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Música

A Profound Lore É o Melhor Selo de Metal do Mundo

Entrevistamos o fundador e gerente do selo, Chris Bruni, para entender como ele, sozinho, segura essa bronca.

Você bem sabe que o mundo da música pop é um monstro voraz e onívoro, que de tempos em tempos, precisa dar uma variada no cardápio para manter a sua produção simbólica viva e fresca. É tipo ir em um buffet self-service com muita fome, você mistura macarrão com strogonoff e sushi tudo no mesmo prato. Você quer tudo misturado, agora, na mesma garfada. E, de preferência, com algum sabor de novidade nesse meio.

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O temaki com cream cheese e abacaxi da vez no mundo pop é o metal extremo. Nos últimos anos a máquina devorada do pop tem consumido cada vez mais o estilo, que desde os anos 80 seduz jovens cabeludos e suburbanos de todas as posições ideológicas possíveis mundo afora. Na mesma medida o death/grind/black/gore metal também ofende muitos ouvidos e olhos sensíveis às suas referências satânicas e sangrentas, baterias que soam como britadeiras cósmicas infernais, timbres de guitarra que exalam enxofre e ferro derretido, urros primevos que são a própria incarnação do Mal em forma de onda sonora. No geral, um gênero musical que constantemente se esforça para ser cada vez menos música e mais uma experiência estética rica e obscura. O pop precisa do exato contrário dele para se manter alive and kicking.

Uma das mais importantes representantes dessa relação entre a música extrema underground e o círculo pop que aspira ao mainstream é o selo canadense Profound Lore. Fundado por Chris Bruni nos idos de 2004, começou sem muita perspectiva de nada que não fosse lançar versões especiais e limitadas em vinil de álbuns clássicos de death metal underground. Aos poucos Bruni foi expandindo esse leque, lançando trabalhos inéditos, descobrindo novas bandas, ressuscitando outras, tudo dentre de um corte estético e artístico bastante específico e às vezes rídigo, baseado em algo que ele chama de “natureza sombria”.

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Ao longo dos anos a Profound Lore conquistou uma reputação única, que chamou a atenção de muita gente que nunca havia dado uma pelota para o metal. Muito incauto, seja pessoa física ou bloguinho replicador de nota da Pitchfork (e a própria Pitchfork, inclusive), passou a ter um mínimo de contato com um tipo de música que durante duas décadas esteve bastante restrita a um séquito de fãs minúsculo, exigente e propositalmente fechado. Seja pelo apelo exótico que bandas como o Leviathan ou o Portal suscitam, ou a internet que ajudou na conexão entre cenas distantes, ou por que verdadeiramente o mundo está se esforçando para entender o metal extremo como uma linguagem artística, para além do Clube do Bolinha suado e cabeludo, sei lá. O importante é que bandas como o Altar of Plagues, Cobalt, SubRosa, Vhöl e muitas outras tem cada vez mais espaço e reconhecimento musical em veículos e públicos que, há dez anos atrás, tinham como única referência de metal extremo o Cannibal Corpse no filme do Jim Carrey.

Curiosos que somos, fomos conversar com o Chris Bruni para entendermos um pouco os porquês e comos da história da Profound Lore, que hoje é um dos mais importantes selos de música underground do mundo, com um trabalho consistente não só na sua administração, mas também estético, ambas qualidades raríssimas, ainda mais se levamos em consideração que o cara faz praticamente tudo sozinho.

A entrevista é longa. Respira, pega algo para bebericar, entra no Bandcamp da Profound e escolhe QUALQUER álbum (sério, vai com fé) e venha com a gente tentar entender por que o metal é a transa que o hipster pop do século XXI conseguiu pelo Tinder.

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Quando e como você teve a ideia de começar a Profound Lore?
Foi mais ou menos no final da primavera/começo do verão de 2004. O que significa que ano que vem o selo completa dez anos desde o seu primeiro lançamento. O selo começou com alguns parceiros com a ideia inicial de lançar vinis de edições limitadas de bandas que já conhecíamos e mantínhamos contato com eles e com outros selos.

Quais foram os primeiros passos que o selo deu? Qual era o objetivo primário no começo da história?
Não foi algo que era pra acontecer do jeito que eventualmente acabou rolando. Apenas comecei e não havia nenhum plano para crescer do jeito que cresceu. Eu queria manter como um projeto paralelo com a cooperação das pessoas que conheci em bandas e outros selos enquanto estava me preparando para o meu trabalho de pós-graduação e para finalmente encontrar uma direção em uma carreira de verdade, porque naquela época não tinha muita coisa rolando na minha carreira e ter um dinheiro extra me ajudaria a começar a fazer alguma coisa. Então era para ser um projeto paralelo antes de voltar a estudar e conseguir um emprego de verdade depois que eu terminasse os estudos. Estava em uma época na minha vida onde, pela primeira vez, estava certo e focado em uma direção que queria tomar quando voltei a fazer minha pós-graduação. Entretanto, parece que as coisas tomaram um rumo bem diferente.

Qual foi a primeira banda a lançar um trabalho inédito pelo selo? Quais foram os critérios de escolha para esse lançamento?
O primeiro lançamento da Profound Lore foi um vinil de dez polegadas do Melechesh. Meu antigo sócio tinha um contato com a banda e estava até tentando organizar um show com eles na sua cidade (seria a primeira aparição da banda na América do Norte) e ele queria lançar alguma coisa exclusiva que coincidisse com o show. Então ele me contou dessa ideia e decidi ajudá-lo, já que ele não tinha muito dinheiro e eu tinha uma grana guardada. O Melechesh tinha um certo nome na cena underground de metal, então sabíamos que essa edição limitada venderia de qualquer forma. Nós apenas nos juntamos e o lançamento finalmente aconteceu. Depois disso, imediatamente tivemos várias ideias de lançar mais vinis de outras bandas, principalmente porque ficamos muito empolgados com como as coisas rolaram rápido depois do primeiro lançamento.

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Sobre os critérios do selo. O que define, esteticamente, esse conceito de “música extrema” com o qual você trabalha?
Se há algum requisito geral é de que o material lançado possua uma qualidade estética artística, a maioria do material que lanço é de uma natureza sombria, principalmente quando é algo mais extremo. Tem horas que incentivo as bandas a criarem um material sonoro que não seja orientado por riffs, algo menos acessível e imediato. Sugiro também para que eles experimentem mais, especialmente quando eles tem a chance de adicionar coisas como sintetizadores, samples e etc. Eu gosto de coisas desse tipo. E tem sempre o momento em que eu incentivo as bandas a criarem um material mais acessível, porque também admiro bandas que empregam melodias nas suas músicas. É sempre legal ter essa característica, ainda mais quando as bandas sabem como incorporar um bom senso melódico nas músicas.

Esse critério artístico chegou a se alterar ao longo dos anos?
De uma certa forma mudou sim, porque percebi que tenho ficado cada vez mais seletivo com o meu gosto musical.

Qual foi o primeiro lançamento da Profound Lore que foi um marco na carreira do selo?
Provavelmente foi o Works Will Come Undone do Asunder, justamente ser um resumo de tudo que define a estética do selo e para onde que eu queria que as coisas caminhassem (e que eu tivesse o controle pleno do selo sem nenhum parceiro, interferência ou influência de fora). Esse lançamento marcou um novo capítulo no selo e representou a direção que eu desejava.

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A Profound Lore cresceu bastante nos últimos anos, tanto em visibilidade quanto no volume de lançamentos, eu acho. Você ainda cuida sozinho de tudo ou já contratou anões e expatriados para trabalhar por um salário mínimo?
Faço tudo sozinho, basicamente. Paralelamente tenho o cara dos gráficos que trabalha comigo há oito anos e às vezes contrato pessoas de fora para fazer trabalhos de publicidade e etc. Consegui até agora fazer tudo sozinho. Acho que se você cria uma rotina ao longo de todos esses anos, é capaz de gerenciar tudo sozinho.

O casting de bandas é bastante diverso, incluindo diferentes países e backgrounds históricos. Como você costuma entrar em contato com essas bandas?
Muitas vezes são indicações de amigos e de outras bandas com quem trabalho. Nós entramos em contato através das pessoas que conhecemos. Na maioria das vezes eu já conheco as pessoas nas bandas com que eu trabalho. É assim que funciona o ciclo. Claro que tem a rara ocasião onde eu entro em contato com a banda sem ter nenhum contato prévio.

O tipo de música com o qual vocês trabalham é bastante específico, mas sinto que nos últimos anos a imprensa musical tem dado mais atenção para o metal extremo. Bandas como o Portal conseguem reviews em sites que em outras épocas eram bastante distante desses gêneros. Você enxerga esse movimento ou eu tenho usado muita droga?
Definitivamente eu vejo isso rolar cada vez mais. Acho que é porque esses sites não relacionandos ao metal e até mesmo os mainstream estão percebendo que uma parte do metal (com certeza não ele todo!) é fascinante e veem como ele se cruza com outros gêneros musicais. Definitivamente aprovo isso e aprecio muito quando esse tipo de sitecobrem qualquer coisa relacionada ao meu selo.

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Ainda no mesmo assunto, alguns desses gêneros de metal nunca foram tão conhecidos como hoje em dia, com um alcance global único. Você concorda com essa afirmação? Consegue apontar alguma razão para esse fenômeno? Qual a culpa da própria Profound Lore nisso tudo?
Bom, gosto de pensar que o selo tem uma parcela de culpa por isso! É dificil dizer com muita certeza se tem culpa ou não porque não é como se o selo tivesse uma reputação em todos os lugares da Europa. O selo só tem uma notoriedade em alguns países da Europa. E é ainda mais difícil dizer quantas pessoas na América do Sul conhecem o selo. Até mesmo no Canadá, meu país natal, não sei dizer o impacto do selo e das músicas que eu lanço porque eu raramente consigo alguma nota de imprensa. No meu próprio país!

Há alguma banda ou artista que não esteja necessariamente ligado ao metal que você gostaria de trabalhar com na Profound Lore?
Não estou sendo muito realista aqui então me aguente (hahaha), mas eu amaria poder trabalhar com o Arvo Pärt ou lançar alguma coisa relacionada a eles. Seria do caralho! Ter o The Haxan Cloak envolvido em um dos meus lançamentos também seria insano. Se existe algum tipo de objetivo para o selo, definitivamente gostaria de começar a lançar coisas relacionadas a trilhas sonoras, como uma edição em vinil, por exemplo, de um trabalho por Angelo Badalamenti ou Cliff Martinez. Eu sempre tento ponderar esse tipo de coisa, especialmente porque raramente tenho escutado metal nos últimos anos.

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Tem alguma banda que você queria trampar mas não rolou porque algum outro selo chegou antes?
Se eu tivesse corrido atrás disso um pouco antes e tivesse planejado melhor as coisas gostaria de ter lançado o novo album do Beastmilk na América do Norte. Porém, outro selo chegou antes e resolveram as coisas antes mesmo de eu conseguir entrar em contato com eles. Isso é apenas um exemplo, mas eu nem tenho certeza de como isso aconteceria efetivamente.

Li no Cvlt Nation que você participou do Scion Musicless Music Conference, que inclusive teve o RZA. Eu sou muito fã dele. Como foi essa parada, como e por que surgiu esse convite?
A Scion sempre apoiou as formas mais underground/independente de música, organizando eventos e patrocinando bandas independentes. Eles conseguiram chamar bastante atenção para eles, considerando que eles são a primeira companhia automobilistica a se promover através de bandas do underground. Então quando decidiram fazer a primeira conferência de música, acredito que queriam algumas pessoas envolvidas com o metal e me chamaram para participar. Foi uma boa experiência. Quanto ao RZA, ele era o palestrante convidado para a abertura do evento e foi legal escutar ele falar sobre suas experiências na música, como ele começou e como isso o levou onde ele está atualmente. Foi simplesmente incrível ter conhecido ele. Ele e o Kool Keith!

A cada ano que passa, a Profound Lore tem sido mais citada em sites e blogs de referência no metal underground e mais discos entram em listas de melhores do ano, superando selos grandes como Nuclear Blast, Century Media em número de albuns citados. Existe essa preocupação do tipo corporativo quando você lança alguma das bandas? Algo tipo "porra, preciso ter mais discos que ano passado"? Você sente alguma pressão sobre isso?
Estou tentando fazer o melhor para diminuir um pouco o ritmo da minha agenda (mas ainda sim mantê-la consistente) e não lançar tanto que nem eu fiz ano passado. Mas parece ser impossível hahaha. Dou o meu melhor para não me esgotar, mas ainda estou me divertindo na maior parte do tempo.

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Mas não posso dizer que exista essa preocupação corporativa, não. Quando eu estou me preparando para lançar um álbum não penso em como vendê-lo ou quais mercados serão viáveis para ele e etc. Não é assim. Claro que eu quero abordar certas estéticas e atingir certas audiências (e eu não estou me referindo a públicos que curtem bandas grandes de metal como o Slayer, Testament, Megadeth, Iced Earth, Anthrax já que eu não tenho interesse em atingir esse tipo de base de fãs ou essa parte do metal. Não tenho nada a ver com isso e nem quero ser associado a isso), mas eu simplesmente quero lançar o que eu gosto e o que eu sinto que se encaixa na visão do selo.

Eu tenho a impressão que a maior parte dos discos vendidos hoje em dia são em shows, quando o fã, no calor do momento, emocionado após o show da banda, vai lá e gasta o dinheiro do leite das crianças. Algum disco que você lançou de bandas da Profound Lore que não se apresentam ao vivo, como o Abyssal, chegou a "encalhar" ou sair de uma forma mais lenta?
Quando uma banda entra em turnê constantemente claro que isso vai ajudá-los a vender mais. Claro que eu não espero que uma banda como o Abyssal venda milhares e milhares de álbuns, a intenção desse lançamento foi fazer uma edição especial limitada. Então, de uma certa forma, as expectativas são alcançadas nesse sentido. Espero que nós possamos ir um pouco além disso com o próximo álbum deles e que a banda esteja mais disposta a dar entrevistas e tocar ao vivo. Tenho certeza que algumas bandas com quem eu trabalho poderiam vender um pouco melhor se eles saíssem em turnê ou tocassem ao vivo com mais frequência (e não só fazer shows na cidade deles). Mas tudo isso depende do artista, claro, já que existem alguns que não tocam ao vivo mas vendem bem por causa da sua reputação. O melhor exemplo disso é o Leviathan.

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Sobre o mesmo assunto, não é de hoje que vemos selos e mais selos fechando. A internet tem a sua óbvia parcela culpa, por tirar o interesse do pessoal mais novo em comprar o disco fisico e etc. Mas eu vejo a Profound Lore, assim como a Southern Lord, a Hell's Headbanger e outros como responsáveis por manter o interesse da galera em comprar discos, já que os lançamentos são edições especiais, limitadas. Esse fetiche é o suficiente para que, no fim do mês, a Profound Lore não esteja no vermelho? Dá para pagar as contas e ganhar um dinheiro com isso?
Sim, eu consigo pagar as contas para que o selo continue existindo (às vezes a coisa fica meio apertada, lógico, tenho que apertar o cinto em inúmeras situações) e ainda dá para tirar algum para mim mesmo. É por isso que acho importante que haja uma agenda de lançamentos cheia e consistente, assim consigo manter um fluxo de caixa que dê para pagar as contas do selo e ter uma vida financeiramente viável, além de algum conforto.

O Portal é uma banda que gera muita curiosidade em todo mundo, primeiramente por conta do visual extremamente excêntrico, afinal, quem não se choca com um vocalista que usa um relógio cuco na cabeça. A grande diferença entre eles e outras bandas com indumentária pesada como o Cult of Fire ou o Terra Tenebrosa, é que o som deles é completamente intragável pra que não está acostumado com todas aquelas dissonâncias, blasts lentos, contra tempos e tudo mais. Como é trabalhar com os caras e o que o Portal representa pro selo hoje?
O Portal é uma das bandas mais importantes do selo, considerando que é a que eu mais trabalhei. Um dos meus primeiros lançamentos foi uma edição para a América do Norte do álbum Seepia, e quando cruzei com eles há uma década, imediatamente percebi que essa é uma banda que representa verdadeiramente a visão que eu queria passar com o selo. Quando lancei minha versão do Seepia (que havia saído antes por um selo australiano gerenciado pelo antigo baixista da banda), foi realmente muito difícil fazer as pessoas reconhecerem, à exceção dos fãs fiéis da banda, a estética única e perturbadora do Portal. Chegou ao ponto que cheguei a questionar o porquê dos fãs de death metal não procurarem dentro do gênero algo que fosse único, artístico. Levou um pouco de tempo para as pessoas entenderem, mas eles sacaram quando o Outré saiu, o que contribuiu muito para o crescimento da banda. Foi nessa mesma época que o The Curator criou esse visual do relógio de cuco.

Eu tenho um ótimo relacionamento com a banda, apesar de eles serem individuos ímpares e, claro, uns baita figuras na vida real, eu amo trabalhar e ser amigo deles.

O Phil Anselmo é um grande fã do Portal. Inclusive com a banda nova dele, o The Illegals, ele tem tocado um trecho de “Black Houses” nos shows, além de usar camiseta da banda. Por o Anselmo ser um ícone mundial, rock star e tudo mais, você acha que essa publicidade espontânea ajuda o Portal a ser reconhecido por uma galera que não é o seu público original? Sabe se o Anselmo já entrou em contato com eles?
Não posso dizer o quanto isso chegou a afetar a popularidade do Portal, mas certamente isso deve ajudar a banda de algum modo. Ele com certeza mantém contato com eles regularmente e quer muito que eles toquem no próxima Horror Fest. Ou pelo menos que eles toquem um dia em algum Horror Fest.

O Brasil é famoso por ser referência no black metal mais necro, com bandas como o Mystifier, Impurity, o lendário Sarcofago, Vulcano, Mutilator e afins. Você tem contato com alguma banda daqui ou conhece algumas bandas da cena brasileira?
O único contato que eu tive, há um bom tempo atrás, foi com o Krisiun, porque eu era maluco pelo os dois primeiros álbuns deles. Isso foi muitos anos antes de eu começar o selo. Porém, nunca tive contato com outra banda brasileira além dessa.

Você já se arrependeu de algum dos lançamentos da Profound Lore?
Na verdade não, porque tudo faz parte de experenciar esse crescimento e a curva de aprendizado com o selo durante todos esses anos. Claro que ainda estou aprendendo o meu caminho com tudo isso. Óbvio que sempre existem algum lançamento no passado com o qual não me identifico mais, mas não porque não chegou a vender, porque sempre existem tesouros escondidos que não venderam muito, mas que me orgulho muito de ter lançado. O que eu estou me referindo é de eu não me identificar com eles em um nível mais estético. Acho que às vezes pode ser uma banda que não se identifica com os trabalhos mais antigos deles ou também que não se lembram do passado deles com tanta reverência.

Só em 2013 já foram uns dez lançamentos, entre eles o fodidíssimo Vhöl, Subrosa, Gevurah, Castevet e outros… Você programa os lançamentos no ano anterior? Por exemplo: "Em 2014 vou lançar 15 discos"? Ou vai meio que no dia a dia descobrindo o que vai rolar?
Eu deixo as coisas fluirem naturalmente, que é como deve ser. Mas ao mesmo tempo eu preciso ter uma programação rígida porque é preciso ter uma projeção e organização de quando as bandas planejam gravar seus álbuns e quando e como eles serão lançados. Às vezes é estressante organizar um calendário de lançamentos, principalmente quando as coisas atrasam e as bandas não cumprem com seus prazos.