FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Você Não Odeia Quando Bandas Gravam Só Um Disco?

Talvez seja o melhor a se fazer. A gente não sabe que declaração artística egoísta e cheia de si ou merda feita de qualquer jeito só para cumprir contrato poderia ser um segundo álbum.

Um dia desses vim saber que uma banda sueca que adoro chamada The Honeydrips terminou – em 2010. Uma simples pesquisa no Google me retornou esta dura notícia, e doeu. Não porque eu escuto a banda incessamente, mas porque eles (na verdade, só Mikael Carlsson) lançaram um único álbum em 2009, um manifesto para solitários chamado Here Comes the Future. Ler a declaração de Carlsson afirmando “já disse tudo que tinha pra dizer” foi como um golpe baixo na virilha: nunca mais ouvirei seu indie pop eletrônico escandinavo alegre.

Publicidade

Lançado pelo selo Sincerely Yours, cujo rol é cercado de ambiguidade total e com um catálogo de itens inusitados (uma página no MySpace, um colete à prova de balas, camisetas limitadas que só o Rei da Suécia poderia comprar), Here Comes the Future nunca teve lá um grande público além dos colecionadores obsessivos pelo selo. Como um ganancioso esnobe musical, talvez por isso eu goste tanto do disco. Mas mais do que qualquer outra coisa, a notícia me fez pensar em todas as vezes que fiquei desapontado ao descobrir que determinado artista havia batido as botas após um único álbum. E, o mais importante, um álbum que eu adoro.

Mas o Sincerely Yours adicionou ao release um sentimento com o qual me identifiquei: “Em algum momento, em algum lugar, alguém vai pegar um disco chamado Here Comes the Future, dos Honeydrips. A pessoa não saberá muito bem o que esperar”. Isso já aconteceu comigo diversas vezes, até mesmo com alguns destes discos. E talvez fosse o melhor que pudesse acontecer com alguns deles. Você não sabe que declaração artística egoísta e cheia de si ou merda feita de qualquer jeito só para cumprir contrato poderia ser aquele complicadíssimo segundo álbum.

Aqui está uma lista de mais 12 discos de estreia lançados por artistas que não seguraram a onda por tempo o suficiente para lançar outro álbum por uma razão ou outra, fosse tragédia, ódio, fracasso, ou preguiça.

THE AMPS

A maioria das pessoas acha que o The Amps na verdade era o The Breeders. É uma suposição lógica levando em conta que Kim Deal era chefa de ambas as bandas, e elas soavam exatamente igual. Depois do Breeders ter entrado em combustão completa após o inesperado sucesso comercial de Last Splash, Kim montou o The Amps numa tentativa de fazer com que sua irmã Kelley largasse a heroína. Kelley foi parar na reabilitação, então Kim tocou o projeto primeiro, sozinha, e então contou com Jim McPherson, baterista do Breeders e mais dois outros caras. De primeira a banda se chamava Tammy Ampersand, então encurtaram o nome para The Amps. Por mais que eu ame os Breeders, eu provavelmente preferiria o disco de estreia do Amps, Pacer, ao invés de Last Splash, na maior parte do tempo. Reconhecidamente mais lo-fi em relação aos seus outros discos, Pacer soa orgânico, vivo e apressado, da melhor forma possível. “Tipp City” é um hino babão bêbado perfeito, que você acha que não conhece até ouvi-lo. Acho que como Pacer falhou em reproduzir as vendas de Last Splash, Kim acabou transformando a banda em Breeders. Ainda assim, os caras do Deerhunter são fãs declarados do The Amps, e já fizeram um cover de “Bragging Party”. Logo, de acordo com isso, eu não sou louco.

Publicidade

Chances de um segundo disco? Improvável. Acho que isso nem passa pela cabeça de Kim, agora que ela saiu do Pixies e voltou com a formação clássica do Breeders. Além disso, o The Amps nem ganhou uma aura cult, então por que ela faria isso?

CLOR

Se você nunca ouviu falar do Clor, de Brixton, então você faz parte dos 99%. O único disco autointitulado da banda passou tão despercebido que chegou ao topo da lista da NME de “100 melhores discos que você nunca ouviu”. Lançado em 2005, eles estavam com tudo, fazendo um som pós-punk/electropop que ecoava o panorama musical do Reino Unido. Mas você não confundiria Clor com nada sendo lançado na época. Estas canções de amor robóticas são concisas, complexas, extremamente melódicas e, por vezes, perturbadoras, como se o Devo e o Sparks estivessem competindo pra ver quem é mais esquisito. Infelizmente, eles se separaram menos de um ano depois do lançamento de seu LP, alegando diferenças criativas, assim que o disco era lançado nos EUA. Em sua mensagem final, o Clor tirou as palavras da minha boca: “Eles deixam para gerações futuras uma joia em forma de disco, para ser descoberta entre o aterro e os detritos de tantos de seus colegas”.

Chances de um segundo disco? Nunca diga nunca. O guitarrista Luke Smith sentiu o gostinho do sucesso como produtor do Foals e Shitdisco, mas não sei porque não poderia pintar alguma coisa nova do Clor.

COMET

Sem dúvida a mais obscura banda desta lista, o Comet, de Dallas, Texas, só tem alguma importância pra mim porque um amigo não parava de falar deles durante todo o ano de 1997. E ele estava certo. Por mais que tenha sido difícil de encontrar na época, seu disco de estreia, Chandelier Musings, tinha muito a seu favor. O álbum havia sido lançado pela Dedicated, que tinha artistas como Spiritualized, Chapterhouse e Cranes em seu elenco, além de ter sido produzido por David Baker, ex-líder do Mercury Rev. A contratação de Baker não foi coincidência; Comet dividia muitas ambições sônicas com o Mercury Rev, e há diversos momentos em Chandelier Musings em que a banda soa exatamente como eles, bem como um punhado de outras bandas de shoegaze e slowcore, sem mencionar o Galaxie 500. Um horrível acidente com a van da banda que a levou ao fim, não muito depois de seu baterista, Josh Garza, ter formado o Secret Machines, que definitivamente cumpria a promessa deixada pelo Comet.

Publicidade

Chances de um segundo disco? Não é impossível. Os irmãos Stone voltaram com a banda em 2005 e lançaram o EP Feathers From the Wing, mesmo o retorno tendo durado só um ano.

DESAPARECIDOS

Um amigo meu, cujo nome rima com Lamian e cujo nome da banda rima com Tucked Up, sempre me sacaneia porque eu costumava ouvir umas bandas emo no passado. Ele faz bullying comigo no Twitter regularmente, mas continuarei afirmando meu amor pelo único disco do Desaparecidos, Read Music/Speak Spanish. Antes de virar uma superestrela emo como Bright Eyes, Conor Oberst lançou um disco punk pontual em que pôde direcionar sua raiva sobre coisas como o Starbucks e shoppings. Sempre acreditarei que ele cometeu um grande erro levando o Bright Eyes adiante ao invés do Desaparecidos. Imagino que a essa altura ele poderia estar tocando em estádios com o Foo Fighters abrindo pra eles, mas ele entediar os outros com folk ao invés de botar

Chances de um segundo disco? Excelentes. A banda voltou ano passado e lançou alguns EPs, mas parte de mim torce pra que não gravem nada além disso, para que eu possa preservar meu único momento emo querido.

THE EXPLODING HEARTS

Tristemente, o Exploding Hearts nunca deveria ter entrado nessa lista. No começo de 2003, eles pareciam ser o tipo de banda que continuaria até seus integrantes chegarem aos 50 anos de idade, ainda cabendo naqueles jeans apertados e jaquetas de couro surradas. Mas em 20 de julho daquele mesmo ano, três quartos da banda de Portland – Adam “Baby” Cox, Jeremy “Kid Killer” Gage e Matthew “Matt Lock” Fitzgerald – morreram tragicamente em um acidente automobilístico quando a sua van capotou perto de Eugene, Oregon, ao voltarem para casa de um show em São Francisco. (O guitarrista Terry Six sobreviveu milagrosamente com ferimentos leves, bem como a agente da banda, Rachelle Ramos.) Isto aconteceu apenas três meses após o lançamento de seu único disco de estúdio, Guitar Romantic. Eu sei que o punk teve uma morte dolorosa há muito tempo atrás, mas ninguém tinha avisado esses caras, todos na casa dos 20, quando gravaram esse álbum. Nenhuma banda punk contemporânea consegue soar original, mas os Hearts fingiam ter vivido aquilo em 1977. Então o som retrô do disco soa tão genuíno quanto um tributo pode soar. A banda só tinha dois anos quando chegou seu fim, e só posso imaginar quantos outros discos eles tinham planejados.

Publicidade

Chances de um segundo disco? Impossível. Em 2006, uma coletânea de singles e faixas inéditas chamada Shattered foi lançada. É um sucessor digno e o mais próximo que teremos de outro disco.

THE HARDSHIP POST

Eu comecei a gostar de música na adolescência quando rolava um boom musical na Costa Leste do Canadá. Bandas como Sloan, Eric’s Trip, Jale e Thrush Hermit estavam sendo aclamadas internacionalmente, e Halifax era considerada por muitos como “a próxima Seattle”. Nem todas as bandas da cena eram de Halifax, porém. O The Hardship Post era de St. John, em Newfoundland, e sim, eram a banda mais legal da região. De cara lançaram um EP no ultracool selo murderrecords, do qual o Sloan também fazia parte, e logo foram junto com Eric’s Trip e Jale para a Sub Pop, que lançou seu único LP, Somebody Spoke, em 1995. Muita gente achou que a sonoridade no disco não fazia jus ao grunge efervescente de seu EP anterior Hack, enquanto a banda ampliou seu escopo. Mas há algo naquele disco que sempre me faz parar e ouvir o LP nos últimos 18 anos.

Chances de um segundo disco? Poucas. Duvido que o nome da banda tenha sido mencionado por qualquer um nos últimos anos e, de acordo com a internet, aparentemente seus três integrantes desapareceram.

LIFE WITHOUT BUILDINGS

Sou fã de qualquer coisa que caia nos gêneros shoegaze ou The Fall. É isso aí, o The Fall pra mim tem seu próprio gênero. Depois de uns 100.000 discos eles merecem. Quando ouvi o Life Without Buildings pela primeira vez não consegui deixar de notar uma influência fortíssima, como se Mark E. Smith assombrasse o corpo da vocalista Sue Tompkins. Seu vocal, que seguia o fluxo da consciência, era meio Smithiano, mas com alguma habilidade melódica. A banda, composta de guitarra, baixo e bateria, seguia um molde pós-punk bem fiel, com alguns ritmos complexos e progressões de acordes irregulares, e ainda assim sua sensibilidade pop era mais afiada do que a maioria de suas contrapartes revivalistas. Infelizmente, Any Other City de 2001 seria seu único LP. E mais triste ainda é o fato de que o disco não conseguiu angariar público, tornando-se um clássico cult agora, muitos anos depois. Talvez isso tenha inspirado o lançamento de seu disco ao vivo de 2007, Live at the Annandale Hotel, um louvável capítulo final que deu a todos os fãs tardios uma ideia do que eles perderam durante as elétricas apresentações do LWB.

Publicidade

Chances de um segundo disco? Sem uma vocalista nova, é muito improvável. O guitarrista Robert Johnston disse ao Muso’s Guide que a banda acabou porque Tompkins não queria mais participar de uma. E, sem ela, qual seria o sentido de um novo álbum?

LIFT TO EXPERIENCE

Como a maioria dos seres humanos, geralmente não quero ouvir discos duplos, menos ainda aqueles que têm um conceito. Especialmente discos duplos conceituais com qualquer tema religioso envolvido. Mas o trio Lift to Experience, de Denton, no Texas, me ganhou com seu disco de estreia, um monstro de 93 minutos chamado The Texas-Jerusalem Crossroads. Prometi a mim mesmo que este disco era a única exceção e, nove anos depois, minha palavra foi mantida. Mas este álbum, rapaz. Sem complicar muito, o conceito é o seguinte: o apocalipse chegou e o Texas foi escolhido como Terra Prometida. A exploração religiosa pessoal de Josh T. Pearson é eletrizante, profunda, e hilária (se ligue na arte sacaneando os discos da No Limits Records), mas são os crescendos, em partes iguais shoegaze e pós-rock, que dão a música sua compostura toda poderosa. Produzido por Robin Guthrie e Simon Raymonde do Cocteau Twins, os dois ficaram tão fascinados com a banda que a contrataram para a Bella Union logo depois de terem visto um de seus shows no SXSW.

Chances de um segundo disco? Nem tantas assim. Pearson atualmente lança baladas via Mute Records, e admitiu que Texas-Jerusalem foi a primeira parte de uma triologia. Mas não parece que ele esteja pronto para retornar à banda que lhe fez perder a cabeça tão cedo.

Publicidade

THE ORGAN

É apenas adequado que a melhor banda parecida com Smiths seja feminina. Pense em todas as bandas masculinas que você ouviu tentando emular o chamado esvoaçante de Morrissey (esforço admirável, Gene) e aí acaba que umas lésbicas de 20 e poucos anos de Vancouver, de todos os lugares possíveis, fizeram melhor. Isto era o The Organ. Formada em 2001, a banda sofreu retrocessos consideráveis para lançar seu único disco, Grab That Gun, que eventualmente foi lançado em 2004 – pela 604 Records, de Chad Kroeger. Sim, aquele Chad Kroeger mesmo. O marido panaca de barbicha da Avril Lavigne, que também toca no Nickelback. Colocado ao lado de bandas com jeitão new wave como o Interpol e o The Killers, o The Organ parecia estar destinado a um sucesso internacional semelhante. Mas as turnês e a bebedeira não deixaram, e bem, em 2006 a banda se tornou um clichê roqueiro. E o pior: o fim da banda foi anunciado no MySpace. Dois anos depois, a vocalista/produtora/fundadora Katie Sketch disse ao The Lipster que uma necessária folga não liberada pelo Sr. Nickelback foi a causadora de todo. E então a 604 Records lançou um EP com demos apropriadamente intitulado Thieves, contra a vontade da própria banda. Até hoje, Sketch diz que por conta do contrato assinado com a 604, ela não pode nem mesmo lançar música por conta própria. Buuuu!

Chances de um segundo disco? Nada boas. Com o domínio de Chad sobre suas gravações, a banda teria que mudar de nome bem como seus nomes mesmo. Deus do céu, que cuzão!

Publicidade

TEST ICICLES

A maioria das pessoas não conseguia ir além do nome da banda (um trocadilho com testículos) ou à barulheira que os críticos chamaram de “fashioncore”. Mas por volta dos meus 20 anos eu adorava qualquer coisa que lembrasse The Blood Brothers, especialmente se era uma banda de adolescentes britânticos tocando um híbrido malévolo de dance-punk, metal, hardcore e barulhos de computador. Nunca esperei que o Test Icicles fosse durar mais de dois anos, e eles não duraram mesmo. Foram um exemplo clássico de “fogo de palha”. Mas seu disco, For Screening Purposes Only, foi surpreendentemente bem recebido e ainda consigo entender o porquê. A energia é explosiva, a composição imatura mas ilusoriamente brilhante, e bem, o que você tem a oferecer ao mundo com 19 anos? As turnês quase mataram os caras, e claro, Dev Hynes tinha outras coisas na cabeça, então eles se separaram cinco anos depois do lançamento do disco.

Chances de um segundo disco? Quase nulas. Hynes está no topo do mundo trabalhando como produtor (Solange, Sky Ferreira) e como Blood Orange. Você provavelmente ouvirá um novo disco do *NSYNC com o JT antes de qualquer coisa nova do Test Icicles.

THE UNICORNS

No Canadá, o The Unicorns, de Montreal, ainda é tido como “a banda que podia ter chegado lá mas nem foi”. Depois de conseguirem um 8.9 no Pitchfork em 2003 com o disco Who Will Cut Our Hair When We’re Gone? o trio tinha tudo para levar adiante o estandarte da renascença indie rock que rolava no Canadá. É, eles poderiam ter sido o Arcade Fire! Ok, talvez eles fossem zoados e palhaços demais para ganharem um Grammy, mas suas músicas “Sea Ghost” e “I Was Born (A Unicorn)” tinham os melhores refrãos que nunca chegaram no rádio. Infelizmente só pudemos ouvir um único álbum deles (favor esquecer o EP de 2004 chamado 2014) antes de ceder à pressão um ano depois. Quando a banda postou “O THE UNICORNS MORREU, (R.I.P.)” em seu site, acho que era sério mesmo.

Publicidade

Chances de um segundo disco? Possíveis. Nick Thorburn tá bem de boa com o Islands, mas este ano eles fizeram uma pequena turnê comemorativa de 10 anos de Who Will Cut Our Hair When We’re Gone? (abrindo inclusive pro Arcade Fire, olha só) e relançaram o álbum. Mas vamos ser realistas, provavelmente eles vão parar por aí.

ZWAN

Tem vezes em que sinto viver em um universo em que sou o único que curtiu o disco do Zwan. O que é estranho, porque Mary Star of the Sea seria o terceiro melhor álbum do Smashing Pumpkins (empatado com Adore) se ele tivesse mantido o nome da banda. E sabemos que tem um monte de fã dos Pumpkins por aí ainda. O Zwan era um supergrupo que, além de Billy Corgan, contava com David Pajo (Slint, Papa M), Matt Sweeney (Chavez, Skunk), a lindíssima música de estúdio e de turnês Paz Lenchantin e o baterista original dos Pumpkins, Jimmy Chamberlin. Isto é um supergrupo mesmo. Mas de acordo com Corgan, os membros da banda estavam mais interessados em viver os clichês de uma banda de rock do que necessariamente tocar em uma. Ele os acusou de usar heroína, atravessar fronteiras levando drogas, fazer sexo em público, e especificamente Pajo de ter transado com a namorada do produtor Bjorn Thorsrud. E tudo parece animal! Claro que eles negaram as alegações, e eu imagino que era tudo mais um desdém do comportamento de chefinho de Corgan, que acabou com a banda após a turnê mundial. Ainda assim, tendo ouvido Oceania e visto a banda ao vivo, não consigo deixar de pensar que Billy estaria bem melhor tocando com o Zwan do que com esta versão bastarda do Smashing Pumpkins de agora.

Chances de um segundo disco? Terríveis. O ego de Billy é gigantesco demais para permitir uma coisa dessas. Sugiro que os outros caras reformem a banda como Black Zwan, compondo canções sobre o filme louco de Darren Aronofsky (Black Swan, Cisne Negro no Brasil) e contratem o James Iha pra cantar. RÁ!

Menções honrosas de bandas que terminaram logo depois de um segundo disco: Adorable, Hotel Mexico, Jonathan Fire*Eater, Kenickie, New Kingdom.

Tradução: Thiago “Índio” Silva