Foi em 2000 que o mestre Lee Perry e seu discípulo Mad Professor firmaram uma parceria em forma de disco, mas só agora, no domingo (4), o Brasil pode presenciar essa união de duas grandes forças do reggae ao vivo: os dois se apresentam no One Drop Festival, no Estúdio, em São Paulo. É capaz que você tenha noção do quanto esses caras influenciaram a música, mas talvez não saiba muito bem por que. O historiador Felipe Pregnollato, o Fepa, um dos produtores e DJs da suarenta & maravilhosa noite de dancehall paulistana Fresh!, dá as coordenadas básicas pra você manjar um pouco da importância desses dois ícones da cena reggae-dub mundial.Começando do começo: Lee Perry é sem dúvida alguma uma das maiores lendas vivas do reggae. Participou dos mais importantes ciclos da música jamaicana, do ska aos dias de hoje, criou um som próprio e virou um mito, pela sua música e pelo personagem que criou de si mesmo – o maior doidão do reggae.Nos tempos do ska, quando trabalhou com ninguém menos que Coxsone Dodd, a lenda do Studio 1, se destacou primeiramente como cantor e chegou a emplacar alguns tunes nas paradas. Mas a sua grande contribuição para a música jamaicana e mundial se deu ao trocar o microfone pela produção.Ele ganhou notoriedade no início dos anos 70 quando se transformou no “Upsetter” e produziu a fase mais criativa dos Wailers (Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer). Com a colaboração dos irmãos Barret na cozinha e Glen Anderson nos teclados, os Upsetters foram responsáveis por alguns dos maiores riddims da ilha.O auge de seu sucesso veio ainda nessa década quando criou o folclórico estúdio Black Ark (o qual acabou incendiando mais tarde) e se tornou referência mundial em produção, criando dezenas de clássicos eternos do reggae. São desse período as obras primas “Police & Thieves” de Junior Murvin, “War in a Babylon” de Max Romeo e “Party Time” dos Heptones.Leia o restante da matéria na VICE.
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