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Fãs de NBA do mundo todo vão até a Nova Zelândia para tatuar com esse cara

O neozelandês Steve Butcher fala como consegue deixar seus desenhos de jogadores de basquete tão realistas.

Quando falamos de NBA, há milhões de formas de se mostrar fã de algum time ou atleta. Uns colecionam camisetas de seus jogadores favoritos, outros piram em tênis. Tudo isso faz parte da curtição que é assistir a jogos de basquete, um esporte que se vale do preço de mercado de seus jogadores como nenhum outro. Em que pé estaríamos sem Michael Jordan, Kobe Bryant ou Lebron James?

Para muitos fãs do esporte, porém, o bem material é insuficiente para demonstrar seu amor. Eles querem registrar momentos, não souvenirs. E como ainda não é possível incorporar vídeos de skills do YouTube, eles aderem às tattoos de seus astros. Mas não é qualquer rabisco. Eles são exigentes. Vão até à Oceania para encontrar o tatuador neozelandês Steve Butcher

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Desde que Butcher começou a rabiscar a pele alheia há sete anos, sua carreira tem se baseado em tatuagens hiper-realistas de astros da NBA e outros ícones pop. Suas tatuagens já apareceram na ESPN, SB Nation, SportsCenter e praticamente todo e qualquer site dedicado ao basquete. Seu trabalho também o leva ao redor do mundo e por vezes o mundo vai até ele.

O truque para deixar sua arte tão realista é simples, de acordo com Steve: basta paciência. O lance é incluir todos os detalhes possíveis, por menores que sejam, e no final mal dá pra saber a diferença entre a tatuagem e a foto na qual foi baseada.

VICE: Como você começou a tatuar e em que momento você começou a levar tudo a sério?

Steve Butcher: No ensino médio eu não ligava pra nada que não fosse arte, então acabei estudando isso ao sair da escola e me formei em arte depois de quatro anos. Na faculdade, um amigo viu uma pintura minha e gostou bastante. Ele tatuava na época e disse: "cara, você devia tentar tatuar". Nem liguei. Depois que minha avó morreu, fiz um retrato dela. Ela sempre me inspirou a criar arte e sempre desenhou muito bem. Depois de ter tatuado esse retrato dela, meio que me interessei pela coisa e fui atrás. Dali em diante tudo foi meio que andando. Me mostraram como rolava, mas não tive nenhum treinamento formal ou coisa do tipo. Só fazia minhas coisas e usei o quarto da vovó como estúdio por um tempo.

Como você acabou especializado em retratos realistas como os da NBA que anda fazendo?

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Realismo sempre foi meu lance na hora de pintar ou desenhar ou o que for. Nunca consegui fazer nada de outro jeito, sempre fui melhor nisso mesmo; suponho que quando comecei a tatuar foi isso que me pareceu mais interessante, então comecei a me inspirar em outros bons artistas realistas e isso me levou a optar por esse caminho.

Você sempre curtiu basquete e a NBA?

A minha vida inteira. Quando comecei a tatuar, não tinha mais tempo pra bater uma bola, então esse foi o jeito que dei de me manter envolvido com a coisa. Infelizmente, sou torcedor do Los Angeles Lakers e eles estão jogando mal demais agora. Nessa temporada acabei torcendo pro Oklahoma City Thunder e eles perderam pro Houston Rockets. Tá difícil, bicho.

Você tem alguma tatuagem ligada à NBA?

Tenho três do Kobe Bryant, o cara é meu ídolo, curto ele desde moleque. É a atitude dele, o bicho vai lá e consegue o que quer, não importam as circunstâncias. Aquele lance todo de Mentalidade Mamba, saca? Gosto do raciocínio por trás daquilo.

Rola de conversar com a galera sobre porque escolheram essas tatuagens esportivas?

Isso que é legal do meu trabalho porque sou um puta fã de esportes. Quando vou tatuar algo do tipo no dia já penso que vai ser massa porque vai ser um dia inteiro falando do assunto.

O que costuma motivar as pessoas?

Suponho que o mesmo que me levou a ter três tatuagens do Kobe. Atletas inspiram. Basquete é um negócio muito rápido e você pode se irritar na mesma velocidade, as pessoas gostam de idolatrar essa galera e seus corpos.

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Me fale mais sobre. Quanto tempo levam as sessões para esse tipo de tatuagem?

De um a dois dias. Um dia leva de sete a dez horas. Alguns casos levam 20 horas em dois dias, outros 17 ou 18. Algumas termino em um único dia, depende do tamanho, detalhes, essas coisas.

Quando você se ligou que seu trabalho estava estourando pelo mundo?

Assim que comecei a trabalhar no Ship Shape, estúdio de Matt Jordan em Auckland, na Nova Zelândia. Foi aí que me liguei porque o cara reconheceu meu trampo e me deu um emprego. Trabalhar com ele foi bom e me fez melhorar bastante. Aí o lance das redes sociais bateu e foi hora de investir na parada.

É como um sonho realizado poder dizer que meu trabalho apareceu na ESPN ou SportsCenter e tal. Nunca achei que veria meu nome na ESPN. Não foi por jogar bem, o que é bem chato, isso aí teria sido legal – se eu jogasse no Lakers ou algo do tipo.

Toda essa atenção te abriu algumas portas?

Demais. Recebo emails de sites e marcas de esportes que querem fazer parceria. É legal receber esse tipo de coisa. Estou viajando há um bom tempo, quase três anos, e tudo tem ficado ainda mais louco. Hoje vamos pra Costa Rica participar de uma convenção e fazem quatro dias que voltei de Cingapura.

E tem quem vá até a Nova Zelândia só pra ser tatuado por você.

É demais, nunca achei que alguém viajaria 36 horas para ser tatuado por mim.