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O vereador Camilo Cristófaro agrediu um assessor na Câmara Municipal de SP

Político paulista famoso por denunciar a “indústria da multa” atacou assessor do Eduardo Suplicy durante um bate-boca.
Crédito: Divulgação/Facebook.

Crédito: Divulgação/Facebook.

Na terça-feira (13) uma briga envolvendo o vereador Camilo Cristófaro (PSB) virou baixaria e confusão quando o político atacou o assessor do também vereador Eduardo Suplicy (PT) na Câmara Municipal de São Paulo. A confusão começou durante a sessão da CPI da Feira da Madrugada.

Leandro Ferreira, assessor de Eduardo Suplicy, gravava a briga originada durante a CPI nos corredores da Câmara quando foi agredido por Cristófaro. Num vídeo compartilhado nas redes sociais, uma mulher aparece censurando a filmagem de Ferreira e logo depois aparece Camilo dando um tapa no celular do assessor, que caiu no chão.

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A briga começou por causa de um homem de jaqueta vermelha chamado Rivaldo Santana, que acusou o vereador do PSB de receber 5 milhões de reais ilicitamente para não atrapalhar os comerciantes da feira do Brás. Rivaldo bateu boca com Camilo e ambos quase partiram até as vias de fato quando os seguranças retiraram o comerciante do local.

Suplicy afirmou que apresentará as imagens da confusão para abrir um boletim de ocorrência na delegacia. A Corregedoria do legislativo também se pronunciou dizendo que abrirá uma sindicância para investigar os fatos.

Na sua página oficial do Facebook, Camilo disse que sua atitude foi uma resposta a outra agressão cometida por Leandro contra uma funcionária que trabalha para o PSB. segundo o vereador. Durante o vídeo não foi possível identificar a agressão, já que Leandro aparece com as duas mãos levantadas tentando filmar a cena. A funcionária confirmou a versão de Camilo.

O assessor escreveu um depoimento no Facebook afirmando que "tomou um chá de cadeira" na 3ª Delegacia de Polícia, onde foi prestar queixa contra a agressão. Segundo Leandro, Cristófaro e sua equipe foram ouvidos pela Polícia Civil antes do assessor e o mesmo foi acusado de agressão. "(…) Quando sentei para relatar o ocorrido, fui informado de que era eu o agressor contra as vítimas Camilo Cristófaro e sua assessora. Por cerca de uma hora, nossa briga foi para que eu fosse ouvido na condição de vítima, não na de agressor!", relata.

No final de 2016, Leandro conquistou o desafeto do vereador ao publicar uma foto do carro de Camilo estacionado em uma vaga proibida na Câmara Municipal. Na época Camilo havia sido eleito como vereador ao se popularizar por causa de seus vídeos raivosos apontando "pegadinhas" no trânsito para arrecadar multas de motoristas de carros. Leandro questionou a Guarda Civil Metropolitana sobre a infração cometida por Camilo e ouviu da mesma que este "estava com pressa". O vereador respondeu que foi devidamente autorizado pela GCM para estacionar no local.

Já em 2017, Cristófaro se envolveu em um caso mais grave ao ameaçar e agredir verbalmente a vereadora Isa Penna, eleita pelo PSOL. O vereador xingou Penna de "vagabunda", "terrorista" e disse para ela "não se surpreender se tomar uns tapas na rua". Camilo foi flagrado pelas nas câmeras de segurança apontando o dedo para a colega da Câmara.

"Ela não é feminista? Ela não diz que homens e mulheres têm os mesmos direitos? Ela, como parlamentar, tem que entender que uma discussão é democrática. Ela não aceitou a discussão. Ela se tornou feminina, não feminista", disse o vereador em resposta às acusações. Uma investigação também foi aberta na Câmara para avaliar o comportamento do parlamentar do PSB.

A trajetória política de Cristófaro é, no mínimo, colorida. Aos 18 anos fundou a Juventude Janista e foi nomeado pelo próprio Jânio como oficial do gabinete da prefeitura de São Paulo. Trabalhou anos na CET onde ocupou diversos cargos e prestou apoio à políticos variados, de Celso Pitta, Maluf ao próprio PT, hoje algoz do vereador eleito em 2016.