Fotos hipnóticas do antes e depois de transformações drag

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Fotos hipnóticas do antes e depois de transformações drag

“Tem muito mais habilidade envolvida do que as pessoas imaginam.”

Esta matéria foi originalmente publicada no Broadly .

Todo mundo adora uma boa foto de antes e depois, e a comunidade drag não é exceção.

#Dragformation é um projeto em andamento do fotógrafo australiano Aaron Walker, que documentou a transformação da diversa comunidade drag do país em toda sua glória.

A VICE conversou com ele sobre a linha de pensamento por trás dessa coleção fotográfica fabulosa.

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VICE: O que te atraiu em fotografar pessoas em drag?
Aaron Walker: É o processo de transformação que me interessa, não o visual final. Todo o tempo gasto e a atenção aos detalhes, de chegar da rua e entrar no camarim até subir ao palco. É um período de três horas fazendo cabelo e maquiagem.

A série é claramente sobre drag como uma forma de arte. Como é assistir esse processo em tempo real?
É muito interessante. Com a maioria dos artistas de drag que posaram para mim, a foto do antes é ligeiramente constrangida — é um processo meio desconfortável para eles. Mas depois que se transformam em suas personas drag, eles se tornam confiantes e sabem exatamente como posar para a câmera.

A transformação exterior também se reflete no interior, acho.
Isso ficou óbvio quanto mais eu fotografava. Sem a maquiagem e preparação, o processo de transformação naquela persona, eles eram um pouco mais distantes e fechados. Eu não esperava isso.

Fica claro pelas cores e a vibração nas fotos que as drags são um grande tema para se trabalhar.
E são mesmo! Elas dão muito apoio umas às outras, têm um senso de humor afiado e são muito engraçadas. Isso torna o período de transformação muito divertido – estar entre pessoas tão inteligentes e generosas. Me sinto privilegiado por fazer parte disso.

Recentemente você expôs as fotos no festival Midsumma em Melbourne; como foi a recepção do público?
O que chamou minha atenção foi a variedade de demografias na exposição. Gay, hétero ou bi; da cena ou não, foi muito bom ver a mistura de pessoas que se sentiu atraída pelo meu trabalho.

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Você disse que o projeto ainda está em andamento e que não tem um final em mente. Por quê?
Acho que ainda não cobri uma variedade grande o suficiente de artistas de drag. Na minha coleção tenho dois drag kings, três pessoas não brancas e ainda nenhuma pessoa trans. Eu gostaria de sentir que a coleção reflete todo mundo na comunidade, e acho que ainda não cheguei lá.

O que vem agora para o #Dragformation?
Eu gostaria de fazer um livro. Um livro de fotos bem grande de artistas drag. Esse é meu objetivo.

Adorei a ideia; um livro de mesa de centro enorme de artistas em drag, em vez de fotos da natureza ou, sei lá, arquitetura.
É, por que não?

Que mensagem você gostaria que as pessoas tirassem do seu trabalho, seja vendo ele num livro de fotos, no Midsumma ou online?
Acho que artistas de drag não podem ser ignorados. Tem muito mais habilidade envolvida do que as pessoas imaginam. Acho que essas pessoas deveriam ser consideradas artistas muito talentosos e habilidosos, assim como outros artistas performáticos que vemos mais no mainstream.

Tradução: Marina Schnoor

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