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Música

“Bagulho Doido” É o que o Omulu e o DJ Comrade Entenderam por Rasterinha

E nenhuma definição consegue ser tão certeira quanto essa.

Lembra quando cantamos a bola da rasterinha? Essa nova fase do funk carioca e tals. Pra não variar, gringos (e mais gringos, e outros e outros) e conterrâneos, que ouviram piraram nesse som, tipo o DJ Comrade. Até o Omulu, que sempre foi mais chegado ao tecnobrega, curtiu muito muito muito quando ouviu “As Novinha Tão Sensacional”. Então ele e o DJ Comrade se juntaram e lançaram a “Bagulho Doido”, uma faixa nervosa e que não sai do nosso repeat.

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Aproveitamos essa deixa pra bater um papo com eles e saber sobre como que eles conheceram o estilo e, entre outras coisas, se vem mais produções da dupla. Leia a seguir. E de quebra baixe “Bagulho Doido”, coloque no iPod e seja a sensação da próxima festinha da firma.

Baixe aqui e em qualidade linda “Bagulho Doido”, a rasterinha do Omulu e do DJ Comrade.

Noisey: Como surgiu o interesse de vocês em fazer esse som?
Omulu: O MC Durango Kid me mandou o link da música "As Novinha Tão Sensacional" do MC Romântico (com produção do DJ Bam Bam) . Quando ouvi aquilo fiquei doido, o estilo estava próximo das experiências que eu fiz com o tecnobrega, mas ao mesmo tempo dialogava com o funk. Quando mostrei para o Comrade ele me surpreendeu com um remix de “Quero Bunda” do Mc Tipocki (produção DJ RD da NH) que ele já havia feito há alguns meses. Foi aí que percebemos que estávamos em sintonia.
Comrade: Foi com certeza a faixa “Quero Bunda”, há um ano. Aí vi que a música estava bombando cada vez mais no Soundcloud, mas o pessoal chamava de “axé funk” nas tags.

Já chegaram a tocar o som em alguma festa? Como foi a recepção?
Omulu: Toquei na festa do bloco Viemos do Egyto no Rio e a galera PIROU.
Comrade: Eu mandei a faixa do Tipocki quando toquei em uma festa de moonbahton em Orlando chamada Shake ‘n’ Bass. Deu tudo certo, as transições para BPMs mais lentas foi ótima, resultou em muito twerking.

Os samples que vocês usaram são incríveis. Dá para revelarem de onde vieram?
Comrade: Os samples de vocais são do meu extenso acervo de funk. Os synths foram feitos com um VST [n.e. instrumentos virtuais que você como plug-ins em programas como o Ableton]. O Omulu me mandou as trilhas de bateria, percussão e baixo e eu trabalhei mais um pouco elas. Cortei um tanto, adicionei meu tempero. É legal porque nós tentamos não usar o loop de axé que muitas das faixas de rasteirinha já tinham.

A rasterinha tem um pouco de funk e um pouco de axé, ficando naquela zona do balanço pagofunk. Vocês acham que esse ritmo um pouco arrastado e suingado pode encaixar legal com o esquema baile funk internacional?
Omulu: Não só com o baile funk, mas o BPM vai bem com twerk e zouk bass. Acho que alternar esses estilos deu mais dinâmica aos meus sets.
Comrade: Eu adoro que os produtores de funk estão levando isso para BPMs diferentes. As restrições de BPM estão praticamente mortas.

Esse aqui é só um single. Têm planos para lançarem algo mais substancial e rastero no futuro?
Omulu: Adoramos trabalhar juntos, acho que fluiu muito rápido essa parceria. Estamos trabalhando em um EP que lançaremos em breve.