Primavera Sound no Porto - Dia 2

Em qualquer festival são às dezenas os problemas que se podem colocar a quem queira ver as suas bandas favoritas sem sobressaltos. Há sobreposições de concertos, gente que está à tua frente só porque sim, sem sequer saber o que se passa em palco, filas para beber, filas para comer, filas para as casas de banho… enfim…

No NOS Primavera Sound também é assim? É. Mas, milagre dos milagres, nada disto parece chatear quem quer que seja. E são tantos. A explicação é simples. Poucos serão os que ali estão sem saberem ao que vão e o que querem ver e ouvir. E isso faz toda a diferença. Para além disso, a organização é impecável e discreta. As coisas fluem e a música só ganha.

Ontem, sexta-feira, foi dia e noite de históricas actuações que o tempo se certificará de confirmar. À cabeça, a bomba Belle & Sebastian. Alinhamento perfeito, com três sugus de fruta que a velha guarda de fãs devotos degustou até às lágrimas, "Dog on Wheels", "Dirty Dream #2" e "Sleep the Clock Around", som cristalino e quente a puxar o pé para a dança do princípio ao fim, e um Stuart Murdoch em forma máxima a agarrar o imenso público do anfiteatro para fazer deste o melhor concerto dos quatro que os escoceses fizeram até à data em Portugal.

Depois disto só mesmo a demência de Ariel Pink para voltar a activar neuróticos, mas disso como da vó Patti, do espectro Anthony ou do "rico suave" Gonzalez falaremos mais tarde.

Hoje há Ride no Parque da Cidade do Porto. Já vos tinha dito?