indie velho”. Teve uma pá, não imaginava isso. Essa semana não teve nenhum lançamento que MEU DEUS DO CÉU CÊS TEM QUE OUVIR ESSE LANÇAMENTO, mas teve lá uma ou outra musiquinha mais show (outras nem tanto).

Vamos então pra lista da semana, em que busquei não misturar música com política. Porque aqui não é lugar pra falar de política. Pra isso que servem os elevadores de edifícios comerciais.

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TÁ CERTO ENTÃO GALERINHA? Tá certo então.

Vamo.

----MELHORES DA SEMANA----

Jack White - “Over and Over and Over”
Na primeira audição parece que o Jack White conseguiu a proeza de fazer um hard rock que não soa cafonaço. Inclusive longe disso. Tem uma quantidade razoável de doiderinha, um pouquinho de backing vocal black CAFONA (mas só um pouquinho só) e guitarrão com bongôs. Parece que vai sair um bom disco mesmo.

MC Bin Laden - “An An É Isso”
Uma hora ele fala que é DJ Cassula. Não faço a mínima ideia de quem é esse aí, mas parabéns pelo profissionalismo do DJ Cassula, achei uma baita duma batida #profissional. O Bin Laden mesmo tanto faz ele, a batida tá foda.

Jonathan Wilson - Rare Birds
Nunca tinha ouvido falar no cara. Aí fui dar uma olhada e fui informado que ele produziu o último disco do Father John Misty, então ok, vamo lá dar uma atenção. O disco busca várias vertentes do AOR da sua rádio de AOR favorita. Mas não AOR aqueles Hall & Oates, mas sim One Hits Wonder do AOR dos anos 80. “Living With Myself” soou meio um Springsteen 80’s e “Over The Midnight” soou um Rod Stewart 80’s. De resto, tudo lembrou alguma banda ou artista One Hit Wonder que tá aqui na ponta da língua mas não lembro qual que é. No fim das contas é uma grande vibe rock-AOR-80’s, nada a ver com o John Misty, bem produzida, algumas mais interessantes, outras nem tanto assim. Vale? Vale.

The Breeders - All Nerve
Foi uma boa audição, do início ao fim. Mas não teve nenhum momento, nenhuma faixa, que de fato tenha prendido minha atenção. A #nível #de Breeders, nenhuma novidade sonora. Dei o play, fui ouvindo, acabou o disco, e foi legal. A princípio é isso aí mesmo.

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Dennis DJ & MC Don Juan - “Vou Pegar”
Pop funk que esse aí vai fazer sucesso hein. Esse aí vai pegar na coleção Outono-Inverno. Vai gerar aqueles vídeos “cadê as feministas” de tonto do YouTube, mas aí é o preço a se pagar. Se vai motivar vídeo de tonto de YouTube que ao menos a batida seja boa. Essa aqui é.

Andrew W.K. - You’re Not Alone
Não faço a menor ideia de porque o WK é tão amado pelos jovenzinhos lá dos Estados Unidos, mas os jovenzinhos curtem muito o cabelera aí. E jovenzinho nos Estados Unidos, hoje, pode dividir em dois grupos: o grupo que corre risco de uma hora o coleguinha aparecer atirando com uma automática, e o grupo que corre o risco de uma hora aparecer atirando com uma automática em cima dos coleguinhas. Tá doidera esse mundo. Aí tem esse disco de hard rock com claro discurso “calma galera. Vamo ficar suave”. Claro a ponto de ter faixa que é só papo mesmo, sem música. É som não muito jovem (hard rock beiradinhas entre 70 e 80), porém para jovem. Especialmente jovem com probleminha. É um disco legal de ouvir e inclusive tem até umas músicas boas MESMO. Imaginava que ia vir só som mediano mas tá muito acima, principalmente na segunda metade do disco.

Yo La Tengo - “For You Too”
É uma música bem Yo La Tengo. Ouvi algumas vezes pra ver se conseguia elaborar melhor isso aí, mas não, é uma música bem Yo La Tengo mesmo. Lentinha, o baixo distorcidão, guitarrinha, pá, Yo La Tengo. É boa.

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Dinosaur Jr. - “Hold Unknown”
Os indie velho decidiram voltar todos na mesma semana, parece. Som guitar rock velha guarda total total total. É legal, mesmo pra quem não for indie velho. Só vai ser menos legal, mas ainda assim legal.

Buffalo Tom - Quiet and Peace
Foi o último som de indie velho que ouvi hoje. Cliquei achando que era um single, mas é um disco. Já fui “puta, é um DISCO de som indie velho. 50 minutos de som indie velho”. Já fui ouvir meio não querendo muito, mas olha que eu acabei gostando do disco. As surpresas que a vida nos traz. É só aquele esqueminha de violão, guitarra com uma distorção beeeem de leve, as vezes pianinho, os esquema lá do Buffalo Tom mesmo. E o disco tá bem montadinho também, não é aquilo de meter as melhores todas no começo e aí vai ficando um sofrimento, tá #bem #pensado. Mas é de indie velho para indie velho. Eu gosto de reforçar isso pra não pegar os mais jovenzinhos de surpresa.

----AS BOAS TAMBÉM DA SEMANA----

Felguk - “Pretty Baby”
Peço mil desculpas pra @ que veio conversar sobre música eletrônica na sexta passada, acabei perdendo meio aos MILHÕES de notificações que recebo/dia. Lembro que é santista. Mas, enfim, o fato é que não sou grande conhecedor das vertentes do eletrônico. Eu ouço esse som aí e pra mim é “putz putz”. Som putz putz que tocaria no ENFARTA MADALENA (ainda existe? Eu me importo? São questões). É legal pra quem tiver muito na #pegada da baladinha eletrônico. A última vez que eu estive nessa #pegada acho que foi em 2003. Mas é boa dentro do segmento e etc.

Diplo - “Worry No More”
Tô com uma ideia aqui, aí cês vão em @ricapancita falar o que acham ou não. Ao invés de eu citar toda semana alguma coisa que o Diplo lança, eu guardo tudo e faço um BLOCO ESPECIAL O QUE QUE O DIPLO LANÇOU NO MÊS toda a última semana. Porque, sinceramente, não há nada que seja muito urgente “meu você PRE CI SA ouvir isso”, mas também há a curiosidade. Porque eu não acredito que vou falar de novo de MAIS UM SINGLE DO DIPLO que é até bonzinho, mas foda-se né meu. Enfim, deixa eu falar a nível de música desse single: é MAIS UM SINGLE DO DIPLO que é até bonzinho, mas foda-se né meu. Participam Lil Yachty e Santigold nessa música que foda-se ela (é boazinha).

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Pablo - “Gosto de Ressaca”
Boa sofrência. Num quis #flertar com outros estilos, não quis dar uma variada, fez aquela sofrência boa que uma parte é o Pablo e outra parte é o Marcos & Belutti. Bom.

Meghan Trainor - “No Excuses”
Popzinho com guitarrinha funk que é “som tipo Bruno Mars” só que mais popzinho AINDA. Sim, é possível. É agradável de ouvir, mas só isso só.

Yung Lean - “King Cobra”
Tá aí mais um aí do Yung Lean aí, os trap tristinho dele. Tá na média dos sons dele, mesmo. Se isso é bom ou ruim deixo aberto para a interpretação do leitor (você).

Snoop Dogg - “Call Him”
Eu não sei bem o que está acontecendo aqui, mas é uma música gospel. Mas música gospel gospel mesmo, onde “Jesus” significa “Jesus”, e não alguma gíria pra MACONHA. Mas quem canta de fato é Fred Hammond, imagino que o Snoop Dogg esteja só no backing vocal, nem tem um rapzinho. Um bom gospel. Talvez um pouco longo além do necessário, mas bom gospel.

Fresno - “Natureza Caos”
Parece que é o Muse Brasileiro agora. Não posso afirmar com exatidão, mas também não vou atrás da informação não. Não é pra mim, mas tá serviço #profissional. Muse brasileiro.

Guided By Voices - “That’s Good”
Baladinha indie-pop 90 aí que, pra mim, ok e tal. Pra um indie mais #tio muito provavelmente vai bater melhor. Pra mim: sonzinho ok e tal.

DJ Khaled - “Top Off”
Trap que podia ter sido feito por qualquer produtor aí, mas foi feito pelo Khaled, com vocal que podia ter sido feito por qualquer um aí, mas foi o Jay-Z e o Future. Nada que faça a menor diferença em qualquer coisa. Trap qualquer coisa. Uma hora entra a Beyoncé, aí é legal porque é ela cantando. De resto, tanto faz.

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----AS QUE PELO AMOR VIU----

Titica - “Pra Quê Julgar”
Fiquei até em dúvida se é a mesma Titica, de Angola, do Kuduro, de músicas como “Procura o Brinco” e “Olha o Boneco”. Parece que é a mesma. Só que agora com um som bem caído. Um europop também conhecido como EUROVISION POP. Que serve pra agradar alguém aí. Sei lá quem. Sei lá porque também. Nossa, bem caído essa faixa.

CNCO - “Mi Medicina”
Reggaeton de boy band que ok, vá. Reggaeton aí que não me traz nada. As vezes tem um ou outro reggaeton que bate. Não foi esse o caso.

Valesca Popozuda & MC Th - “Desce um Gin”
O refrão berrado e com o “lowca lowca lowca” da Valesca eu não consigo definir com outra palavra que não seja: errado. A batida e a produção não é toda mal, mas as vozes (as duas, sinceramente) num tão legais não. Uma pena.

WC no Beat - “Trabalho Lindo”
É um rap aí de jovens. Pra mim é “pff rap de jovens”. Se você é jovem e é raps recomendo as demais publicações deste site multinacional, desde que não seja escrito por mim. Porque eu ouço um som assim e acho meio mala. E me segurei muito pra não fazer piadinha com o nome “WC no Beat”. Sinto o tiozão crescendo em meu ser, tento segurar. Desta vez rolou segurar a piadota. A música: pff rap de jovens.

Mulher Pepita - “Parceira”
Ah meu. Ó. Sei lá viu. Na verdade sei, não é boa não. Batida simples, com uma guitarra-elétrica-bonde-do-rolê-cafona, que tá na fronteira do #divertido pro #cômico. Mas tudo pensadinho pra atingir um público alvo ao qual eu não faço parte.

Gang Of Four - “Lucky”
Nhé. Batidinha no freio de mão puxado, e uma produção muito limpinha cafoninha pro meu gosto. Médio bem médio.

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