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Música

O Que É Extremo? Uma Conversa com Attila Csihar, do Mayhem

A paixão e a visão criativa sem paralelos de Attila sobre música são características que o acompanham além dos palcos, revelando uma autenticidade tão cativante e positiva que chega a ser alarmante.

Fotos por Ester Segarra

Trinta anos. Três décadas. Pelo bem do tempo e da sanidade, não listarei os pontos altos e baixos da história da música desde 1984. Há muita coisa nos últimos 30 anos de música extrema, mais que o suficiente para proporcionar incontáveis debates sobre uma corrente infinita de assuntos sem sentido. O Lemmy ainda transa mais do que qualquer um de nós, o solo em “Damage, Inc.” ainda está além de qualquer compreensão, o Rush ainda está fazendo música melhor do que qualquer outro grupo, e olha que são quase idosos, e o black metal ainda é controverso. Redundâncias cíclicas de lado, a história sempre fornece perspectivas, mas raramente oferece perdão. Considerando o excesso de informação, mitos, sabedoria popular e da boa e velha bobagem aplicada que ainda é ligada ao Mayhem, um dos pais fundadores do black metal, é quase surpreendente ler e ouvir conversas sobre a banda centradas na música de fato.

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Os acertos e erros do Mayhem ao longo de 30 anos oferecem uma perspectiva rara sobre uma banda que tenta aparentar ordem no caos de sua música e reputação. Não é que a banda se importe muito com o que pensam de sua música: no fim das contas, é o Mayhem. É quem apesar de todo aquele teatro, documentários, histórias, apesar da ignorância e estupidez desprezível ostentada por antigos integrantes da banda, e da notoriedade, o Mayhem é uma banda capaz de criar músicas verdadeiramente estimulantes e brilhantes. É um grupo de músicos cujas carreiras e fama foram muito impulsionadas pela míriade de razões para não que as pessoas não escutassem a banda.

Agora, 20 anos depois do álbum que lançou a banda em 1994, o De Mysteriis Dom Sathanas, o vocalist Attila Csihar arrasa cada faixa do novo álbum da banda, Esoteric Warfare, com o tipo de fúria louca que apenas a voz dele pode oferecer ao frenesi da música do Mayhem. O álbum é uma façanha maestral para a banda em diversos sentidos, e é também um testamento para o poder cru do heavy metal e sua abilidade de silenciar a voz da distração. A paixão e a visão criativa sem paralelos de Attila sobre música são características que o acompanham além dos palcos, revelando uma autenticidade tão cativante e positiva que chega a ser alarmante. É uma positividade que, no âmago, parece vir de um lugar que não foi preenchido por uma escuridão horrenda e clichê, mas por uma simplicidade firmemente enraizada, a simplicidadade do fã de música que ele é e sempre foi, agora apenas um pouco mais velho e sábio.

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O Mayhem é uma banda há 30 anos já, e vocês lançaram agora o sétimo álbum, o Esoteric Warfare. Como foi o início da criação do álbum? E você enxerga o resultado final como algo diferente do que os passos iniciais sugeriam?
Queríamos fazer algo que soasse como o Mayhem. A música – é difícil descrever. Tem um aspecto, uma espécie de brutalidade rápida, é algo extremo, mas lento também. Tinha que ser extremo, simples assim. Depois do Ordo , que foi meio progressivo – talvez progressivo demais até –, um álbum de fusion em que os riffs não se repetiam e o ritmo estava fora de compasso ou diferente ou meio que destorcido, queríamos voltar dali em vez de seguir em frente naquela direção. Todo álbum do Mayhem tem um aspecto único, mas queríamos retornar a um metal extremo um pouco mais tradicional. Claro, temos todos os elementos que o Mayhem construiu para si como banda, mas, ainda assim, queríamos retornar a algo musicalmente mais objetivo e um pouco mais brutal.

Era um objetivo, e quando terminamos as gravações, acho que conseguimos. Acho que o Teloch fez um ótimo trabalho com as composições, porque passam uma sensação incrível de pêndulo rústico. (Risos) É óbvio que é a música do Mayhem, mas é original mesmo assim. Ele cresceu com a música do Mayhem, então claro que ele sabia o que estava fazendo. Mas acho que foi um negócio corajoso. Estou feliz com o resultado. Nossa visão foi mais ou menos alcançada. É impossível chegar ao 100 por cento, mas acho que o resultado é forte. Parece que maioria das pessoas e fãs gostaram. Claro que há quem odeie, mas isso, na verdade, é muito bem-vindo. Seria estranho se não fosse assim.

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Quando você diz “música extrema”, Attila, é obviamente um sinônimo de Mayhem, dada a história da banda, não apenas musical, mas pessoal também.Sob sua perspectiva, o que mudou na forma como os públicos – e mesmo músicos – veem a arte ou a música extrema? Para você, a arte e a música extrema de 2014 parecem completamente diferentes daquelas de 1984?
Nos anos 80, quando o chamado heavy metal extremo – ou a cena de música extrema – nasceu, acho que foi porque começamos a forçar barreiras musicais. As bandas estavam pipocando. O Motörhead apareceu com os pedais duplos, depois o Slayer deixou tudo mais extremo ainda, e então bandas como o Venom [surgiram] com uma abordagem bem agressiva, uma abordagem black metal. Tudo girava em torno de destruição, mesmo em bandas como o Possessed, que apareceu na cena com o Seven Churches. No começo, era tudo bem técnico também, como a questão de quem conseguia tocar mais rápido ou de um jeito mais doido, e coisas assim. Acho que a geração seguinte surgiu com o Mayhem e a cena escandinava, e ser extremo não era só uma questão musical.

Quando ouvi a primeira música do De Mysteriis , foi algo tão novo e mais extremo ainda, porque a bateria era mais rápida do que tudo que eu já tinha ouvido, e a música, os riffs, tudo era simplesmente novo. Adicione a isso o fato de que éramos jovens, então o pessoal enlouqueceu e tal. (Risos) A banda ganhou status de inimigo público no começo dos anos 90. (Risos) Ao mesmo tempo, estávamos apenas seguindo nossos instintos. Nos anos 80, nunca pensei que chegaríamos tão longe. É interessante como seguimos aqueles instintos e, de alguma forma, tornaram-se realidade. O mundo inteiro acabou aderindo e ficando extremo, não só em música, mas também em cinema, moda e videogames, acho. Estão cada vez mais e mais extremos, ao menos tecnicamente. Estão mais perturbadores. Mas também há um limite, acho, no quão longe vão. Há um ponto de inversão. A energia tem um cume. É pontudo como uma lâmina. Se você for mais longe que o cume ou a ponta da lâmina, não fica mais forte. Enfraquece.

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Não dá para começar em velocidade máxima. É o que estou dizendo sobre energia. Há uma certa velocidade. Por exemplo, às vezes temos que frear o Hellhammer, porque não achamos que, ao tocar uma música, tipos específicos de velocidade ou técnicas são necessários. Nem sempre é importante ir mais rápido. Mas o Hellhammer sempre quer ir mais rápido. (Risos) Temos que segurá-lo, porque ele é doido. (Risos) É um quarentão, óbvio, e ainda está forçando barreiras, e, para mim, isso é a coisa mais extrema. É nossa marca registrada, acho, ainda tentar forçar as barreiras em direções diferentes.

O que é extremo? É uma boa pergunta. Para mim, sempre foi forçar as próprias barreiras. É criar um ponto mais forte e afiado para si - um alvo mais forte, um alcance mais extenso. É a porra de uma emoção. Uma elevação. É legal pra caralho escutar essa música, o metal extremo, e o que há ali é difícil de definir. Não se trata muito do quão bom você é musicalmente. Não se trata apenas de talento. É mais uma questão de como você pode manifestar esse sentimento, que, espiritualmente, é bem forte, esse sentimento por trás da música, e isso é muito difícil de descrever. É algo que você aprende, mas também é uma questão de instinto. Você pode tocar num tom, aliás, que faz as pessoas enlouquecerem. Outras pessoas podem sair de uma universidade de música, podem saber tocar qualquer coisa entre música clássica e jazz, e ainda assim podem não ser capazes de encontrar um tom que enlouqueça os ouvintes, ou algo assim, sabe? Não sei bem o que acontece na fração de segundos em que o instinto é acionado. É algo muito interessante para a música, acho.

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Quando tocamos nossas músicas dos anos 80 ao vivo, às vezes enlouquecem a plateia mais do que as obras mais novas, mais brutais. Há algo essencial nelas. Não sei quão extremo é este álbum. Claro que poderíamos ter sido mais progressivos, mas aí viraria um negócio de fusion jazz. (Risos) Seria bem extremo, mas a força e o poder do Mayhem poderiam murchar um pouco se fizéssemos isso. Não queríamos seguir nessa direção, e acho que as pessoas não queriam escutar isso. Foi bem renovador para nós voltar um pouco. Mas, de novo, vejo que o Hellhammer está sorrindo, então creio que ele provavelmente alcançou seu objetivo com o novo álbum. (Risos)Ele fez coisas fodidas com a bateria, fruto da própria visão dele. Imagino que cada um tinha seu próprio objetivo com as gravações. As guitarras estão bem barulhentas, e adoro isso. São apenas várias guitarras e barulho e tons fodidos, e não sei o quão extremo é isso, mas é interessante. E expande nossos limites. Com as vozes, tentei forçar coisas extremas que eu nunca tinha feito antes, como este (berra ao telefone)perturbador. É uma voz louca, parece uma bruxa. Descobri ao longo dos anos e ainda não tinha usado muito.

Você mencionou vozes, e é algo que você definitivamente forjou ao longo do caminho, tanto com o Mayhem quanto com outros projetos.Há um nível muito impressionante de destreza em sua voz, dado o alcance. Em que ponto você percebeu, logo cedo, que tinha essa capacidade vocal? Houve algum vocalista inspirador no começo? E como você acha que cresceu como vocalista ao longo do tempo?
É uma história meio estranha, e remonta à minha infância. Sou filho único. Não tenho irmãos ou irmãs, e sempre fui fascinado por música. Eu me envolvi com o heavy metal quando tinha nove anos ou algo assim. Meu cunhado me mostrou KISS, AC/DC e outras coisas, e me envolvi. Mas quando eu estava em casa, praticava por diversão. Quando você está sozinho em casa, o que pode fazer para se divertir? Eu apenas ligava o estéreo, colocava um heavy metal de arregaçar e ficava gritando junto com aquelas vozes embora não entendesse uma palavra. Mas remonta à minha infância, bem cedo, quando eu tinha dez anos ou algo assim, porque se eu tivesse alguém por perto, como um irmão ou uma irmã, provavelmente nunca me envolveria. Eu era solitário. Além disso, eu praticava esportes de corrida e pólo aquático, era intenso e me ajudou com a disciplina, acho.

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Então, comecei a cantar com o Tormentor. Lembro de sentir minha garganta, e tive um pouco de dor e essas porras no começo, porque só gritávamos e tal, mas ainda consigo mandar ver. Nunca perdi a voz. Sempre ouço falar de pessoas perdendo ou zoando a voz, ou algo assim. Tive muita sorte. Nunca aconteceu comigo. Naquela época, toquei com o Tormentor enquanto eu estava doente várias vezes. Tinha febre e essas porras, mas se tinha um show, eu ia cantar. Às vezes, sentia algo depois do show, não conseguia falar tão alto, mas nada perto de perder a voz. Depois do Tormentor, tentei coisas diferentes, e um amigo sugeriu aulas de canto. Isso foi no começo dos anos 90, antes do meu período com o Mayhem. Respondi: “Que porra é essa? Tá bom, vai. Por que não?” (Risos) Tive aulas com uma senhora - uma professora de ópera. Não falei nada, claro. Só dizia “Sim. Eu me interesso por vozes e canto e tal.” A primeira vez que ouvi falar de técnicas de respiração foi com ela, e fiz aulas por aproximadamente meio ano. Tive que parar, mas aprendi bastante sobre a prática de respiração e como usá-la na música que eu queria fazer.

Em torno de dez anos depois, no começo dos anos 2000, fui convidado para uma ópera rock, Jesus Cristo Superstar. Na época, eu não tinha muito o que fazer, na verdade, então disse “Sim. Por que não?” Atuei no papel de Caiphas – o padre que crucifica Jesus – e cantei os seguintes versos: “Must die! Must die! Jesus must die!” (“Morrer! Morrer! Jesus tem que morrer!”) (Risos) E foi divertido. Tinham uma professora também, outra mulher, e fiz aulas com ela. Era uma cantora de ópera, com formação clássica, e ela falou a mesma coisa sobre respiração e tal. Fiz aulas com ela por dois anos, uma ou duas vezes por semana, às vezes três. Dei duro. Depois de um tempo, parei de novo e comprei DVDs de treino vocal, e achei mais eficiente. Um DVD em particular era mais contemporâneo, mais focado em folk e rock.

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Recentemente, ao olhar para música pesada e extrema e para a nova geração de fãs, que está descobrindo agora bandas como o Mayhem ou o Emperor, como você vê as mudanças na dinâmica da musica pesada? Como você vê a mudança de fãs desde o começo da sua carreira, quando a controvérsia parecia eclipsar o black metal, até agora?Ainda é claramente um gênero, um assunto polarizado, mas parece que o retrospecto faz bem ao black metal de várias formas. Aonde conseguimos chegar?
É interessante, porque a cena muda, claro. Há novas gerações, e [com] o Mayhem é um negócio estranho, porque nunca paramos de fato. Quando o Mayhem parou, tinha que parar. Tinha um motivo. Quando os assassinatos e tudo mais aconteceram, houve uma pausa, mas seguimos em frente desde então. É por isso que acho que temos o respeito de fãs mais velhos também. Sempre fico contente quando vejo fãs mais velhos, mas ter jovens interessados também é bem legal. Acho que é uma espécie de resultado da nossa filosofia musical. Ainda forçamos limites. Ainda tentamos fazer coisas novas. Tínhamos duas músicas para o novo álbum, eram excelentes, mas achamos que não seriam boas para ele. Talvez um dia façamos um disco old school. Especialmente aqui na Europa, há tantas bandas e tantos estilos diferentes, do garage rock às orquestras old school, tanta coisa, incluindo música extrema.

No Festival Wacken, há um pentagrama enorme na fachada, e é o maior festival de heavy metal do mundo, acho. Há muitas bandas pesadas e extremas lá, mas agora, especialmente com o Hellfest, que começou como um festival de metal extremo, Também tem bandas como Iron Maiden e Black Sabbath e outras atrações principais. Estão indo mais longe, e isso veio do metal extremo. Acho que isso mostra que o espírito é o mesmo. Os caras do Iron Maiden nos respeitam. Até os caras do Slipknot respeitam o black metal, e está tudo interligado. Mesmo se você não escuta música extrema, acaba indo a um grande festival de metal e assistindo às outras bandas, e os fãs não ficam putos. É como uma família enorme, e o metal extremo virou uma grande parte do heavy metal, acho. É muito interessante.

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De certa forma, não temos a magnitude de um Black Sabbath, mas tocamos no mesmo palco. Compartilhamos o mesmo espírito. Claro que eu questionaria o Black Sabbath atualmente, então acho que o Iron Maiden seria um exemplo melhor. Os caras são incríveis. Porra, o Iron Maiden é a essência mais pura do heavy metal. Vi um show deles aqui, e o Bruce Dickinson não mudou nada. Vi um show deles em 84, e foi a primeira vez que vi heavy metal ao vivo. Agora, 30 anos depois, vejo a banda aqui em Budapeste, quase no mesmo lugar, e o cara está com a mesma energia. É maravilhoso. Não há nada de devagar ou errado na banda. Ele corre para lá e para cá como sempre, e é muito inspirador. Isso é extremo para mim. É extramente importante e extremamente inspirador. Os caras são considerados velhos e ainda fazem shows, porque focam no show.

Nós seguimos em frente. Seguimos trabalhando nossas técnicas como um mestre Wushu. Praticamos e envelhecemos, e quem sabe o que vai acontecer? Com o Mayhem, estávamos entre as primeiras bandas de heavy metal extremo, mas ainda não sabemos aonde podemos chegar. É interessante descobrir, aliás. Tocaremos em cadeiras de rodas (Risos).

Interessante você mencionar o show do Iron Maiden e o quão inspirador foi, dado que o show do Mayhem tem seu próprio tipo de notoriedade.Qual é o valor de uma performance ao vivo para você? O que os fãs podem esperar do show do Mayhem este ano?
Acho que todo show do Mayhem é especial, pelo menos para mim. É algo que faço com instinto. Não planejo. Depois de 30 anos, fazemos coisas mais tradicionais de black metal no palco, retomamos elementos mais antigos. Claro, tenho uma caveira agora, e uma cruz de ossos. Gosto muito de ter algo nas mãos, não só o microfone. Curto muito usar essas coisas enquanto canto. É minha varinha mágica. (Risos) Os ossos – de alguma forma, para mim, dão vida à coisa toda.

Até então, as pessoas têm gostado dos shows, e fico contente ao dizer isso. Acho que tocamos melhor ao vivo agora, e talvez seja por causa do novo álbum, que está para ser lançado – isso tira um peso dos nossos ombros e nos aproxima –, mas acho que o som arregaça, está bem legal. Há várias coisinhas que precisamos trabalhar, claro, mas, para o Mayhem, é muito importante tocar ao vivo, e pessoalmente, é importante para mim também. Acho que essa é a essência da música: tocar ao vivo. Mesmo lançar um álbum, a origem da música – cada disco, fisicamente, não dura mais que 60 anos, ou algo assim. É legal gravar novos álbuns, e é fantástico compor músicas e espalhar novas ideias por aí, mas tocar ao vivo, estar cara-a-cara com as pessoas e envolver a plateia na performance, isso é a essência. É muito desafiador. As pessoas conseguem ver se você é desonesto. Se você está inseguro ou receoso. Às vezes, é uma batalha, mas procuramos melhorar o tempo todo.

Quando tocamos ao vivo, esquecemos as técnicas, os aspectos técnicos, e tudo vira apenas um ato para manisfestar o espírito. Entro em transe. É meu negócio. É o que eu amo. Todo vocalista tem uma característica própria e cumes próprios. Para mim, esse transe é o cume. Quando olho nos olhos da plateia, a canalização doida que ocorre ai também é. É tão lindo. Só acontece em shows. Os elementos teatrais são muito importantes para o Mayhem, claro, mas essa questão é maior. A música é o que há de mais importante. É a base. Todo o restante é apenas um apoio para a manifestação que chamamos de Mayhem.

Jonathan Dick gosta de se forçar ao extremo em toda entrevista que faz. Ele está no Twitter -@steelforbrains

Tradução: Stephanie Fernandes