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Música

De Como a Asfixia Autoerótica Fez o Contrabaixo Evoluir nas Obras de Beethoven

Se enforcar durante o orgasmo é um ato não muito comum, mas tem muito a ver com as linhas de baixo do Beethoven.

Você se lembra do filme Efeito Borboleta? Não precisa nem ter visto o filme, porque hoje em dia todo mundo vai te contar o enredo completo de qualquer filme que fizer um pouco de sucesso, mas p’ra refrescar sua memória seguem alguns depoimentos.

Já deu p’ra lembrar que o filme fala sobre causalidade, e é justamente ai que eu vou explicar como a asfixia autoerótica causou profundas mudanças no tratamento das partes de contrabaixo nas orquestrações do compositor Ludwig van Beethoven.

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Asfixia Autoerótica, ou Autoasfixia Erótica (que faz um pouco mais de sentido), ou mesmo Asfixiofilia, é a prática de se enforcar um pouco durante o ato sexual em busca de mais de prazer. Eu não entendo bem como isso funciona, mas a técnica começou como algo ancestral do Viagra, pois os caras viam uns cadáveres tendo ereções depois de serem removidos da forca, e ai a galera fez a festa, né? Impotência nunca mais.

Acontece que nessas brincadeiras de botar uma corda no pescoço enquanto dá uns amassos, muita gente virou figurante da novela A Viagem, e uma das mais antigas mortes registradas por conta de asfixia autoerótica foi a de Frantisek Kotzwara, multi-instrumentista e compositor que se destacava pelo domínio do contrabaixo. Resumindo o caso, ele tentou pagar uma prostituta p’ra arrancar os testículos dele, ela recusou e foi embora, ele meteu uma corda no pescoço p’ra não perder a viagem e ai o fim eu já contei.

A morte de Kotzwara deixou a vaga de contrabaixista vaga lá em Londres, o que fez com que chamassem p’ro cargo o italiano Domenico Dragonetti, que p’ra surpresa de todos conseguia ser ainda mais virtuoso que seu antecessor. Fazendo sucesso em Londres, Dragonetti foi apresentado ao compositor Joseph Haydn, que o levou p’ra dar um passeio por Viena e o apresentou ao seu amigo Beethoven.

Você que manja pelo menos um pouco de música já deve ter visto a galera dando uma zuada num baixista, falando que baixista não faz muita coisa e pode até tirar umas sonecas no meio das músicas, porque geralmente fica só numas poucas notinhas, e na época não era diferente. O baixo tem toda essa tradição de possuir linhas melódicas mais retas, sem muita variação, até por conta da variedade de harmônicos produzidos, pelo tamanho e dificuldade de tocar aquele trambolho.

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Vendo aquele homem esmerilhar o contrabaixo, Beethoven ficou maravilhado e decidiu que não ia dar mais mole p’ra ninguém e ia sair metendo firula mesmo, e os contrabaixistas de Viena que se fodam e toquem, senão adeus salário. Claro que, se hoje em dia você ver aquelas novas linhas de contrabaixo, não parece que precisa de um Yngwie Malmsteen do contrabaixo p’ra tocar, mas na época já foi um belo avanço e até hoje muita gente que vai fazer testes p’ra entrar numa orquestra acaba tendo que trocar uns trechos dessas peças que Beethoven compôs após conhecer Dragonetti.

Se você é ou conhece um contrabaixista que está penando p'ra tirar uns sons do Beethovão, já sabe o que fazer, é só voltar no tempo e impedir que um maluco se enforque durante a masturbação.

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O Evandro é um careca de Kierkegaard. Siga ele no Twitter: @denoterdamn