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Música

Exclusivo! As canções dos Grand Sun vão encher-te a cabeça de sol e melodias viciantes

Pára tudo! "Go Home" é a música de que este Verão precisava e o teledisco que vai tornar as tuas férias infinitamente melhores.

Em Junho de 2001, os escoceses Belle & Sebastian estavam a entrar num período definidor do que, depois desse Verão, viria a ser o futuro da banda. Até então, tinham já editado três álbuns, hoje clássicos absolutos e um punhado de EPs não menos brilhantes. Ao vivo, no entanto, parecia que a coisa ainda não tinha encontrado o ponto certo para darem o salto para espaços pelo menos ligeiramente maiores que salas de 300 pessoas (em Agosto, no entanto, tudo mudaria, depois de uma histórica actuação no Festival de Benicàssim, em Espanha) e a crítica teimava em olhar para eles como melancólicos introvertidos, com fobia a entrevistas e desprezo pela típica máquina promocional de uma indústria musical já em mudança profunda. Nesse final de Primavera, todavia, "Jonathan David", single editado pela Jeepster, mostrava aos cépticos uma construção talvez mais clara da canção pop que os Belle & Sebastian sempre perseguiram (e continuam a perseguir).

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O tempo encarregar-se-á de fazer justiça ao legado da banda de Glasgow e à sua influência na indie pop da actualidade, mas, sem fazer a mínima ideia se os Grand Sun alguma vez ouviram "Jonathan David", arrisco-me a dizer que essa influência - directa ou indirecta - é neles tão importante como a vontade que ainda hoje perdura entre os fãs de manter os B&S como uma espécie de "segredo bem guardado". É que, aos primeiros acordes de "Go Home", tema de avanço para The Plastic People of the Universe, EP com data de saída prevista para 28 de Setembro, com o seu piano eléctrico a encher a sala e melodia reminiscente da melhor canção pop em tons piscadélicos dos anos 60 - sim, Beach Boys, sim, Phil Spector e as suas produções insanas sempre carregadas de soul - foi a primeira coisa que me veio à cabeça.

"Go Home" é, pois, daquelas canções de onde não se quer sair. Daquelas que se quer dançar de forma meio taralhoca e cantar com eles em uníssono, de sorriso estampado na cara. De acordo com a banda, "em fase de criação, 'Go Home' surgiu de um improviso instrumental de estúdio". O mote 'I Just Wanna Go Home' num conjunto profuso de vozes e ecos a la Beach Boys meets Phil Spector, é repetido vezes sem conta até se perceber que, lá está, ninguém queria realmente sair dali. "Apenas uma estória sobre alguém que vive a correr em direção ao desconhecido", dizem.

Realizado por Tomás Barão da Cunha (Waves of Youth), o teledisco (ver acima) é, em si, toda uma ode a uma boémia urbana de certa forma contida, mas não menos intensamente vivida, à amizade, à contemplação da vida e ao que é isso de ter uma banda e fazer canções que contam estórias de pessoas e de momentos vividos por essas pessoas, reais ou não. Não importa. O que importa é que, aqui, essas estórias existem e estão embrulhadas em melodias de rasgo intemporal. Tal como "Jonathan David".


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