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Música

oelefante: Bruto, Feio, Sujo e Vegetariano

Trio formado pela turma do Dead Fish tem single na rede e solta EP novo em março

A nova investida do trio que formou o núcleo substancial de músicos do Dead Fish, a banda oelefante já está com o seu primeiro single na rede. A faixa "Adaptado" faz parte do EP de estreia da parceria entre o vocalista Rodrigo Lima e os irmãos Marcelo (guitarra/bateria) e Gustavo Buteri (baixo), que está previsto para sair em março via iTunes e outras lojas virtuais contento mais duas músicas, "Picolé" e "Ode Ao Ódio". Já o lançamento físico será em vinil de sete polegadas, que chega em abril.

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A proposta da banda é não se amarrar a propostas. O único objetivo, como consta na entrevista que se desenrola a seguir, é fazer um som que seja bruto, feio e sujo. Condizente, enfim, ao que sugere o próprio nome do grupo. De toda forma, as primeiras composições acabam trazendo bagagem daquilo que eles escutam desde sempre. Para além de rótulos tipo "stoner rock" e "post-hardcore", acho que fica mais fácil imaginar uma mistura homogênea de influências como Rollins Band, Black Flag, Bad Brains, Quicksand, Snapcase, Queens Of The Stone Age e Helmet. Soaria pretensioso se os caras não mandassem bem pra caramba.

Até aqui oelefante segue na maciota, não tem show de lançamento do EP marcado, nem nada fechado sobre um long-play de estreia. Enquanto isso, porém, resolvemos dar uma sondada pra sacar melhor qual é a da banda. Leia o bate-bola que o Noisey teve com o Marcelo.

Quando vocês decidiram formar uma banda como oelefante, qual foi o mote inspirador? Vocês partiram do princípio de tentar fazer algo diferente do que já tinham feito antes em outras experiências musicais?

Há uns anos atrás, quando o Rodrigo estava já morando em São Paulo, eu, ele e mais um amigo tentamos fazer algo bem diferente mesmo, beirando o eletrônico e o dub. E pensamos que seria meio que um choque para geral ouvir a voz do Rodrigo em um experimento que estava rolando na época. Com oelefante, acredito que não é tão diferente das coisas que fizemos e fazemos até hoje, mas com certeza tem uma pegada e uma identidade que nenhuma banda nossa teve ou tem, o que tem feito a gente gostar muito da experiência.

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Por que vocês deixaram a formação do Dead Fish à época, uma vez que a química entre vocês e o Rodrigo ainda rende frutos sonoros? Os ouvintes podem encontrar um eco de Dead Fish no som, ou a ideia de vocês é seguir numa direção oposta?

O meu irmão Gustavo fundou o Dead Fish junto com o Rodrigo e os demais ex-integrantes em 1991 e ficou até 1996 quando a banda acabou. Eu voltei com a banda em 1997 e, entre idas e vindas, fiquei até 2003. Dead Fish é a minha banda do coração. Tudo o que aprendi de certo e errado no que fazer em uma banda, eu devo ao Dead Fish. Porém, eu sempre fui muito imaturo com a banda, não levando ela a sério como deveria, mas mesmo assim sempre acompanhei o grupo quando estava fora e acompanho até hoje. Compus músicas para o Dead Fish e amo de paixão. A ideia de fazer um projeto com o Rodrigo e o meu irmão é exatamente resgatar aquela raiz, onde tudo começou, para fazer algo novo agora, depois de todo mundo ter ficado velho (risos). Acho que vai ser normal os ouvintes compararem algumas coisas com o Dead Fish, mas não estamos preocupados em como fazer as músicas para não soar como o Dead Fish. Vamos compor e o que sair será do jeito que a gente achar que vai ficar bacana.

O nome da banda, "oelefante", traduz algum conceito que vocês querem passar? Vocês se consideram uma banda política?

Na verdade, seria O Homem Elefante, do filme de David Lynch, porém já existe uma banda com esse nome, então o Rodrigo deu o nome de oelefante. Ele brincou, denominando como "bruto, feio, sujo e vegetariano" (risos). Pelo fato de a banda ser pesada, por sermos feios (risos) e por ele ser vegetariano. Na real, gostamos do nome. Demos a ideia de escrever "oelefante", tudo junto e em caixa baixa, para ficar diferente. O Rodrigo, já há uns anos, sempre encanou de querer fazer uma banda com esse nome, e agora, rolou. Não nos consideramos uma banda política. As três faixas do EP falam sobre temas diversos, mas trata mais do cotidiano em formato de aflições, decisões, vivência, rotina, amargura e mais uma porrada de sentimentos estranhos que todo ser humano vive diariamente.

Como foi o processo de composição, ensaios, gravação dessas tracks que integram o EP? Demorou muito tempo para tudo tomar forma desde que vocês tiveram a ideia de começar com a banda?

O processo foi feito em um formato de quebra cabeças. Eu fiz as músicas, compus, gravei bateria e guitarra. Meu irmão gravou o baixo. Fiz as músicas antes de pensar em ter a banda com o Rodrigo. Em uma conversa ao telefone com ele, falei que tinha umas músicas e perguntei se ele queira fazer parte. Ele topou na hora, regravei as guitarras, meu irmão gravou outros baixos, demos um tapa na produção, mandei os mp3 pro Rodrigo, ele encaixou letra e melodia na casa dele em São Paulo, veio para Vitória (ES), e não sabíamos como seria o vocal porque ele não tinha mandando nada até então. Quando ele entrou na cabine de gravação e começou a cantar, vi que tinha dado certo e que tudo ficaria sensacional, porque deixamos ele ser exatamente o Rodrigo, com as melodias que ele compôs, com as letras que ele fez e a energia e dedicação que ele colocou nas músicas, abraçando totalmente a banda. Não tinha como dar errado.

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