Todas as fotos por Bruno Lisita.O tema decorações de Natal é fracturante. Por cá gostamos muito que as ruas das cidades estejam cheias de cenas a piscar e que alberguem as maiores árvores flutuantes, voadoras, ou o diabo a quatro, do Universo conhecido e desconhecido, mas, dois minutos depois de as luzes se acenderem, já estamos todos a assinar petições online para acabar com esta estupidez dos 100 mil euros gastos em tretas capitalistas inventadas pelos americanos, em vez de a câmara ter aplicado o dinheiro a ajudar quem mais precisa.
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Esquizofrenia da época é o que é. Ou, do ser português. Pronto. Por falar em americanos, no capítulo decorações natalícias particulares, ou seja, decorações de casas, montras e afins para toda a comunidade desfrutar, são rapaziada imbatível. Às vezes um bocado bimbos, mas é melhor bimbo que armado em chique como os franceses, ou os ingleses de Londres.
Nós por cá, somos iguais a nós próprios. Um bocadinho bimbos, um bocadinho chiques, um bocadinho assim-assim, um bocadinho pintas. Enfim. Somos nós a sermos nós e, claro, sempre com um bocadinho daquela melancolia deprimente que nos é tão querida. Tão nossa. Tão azeite galo a cantar há não sei quantos mil anos.O fotógrafo Bruno Lisita andou por Lisboa a tentar encontrar decorações de Natal mais a dar para o bizarro. Em vez disso, saiu-lhe uma coisa assim mais para o tristonho-melancólico. Um espelho do que, afinal de contas, por mais que tentemos, nunca conseguimos realmente deixar de ser.
